13. what comes after halloween.

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agarre o momento e saboreie
você não tem motivos para ter medo.

Na manhã seguinte quando acordo demoro alguns instantes para perceber onde eu estou, o quarto ainda está um pouco escuro devido a janela estar fechada, mas posso ver sob as frestas que o dia já clareou. Estou deitada em cima de Bucky, seu peito sobe e desce com a respiração calma. Desencosto a cabeça de seu peito e deparo com seus olhos azuis deslumbrantes me observando.

Um pensamento rápido percorre a minha cabeça, não tenho certeza se ele me quer por perto tanto quanto ontem a noite. Não consigo ler a expressão em sua cara de sono, e a aflição toma conta de mim.

Eu me mexo para sair de cima dele mas rapidamente seus braços fortes me prendem no lugar.

— Bom dia. - ele fala primeiro e a sua voz rouca parece fazer cócegas em mim. - Eu te acordei?

— Bom dia. - sorrio para ele e seus olhos parecem brilhar. - Não me acordou não, faz tempo que você está acordado?

— Não tenho certeza. - um sorriso tímido aparece em seu rosto. - Eu gosto de te assistir dormir e você parecia tão confortável em volta de mim que eu não quis me mexer.

Volto a deitar a minha cabeça em seu peito, seu coração está tão calmo, gostaria de saber por quanto tempo essa calmaria duraria. Eu estava com medo de me levantar e ele voltar a falar sobre como não podíamos ficar juntos, isso era tão ridículo. Eu não queria que tudo ficasse estranho outro vez. Cada pequena parte do meu corpo estava ansiando por ele.

Me sentia de novo de volta aquele verão com 15 anos em que passei as férias todas tentando chamar a atenção dele e quando ele percebeu começou a fugir de mim, assim que eu entrava em um cômodo ele saia correndo como se eu fosse o enfeitiçar, e quanto mais ele fugia de mim, mais eu queria a atenção dele. Mas então o verão acabou e ele estava no último do colegial, cheio de garotas atrás dele e eu era simplesmente invisível para ele.

Eu não queria mais ser invisível, nem para ele, nem para ninguém. Quando entrei na faculdade achei que esse era o momento de ser eu mesma e escrever uma história diferente, achei que nunca cruzaria com ele no campus e frequentaríamos círculos de amizade completamente diferentes, que ele nem se importaria onde eu estava.

Mas agora aqui estou eu, sendo outra vez a garotinha patética que espera pela atenção dele. Sinto um aperto no peito e a minha garganta se fechar. E ele iria voltar a me ignorar no momento que passássemos por aquela porta.

Me levanto de abrupto e sento na cama, talvez eu devesse ir embora, poupar o trabalho dele me dispensar.

— Allie? - ele se senta ao meu lado. - Tudo bem?

— Eu não sei... - não sei se consigo encarar ele, então olho para a porta, ela não está tão longe. - Você vai voltar a me ignorar quando sairmos do seu quarto? - as palavras saem da minha boca como um sussurro.

— Não... claro que não. - ele coloca a mão no meu rosto e o vira para ele, meus olhos sobem devagar pelo seu rosto até encontrar os olhos azuis profundos dele. - Eu quero muito estar com você... mas isso precisa ser um segredo por enquanto, tudo bem? Eu preciso falar com o Steve... e... - ele faz uma pausa e respira fundo. - E com o Nate.

— Por que você se importa tanto com o que o Nate acha?

— Porque ele é o meu melhor amigo desde sempre, eu não posso simplesmente jogar isso no colo dele. - ele fala calmamente e eu desvio o olhar do seu.

— E se ele disser que você não pode ficar comigo? - pergunto olhando para janela e Bucky continua em silêncio. - Você vai se afastar não vai?

— Eu me importo muito com o Nate, mas não ao ponto de deixar ele mandar no que eu sinto. - ele diz e eu me viro para ele outra vez. - Mas talvez se a gente conversar com calma tudo fique bem.

Concordo com a cabeça e ele me abraça. O que ele quis dizer com isso? Ele sente alguma coisa por mim mesmo? Tipo, não é só sexo?

Eu nem sei o que eu queria que isso fosse, essa porra era mesmo confusa. Eu queria que tudo fosse mais simples.

Prolongamos o dia o máximo que pudemos. Bucky tinha descido e buscado algumas coisas para comermos, nada muito nutritivo, como salgadinhos, doces e Coca Cola. E passamos o dia inteiro em cima da sua cama, eu estava vestido apenas a camiseta dele e ele uma cueca preta, mas as coisas não foram mais longe do que alguns beijos, o dia foi bem morno a base de Netflix, mas as vezes fazer pequenas coisas com quem a gente gosta é o suficiente para ser um dia bom, e esse definitivamente foi um dia bom.

Eu gostava dessa versão do Bucky que era só minha.

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