22. flowers and coffee.

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Não leia a última página
mas, nela, eu fico quando você está perdido e eu estou com medo.

Quando acordo na manhã seguinte Bucky não está mais ao meu lado e não consigo evitar que uma onda de frustração percorra o meu corpo.

O conto de fadas da Cinderela nunca dura até a manhã seguinte não é?!

Eu queria não esperar tanto dessa situação, mas confesso que as vezes foge do meu controle.

Quando me sento na cama vejo que algumas pétalas de flores brancas e cor de rosa estão espalhadas pelo chão formando um caminho até a porta fechada.

Minhas pernas parecem bambearem no instante que fico de pé e vou até a porta. Respiro fundo e abro a porta de devagar tentando me preparar para o que me espera do outro lado.

Mais flores formam um caminho até a pequena bancada na cozinha.

Uma mesa de café da manhã está posta com nosso jogo de louça rosa e um pequeno vaso de flores no canto.

Ouço a porta do quarto de Cheryl se abrir e me viro em sua direção, ela está caminhando calmamente como se não tivesse nada diferente.

— Bom dia raio de sol! - ela abre um pequeno sorriso para mim indo em direção a porta de saída. - Lembre o último romântico da face da terra que ele terá que varrer tudo isso mais tarde.

Mas antes que eu possa dizer alguma coisa ela sai e fecha a porta me deixando sozinha.

Onde Bucky está?

Tudo está quieto demais para ter outra pessoa por aqui.

Ligo a cafeteira e o aroma de café começa a preencher o ambiente. Esse cenário não faz sentido nenhum, por que ele faria um caminho até a bancada com pétalas de flores e sumiria?

A maçaneta da porta gira chamando a minha atenção e Bucky entra com quatro sacolas de papel nas mãos.

— Não acredito que você já acordou!  - ele reclamando colocando as sacolas em cima do balcão. - Eu não terminei ainda de arrumar o nosso cenário de filme clichê de romance.

— Se você não queria que eu levantasse porque já espalhou pétalas de flores pelo chão do meu quarto? - falo abrindo um pequeno sorriso.

— Eu só queria ir adiantando as coisas. - ele fala parecendo desapontado e não consigo segurar o riso.

— Eu amei de qualquer jeito. - me aproximo dele lançando meus braços em volta do seu pescoço e ele segura a minha cintura. - Para quem não curte muito filmes clichês você está até se saindo muito bem.

— Eu te avisei que tinha meus planos. - ele sorri. - Agora de meia volta e volte para o seu quarto e se arrume para as aulas enquanto eu termino aqui.

Qualquer controle que estava tentando manter vai embora rapidamente, eu estou praticamente saltando de felicidade de volta para o quarto.

Pego as primeiras peças de roupas que parecem combinar e as visto tão rápido que se algo tivesse do avesso teria passado despercebido.

Entro no banheiro e escovo os dentes e o cabelo antes de passar um pouco de corretivo nas olheiras, blush, rímel e brilho labial.

Quando volto para a cozinha Bucky está sentado me esperando com croissants, waffles, frutas, iorgut, geleia, suco e café.

— Você sabe que se formos comer tudo que está aí vamos perder o primeiro tempo né? - pergunto me sentando ao seu lado.

— A primeira e a última aula em uma sexta feira não são relevantes. - ele sorri servindo café para nós dois.

— Adoraria saber o que você considera relevante na sua grade curricular já que tudo bem perder a primeira, terceira e última aula. - arqueio a sobrancelha.

— Eu acho muito relevante passar um tempo com você e jogar lacrosse. - seu sorriso se alarga.

— Eu não faço parte da sua grade curricular, e acho que não existe ainda aulas para compreender Allie Archibald. - falo sorrindo para ele.

— Mas se um dia existir, quem vai dar essa aula sou eu. - ele diz convencido.

— Você está convencido demais para quem só comprou uns croissants e despedaçou flores!

— Hey, você disse que amou! - ele reclama. - E além do mais, eu te conheço melhor que qualquer um.

— Convencido! - reviro os olhos e depois dou risada.

— Eu sei muito mais do que você imagina. - ele sorri de um jeito doce.

Sinto vontade de perguntar o que ele quer dizer com isso mas somos interrompidos pelo toque do seu celular.

Bucky olha a tela rápido e recusa a ligação, não consigo ver quem era, mas a expressão de Bucky parece mudar por alguns segundos e sinto um pequeno aperto no peito.

— Cheryl não ficou muito feliz com a sua pequena bagunça. - mudo de assunto enquanto pego um croissant.

— Oh, sim, ela reclamou um pouco quando acordou. - ele fala distraído. - Pelo visto tenho que conquistar duas pessoas ao invés de uma.

— Quanto trabalho para sair com uma garota ein?! - falo disfarçando o nervosismo com um sorriso.

— Não é um trabalho quando você gosta mesmo da pessoa. - ele solta as palavras no ar e um silêncio absurdo se instala.

Ele parece congelado no lugar e eu sei que não estou nem respirando agora.

Nenhum de nós dois consegue ter uma reação por alguns segundos até que o celular volta a tocar.

Bucky se levanta e vai atender no quarto.

E eu não consigo raciocinar direito para ter alguma reação normal.

Logicamente essas era uma resposta fácil de se chegar à conclusão, ele não estaria se esforçando tanto se não gostasse ao menos um pouco de mim.

"Um pouco" seria quanto exatamente?

Minha parte racional está gritando comigo para manter os dois pés no chão e não se iludir.

"Não seja emocionada" uma vozinha irritante diz dentro de mim.

Mas tudo o que eu mais quero agora é justamente ser emocionada e não ouvir qualquer parte racional que diz que isso tudo pode acabar a qualquer instante.

Respiro fundo umas dez vezes e quando Bucky volta tento não parecer tão tensa.

— Eu preciso ir. - ele parece um pouco sem graça. - Mas tenho tempo para te levar até a sua aula... se você quiser.

Concordo com a cabeça, término de beber o café na xícara e vou pegar a minha bolsa.

Caminhamos até a minha sala de mãos dados e eu posso jurar que todos os olhos estão focados em nós dois durante todo o caminho.

Sinto a minha mão suando frio e o meu peito batendo irregularmente.

Quando paramos em frente a sala nenhum dos dois sabe exatamente o que fazer, deveríamos nos beijar aqui na frente de todo mundo?

— Até mais tarde. - ele sorri sem jeito e eu solto a sua mão.

— Terceira aula? - perguntando tentando parecer o mais natural possível.

— Quem sabe. - ele pisca.

Bucky se afasta devagar e todas as células do meu corpo me dizem para ir com ele mas os meus pés não se mexem.

Respiro fundo e entro indo até o meu lugar de sempre.

Não tem mais do que meia dúzia de alunos presentes, talvez a primeira aula na sexta feira não seja mesmo o foco dos universitários.

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