capítulo 2.

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Tebet Point of View

Mais tarde naquele mesmo dia, Natasha me ligou e avisou que tinha conseguido uma brecha na nossa agenda e havia marcado a reunião com Soraya e sua equipe para a manhã do dia seguinte. Só de pensar em ter que ficar cara a cara com aquela mulher eu sinto meu corpo inteiro se arrepiar. E não de uma maneira boa. Eu já tinha tido doses demais de Soraya no debate, não sei se aguentaria mais que isso.

Minha relação com Soraya sempre foi a mais complicada possível. Na época em que eu era sua professora, ela constantemente fazia questão de me desafiar, responder, e até mesmo insultar. Não sei o porquê, e nem como começou, mas me recordo que sempre foi dessa maneira. Chegou em um ponto onde eu não queria mais tentar entender. Se ela queria daquela forma, seria daquela forma. E com o passar do tempo só fui nutrindo ódio pela sua pessoa.

Não tenho o mínimo de interesse em me aproximar dela, e nem de tentar selar a paz entre a gente. Tudo que eu fizer vai ser pelo bem da minha campanha. Vai ser para me favorecer. Não vou dar palco pra maluca.

Cheguei em casa exausta, às vezes confesso que gosto disso, saber que meu dia foi tão produtivo ao ponto de me cansar e não me deixar outra opção a não ser tomar banho e cair na cama. Sem lacunas para que a minha mente passe mais tempo que o necessário pensando em coisas importunas.

Eduardo não se encontrava, já que está viajando a trabalho. Uma coisa a menos para me preocupar agora. Não estávamos em um bom momento, e definitivamente, depois de um dia como o de hoje, eu não preciso de uma discussão por motivos bobos.

Na manhã seguinte, após cuidar da minha higiene matinal e me servir de um café feitos às pressas, me dirigi ao escritório de Natasha. Eu me preparava mentalmente, e pedia aos céus toda a paciência do mundo para aturar aquele ser que lá estaria, sem sentir vontade de pular em seu pescoço. Como se isso fosse possível, não é? 5 minutos na presença de Soraya era o suficiente para eu querer bater a cabeça na parede.

Assim que entrei na sala, todos os olhares ali foram em minha direção, inclusive o dela.

- Bom dia! Peço desculpas pela demora. - Me sento na única cadeira disponível, que desafortunadamente se encontra em frente a que Soraya está sentada.

- Tudo bem, majestade. Tudo no seu tempo. - Vai começar.

- Bom, vamos seguir logo com isso. O acordo poderia ser feito de uma forma menos formal, mas, para que as regras não sejam descumpridas, optamos por gerar um documento. Nele está o tempo em que vocês deverão permanecer nessa jogada, e a multa a ser paga caso um dos lados desista antes do esperado. É um contrato que beneficia as duas, então esperamos que seja seguido corretamente para não acarretar em possíveis danos futuros. - Natasha disse depositando um papel a minha frente, e outro na da loira.

Antes de assinar, nos olhamos no que pareceu uma eternidade para mim e pude perceber a boca de Soraya se curvar em um sorriso dissimulado. Merda.

- Isso vai ser divertido, Tebet! - Ela disse e logo depois assinou. Aquilo tudo parecia um jogo.

- Pode apostar que sim, Thronicke. - Se ela quer jogar, eu não vou recuar, e posso garantir que vou sair vitoriosa.

- Vocês podem tentar começar hoje mesmo. Um almoço, talvez? - A acessora da mais nova sugeriu.

- Por mim tudo bem, contanto que eu não precise passar tanto tempo com... isto.

- Achei que você fosse ficar um pouco mais gentil, Simone. - Colocou a mão no peito em sinal de uma falsa mágoa.

- Não pense que assinando essa porcaria automaticamente as coisas entre a gente funcionarão bem, Thronicke.

- Oh, não pensei. Nem quero que funcionem, na verdade.

- Engraçado que de acordo com o que fiquei sabendo, você aceitou essa proposta com bastante facilidade. Imagino qual seja o motivo.

- Não me lembro de em momento algum você se opor, Tebet.

Sem que nos déssemos conta já estávamos de pé, inclinadas sobre a mesa, com as mãos espalmadas, na mesma direção. Nos olhavamos com tanta fúria que eu temeria se uma de nós tivesse visão laser nesse momento.

- Chega. 12:00h me encontre no restaurante do outro lado da rua. - Saí cuspindo fogo, e bati a porta com força. É, Deus com certeza não me concedeu a paciência que tanto pedi.

Narrador Point of View

Do outro lado da porta, todos se encontravam atônitos com a cena anterior. Soraya e Simone não percebiam, mas a tensão entre elas era palpável. As pessoas olhavam a briga se perguntando se o próximo passo seria partir para a agressão, ou para uma cama.

- Isso não vai dar certo. - Serena, a acessora de Soraya, falou.

- Ou vai dar certo até demais. - Natasha disse com um sorrisinho no canto da boca. Ela não era ingênua. Todo esse teatro de tesão mascarado pelo ódio não demoraria a acabar.

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oi, gente! se vocês estiverem gostando, e quiserem que eu continue, peço que por favor favoritem os capítulos, adicionem nas suas listas de leitura, e na biblioteca. quanto melhor o feedback, mais rápido eu volto. 💗

CORDIAL - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora