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- Não sei se o intuito é esse - Terra murmurou ao ver Tecna chutar Riven, "sem querer", pela a décima vez seguida. - Quer dizer, é um exercício físico, mas acho que você pode deixá-lo andar no final dele.

A manhã ensolarada não foi o suficiente para o clima ter igualmente amanhecido caloroso. Uma tarefa em conjunto foi passada pelos responsáveis aos adolescentes, que assim que acordaram, tiveram que se juntar do lado de fora e em grupos formados, lutarem.

- É para treinarmos nossos dons, não é? - Tecna deu de ombros, se colocando de pé e ignorando o amigo jogado no chão. - Meu dom é acabar com ele.

- Sempre foi - resmungou o especialista, agora tentando se sentar. Limpando o suor que escorria por sua testa, Riven suspirou.

O clima continuava completamente desconfortável.

- Não é estranho? - Terra voltou à dizer, entregando uma garrafa de água para a Regnum, que aceitou de bom grado. - Digo, eles estão realmente aqui, como se... nunca tivessem saído.

Acompanhando o olhar da amiga, a princesa de Zenith encarou os três especialistas mais comentados dos últimos dias. Eles lutavam ao lado de algumas fadas, vez ou outra sorrindo, descontraídos. Era realmente como se eles estivessem estado sempre ali, sem qualquer grande problema.

- Não faz o menor sentindo - Riven reclamou, bebericando da água também oferecida pela a fada da terra. - Silva não diz nada. Dowling também não. A situação é maluca, mas eles estão agindo como se fossem ainda mais.

Tecna Regnum permanecia em silêncio. Não havia mais o que dizer ou questionar, já que sabia que não haveria respostas coerentes. É claro que não iria deixar tudo como estava, como um enorme quebra-cabeças totalmente incompleto. Porém, sentia sua mente cansada demais para lidar com tudo aquilo.

Desde que retornará para o colégio, não teve um momento sequer em que a princesa manteve-se relaxada. Sentia-se como se precisasse estar o tempo todo preocupada e em movimento, em uma tentativa falha de resolver tudo e cuidar de todos.

- Você está bem? - o acastanhado, finalmente descansado o suficiente para se colocar de pé, perguntou à Tecna.

Até então, os dois amigos não haviam trocado nada além de chutes - muitos (quase todos) deles, vindos de uma "mão" única.

- Nunca estive melhor - ironizou, rabugenta. - Silva não sabia que eles voltariam, não sei se ele sabe tanto quanto você pensa - afirmou, tentando defender a figura paterna da acusação de maluquice - E melhore seus socos, Riven, você sabe que não é ruim assim o tempo todo - despejou ácida, virando as costas ao se distanciar.

Sabia que estava sendo uma pessoa horrível. E, se odiava por toda aquela sensação de frustração e raiva que andava lhe perseguindo com tanto afinco. Só que, simplesmente não era de seu feitio contornar a situação sem sua armadura grosseira.

E, olhando para a figura alta que vinha em sua direção, revirou os olhos ao perceber que talvez não fosse assim tão diferente dele.

- Não - disse, antes que Electronomo tivesse a oportunidade de pronunciar qualquer palavra. - Por favor, não piore ainda mais o meu dia.

- São nove e meia.

- Pra você ver - sorriu irônica, tentando voltar ao seu trajeto. Sentindo a mão do rei segurar seu braço, não pôde evitar outro revirar de olhos. - Você tem dois minutos.

- Sabe que eu sou a autoridade, não é? - tentando soar firme, o homem se deu por vencido ao ver a carranca da mais nova. - Olha... será que nós poderíamos conversar em outro lugar? Quero dizer, tenho algo meio particular a ser tratado com você.

Ainda mais impaciente, Tecna bufou.

- Fala sério! Não tenho nada para falar com você, vossa alteza.

- Tecna - chamou, a voz vacilante.

Havia algo de errado na forma como ele estava agindo e a princesa logo encarou-o de maneira esquisita, substituindo a ranzinza. Electronomo Regnum nunca deixava sua postura cair.

- Vamos entrar - a princesa voltou a andar, com o progenitor aparentemente nervoso ao seu alcance.

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𝐢. 𝐄𝐋𝐄𝐓𝐑𝐈𝐂 𝐋𝐎𝐕𝐄. ! ༉ 𝗿𝗶𝘃𝗲𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora