1. Welcome to New York.

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Todo mundo aqui era outra pessoa antes
E você pode querer quem você quiser
Meninos e meninos e meninas e meninas

Bem-vindo a Nova York
Ela estava esperando por você

A vida é feita de etapas, conforme você conclui uma, você passa para a outra. E nesse momento eu estava na etapa da minha vida em que eu deixaria a minha cidade, família e amigos para trás. Eu sei que isso pode parecer assustador para alguns, mas o sentimento predominante em mim era o de liberdade. Eu finalmente estava livre de todos os rótulos que aquela cidade tinha colocado em mim, eu não era mais a neta do prefeito, ou a irmã do capitão do time de lacrosse, eu poderia ser agora quem eu quisesse, poderia ser eu mesma.

Receber a carta de aceitação da Columbia foi o meu primeiro sopro de liberdade, eu estaria a 121 km de distância do meu irmão, e a 1.285 km de casa. Mas arrisco a dizer que fazer as malas foi o meu momento preferido, fez tudo parecer mais real.

E agora, três semanas depois, tudo é concreto e real. As aulas são legais, as pessoas são gentis e bonitas. New York já me parece um lar, a cidade cinza e iluminada encantou meus olhos desde a primeira vez que pisei aqui.

A minha terceira aula era a minha preferida do dia, literatura, o professor era ótimo e eu sempre gostei muito do assunto, mas o meu apresso por essa aula em particular se dava ao cara alto, loiro e de olhos azuis que se sentava a duas fileiras a minha frente e se chamava Steve. Eu ainda não tinha tido coragem de me apresentar para ele, mas os 5 segundos que nossos olhos se cruzaram no terceiro dia me fez perceber que ele iria ser o amor da minha vida. Precipitada? Não, decidida!

E eu estava distraída olhando para ele quando senti o hálito quente bater na minha nuca.

— Literatura tinker bell? - sua voz ecoou fazendo o meu corpo arrepiar - Por que não estou surpreso?

— O que você está fazendo aqui Bucky? - perguntei me virando para ele.

— Tenho certeza que você sabia que eu frequentava essa universidade. - ele respondeu se jogando em sua cadeira.

— Eu quero dizer aqui nessa aula. - semicerrei os olhos.

— Gosto de literatura inglesa. - ele fez pouco caso

— Essa turma começou a três semanas e você não estava na lista, eu chequei! - lhe enviei um olhar de raiva.

— Hm, fugindo de mim?

Revirei os olhos e bufei me virando para frente, talvez se eu o ignorasse ele sumiria.

Infelizmente a cadeira ao meu lado estava vazia e ele pulou por ela se sentando ao meu lado e me fazendo revirar os olhos mais uma vez.

— Nate me pediu para ficar de olho em você. - ele sussurrou perto demais do meu ouvido enquanto o professor entrava na sala.

É claro que pediu, o meu irmão que arruinou o meu ensino médio não iria perder a chance de me infernizar até na faculdade.

Nate era dois anos mais velho que eu e capitão do time de lacrosse da nossa antiga escola, ele e Bucky mandavam e desmandavam dentro daquela maldita escola. No último ano de reinado deles Nate criou uma regra de que nenhum menino do time poderia ficar com a irmã de um membro do time, estando ou não esse membro ainda no time, e por algum motivo patético aqueles cachorrinhos obedeceram. E infelizmente qualquer menino que valesse a pena naquela escola estava no time de lacrosse. Isso me fez odiar atletas.

Bucky fez anotações da aula e não disse mais nenhuma palavra. Quando o professor dispensou a sala pude ouvir ele guardando suas coisas, mas meus olhos estão concentrados em Steve que conversa com uma garota ruiva muito bonita.

— Você poderia ser menos óbvia sabia? - Bucky disse e eu me viro para ele.

— Não sei do que você está falando. - faço pouco caso e começo a guardar as minhas coisas.

— Não é? - ele diz abrindo um sorriso traiçoeiro - Hey, Steve! - ele chama alto e eu paraliso.

— Finalmente achou o caminho de volta Barnes? - ouço a voz se aproximando mas sou covarde demais para me virar.

Tenho certeza que Bucky consegue ver o pânico no meu rosto pois seu sorriso se alarga.

— Pois é, eu e o archibald resolvemos prolongar as ferias esse ano - Bucky diz para Steve e eu fecho os meus olhos com força.

— E como ele está? - Steve pergunta e eu começo a pensar em como praguejar meu irmão e Bucky.

— Bem, aliais - sinto mãos agarrarem meu braço e me puxarem para cima - Essa é a irmãzinha dele, a Tin...

— Allie - abro os meus olhos e lanço um olhar mortal para Bucky enquanto o interrompo.

— Prazer Allie - Steve diz com um sorriso no rosto estendendo a mão para mim.

Bucky solta o meu braço e eu começo a torcer para a minha mão não estar suada enquanto seguro a mão esticada de Steve.

Steve tem um sorriso lindo e ainda mais brilhante olhando assim de perto, estou hipnotizada e aposto que com a maior cara de babaca. Quando soltamos as mãos Bucky solta uma risadinha e eu me pergunto se tortura é ilegal nos EUA.

— Eu preciso ir, te vejo mais tarde cara. - Steve diz para Bucky e acena para mim antes de se virar e ir embora.

Eu ja disse que a bunda dele é perfeita? Deus tem mesmo seus preferidos.

Pego a minha bolsa e começo a andar em direção a porta para o mais longe possível de Bucky, mas sei que os passos pesados atrás de mim são dele. Se ele entrasse em outra aula minha eu iria surtar. Paro no meio do corredor e me viro para ele.

— Para de me seguir! - ordeno e ele sorri, o que me deixa mais irritada.

— Não estou te seguindo, o corredor não é seu Tinker Bell! - ele diz com aquele sorriso idiota de lado.

— O campus é enorme, você pode ir andar por outro corredor!

— Eu gosto desse corredor.

— Você gosta é de me irritar! - falo deixando transparecer a minha irritação pela voz - Quer saber, fica com esse corredor.

Dou as costas e começo a andar para o outro lado.

— Você tem aula de ciências políticas agora Tinker Bell, é para esse lado. - ele fala alto e eu não preciso me virar para saber que ele esta se divertindo.

—Eu não acredito que você tem o horário das minhas aulas! - me viro para ele outra vez e se um olhar pudesse matar ele cairia no meio desse corredor lotado.

—Eu te disse, Nate me mandou ficar de olho! - ele cruza os braços.

— E você como um bom cachorrinho esta obedecendo. - sorrio cinica para ele.

Nos encaramos por alguns segundos e decido que a aula de ciências politicas de hoje não é tão importante, Bucky podia se divertir sozinho com ela. Dou as costas mais uma vez para ele e vou para o dormitório.

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