Tebet Point of View
Mais tarde naquele mesmo dia, Natasha me ligou e avisou que tinha conseguido uma brecha na nossa agenda e havia marcado a reunião com Soraya e sua equipe para a manhã do dia seguinte. Só de pensar em ter que ficar cara a cara com aquela mulher eu sinto meu corpo inteiro se arrepiar. E não de uma maneira boa. Eu já tinha tido doses demais de Soraya no debate, não sei se aguentaria mais que isso.
Minha relação com Soraya sempre foi a mais complicada possível. Na época em que eu era sua professora, ela constantemente fazia questão de me desafiar, responder, e até mesmo insultar. Não sei o porquê, e nem como começou, mas me recordo que sempre foi dessa maneira. Chegou em um ponto onde eu não queria mais tentar entender. Se ela queria daquela forma, seria daquela forma. E com o passar do tempo só fui nutrindo ódio pela sua pessoa.
Não tenho o mínimo de interesse em me aproximar dela, e nem de tentar selar a paz entre a gente. Tudo que eu fizer vai ser pelo bem da minha campanha. Vai ser para me favorecer. Não vou dar palco pra maluca.
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Cheguei em casa exausta, às vezes confesso que gosto disso, saber que meu dia foi tão produtivo ao ponto de me cansar e não me deixar outra opção a não ser tomar banho e cair na cama. Sem lacunas para que a minha mente passe mais tempo que o necessário pensando em coisas importunas.
Eduardo não se encontrava, já que está viajando a trabalho. Uma coisa a menos para me preocupar agora. Não estávamos em um bom momento, e definitivamente, depois de um dia como o de hoje, eu não preciso de uma discussão por motivos bobos.
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Na manhã seguinte, após cuidar da minha higiene matinal e me servir de um café feitos às pressas, me dirigi ao escritório de Natasha. Eu me preparava mentalmente, e pedia aos céus toda a paciência do mundo para aturar aquele ser que lá estaria, sem sentir vontade de pular em seu pescoço. Como se isso fosse possível, não é? 5 minutos na presença de Soraya era o suficiente para eu querer bater a cabeça na parede.
Assim que entrei na sala, todos os olhares ali foram em minha direção, inclusive o dela.
- Bom dia! Peço desculpas pela demora. - Me sento na única cadeira disponível, que desafortunadamente se encontra em frente a que Soraya está sentada.
- Tudo bem, majestade. Tudo no seu tempo. - Vai começar.
- Bom, vamos seguir logo com isso. O acordo poderia ser feito de uma forma menos formal, mas, para que as regras não sejam descumpridas, optamos por gerar um documento. Nele está o tempo em que vocês deverão permanecer nessa jogada, e a multa a ser paga caso um dos lados desista antes do esperado. É um contrato que beneficia as duas, então esperamos que seja seguido corretamente para não acarretar em possíveis danos futuros. - Natasha disse depositando um papel a minha frente, e outro na da loira.
Antes de assinar, nos olhamos no que pareceu uma eternidade para mim e pude perceber a boca de Soraya se curvar em um sorriso dissimulado. Merda.
- Isso vai ser divertido, Tebet! - Ela disse e logo depois assinou. Aquilo tudo parecia um jogo.
- Pode apostar que sim, Thronicke. - Se ela quer jogar, eu não vou recuar, e posso garantir que vou sair vitoriosa.
- Vocês podem tentar começar hoje mesmo. Um almoço, talvez? - A acessora da mais nova sugeriu.
- Por mim tudo bem, contanto que eu não precise passar tanto tempo com... isto.
- Achei que você fosse ficar um pouco mais gentil, Simone. - Colocou a mão no peito em sinal de uma falsa mágoa.
- Não pense que assinando essa porcaria automaticamente as coisas entre a gente funcionarão bem, Thronicke.
- Oh, não pensei. Nem quero que funcionem, na verdade.
- Engraçado que de acordo com o que fiquei sabendo, você aceitou essa proposta com bastante facilidade. Imagino qual seja o motivo.
- Não me lembro de em momento algum você se opor, Tebet.
Sem que nos déssemos conta já estávamos de pé, inclinadas sobre a mesa, com as mãos espalmadas, na mesma direção. Nos olhavamos com tanta fúria que eu temeria se uma de nós tivesse visão laser nesse momento.
- Chega. 12:00h me encontre no restaurante do outro lado da rua. - Saí cuspindo fogo, e bati a porta com força. É, Deus com certeza não me concedeu a paciência que tanto pedi.
Narrador Point of View
Do outro lado da porta, todos se encontravam atônitos com a cena anterior. Soraya e Simone não percebiam, mas a tensão entre elas era palpável. As pessoas olhavam a briga se perguntando se o próximo passo seria partir para a agressão, ou para uma cama.
- Isso não vai dar certo. - Serena, a acessora de Soraya, falou.
- Ou vai dar certo até demais. - Natasha disse com um sorrisinho no canto da boca. Ela não era ingênua. Todo esse teatro de tesão mascarado pelo ódio não demoraria a acabar.
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CORDIAL - Simone e Soraya
FanfictionDesde quando eram apenas professora e aluna, Soraya arrumava um jeito de fazer Simone nutrir ainda mais ódio por ela. Agora, depois de anos, em meio a uma disputa pela presidência, as duas se vêem tendo que aturar a presença uma da outra mais vezes...