24. hamptons.

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porque lá estamos nós outra vez,
na rua daquela cidadezinha
você quase ultrapassou o sinal vermelho
porque estava olhando pra mim.
Vento no meu cabelo, eu estava lá
eu me lembro disso tudo muito bem.

O relógio marca 20h30 quando batidas altas e rápidas são dadas na porta do dormitório e encontro um Bucky sorridente quando à abro.

— Eu sei que você me pediu pra parar com ideias absurdas... - seu sorriso se alarga um pouco mais. - Mas essa não é tão absurda... - ele me analisa por um segundo antes de continuar. - Os Hamptons fica a menos de duas horas daqui.

— Do que você está falando? - pergunto enquanto ele passa por mim e vai em direção ao meu quarto.

— Da nossa viagem de fim de semana. - ele fala casualmente enquanto entra no meu quarto e puxa uma mala debaixo da cama.

— Não combinamos nada. - cruzo os braços parando na porta.

— Na verdade combinamos. - ele joga a mala em cima da cama e se dirige para o meu armário. - Eu te disse a algumas semanas que deveríamos viajar.

— Você comentar casualmente que gostaria de passar um fim‑de‑semana fora não se caracteriza em combinar algo.

Bucky abre o meu guarda roupa e eu me aproximo dele, assim que ele coloca uma mão na gaveta de calcinhas eu lhe dou um leve tapa na mão para que ele pare.

Nos encaramos por alguns segundos como se fosse uma guerra somente de olhares para decidir quem manda.

— Você pode por favor arrumar sua mala rapidinho para podermos fugir por um fim‑de‑semana? - ele pede e eu revirou os olhos. - Allie...

— Eu detesto coisas de última hora, eu não consigo arrumar a mala sob pressão, - reclamo e ele ri.

— Um pijama, um biquíni, duas calças e duas blusas, talvez um vestido e eu posso escolher sua lingeries por você. - seu sorriso se torna presunçoso.

– Some daqui! - reviro os olhos.

— Te dou 15 minutos, depois disso eu vou realmente entrar aqui e jogar algumas roupas naquela mala e te carregar até o meu carro. - ele fala em um tom divertido se afastando e saindo pela porta. - Eu vou contar no relógio!

— Possessivo! - reclamo e ouço a sua risada.

Eu literalmente viro a minha gaveta de lingeries dentro da mala, não sou capaz de pensar direito sobre isso agora. Pego algumas roupas quentinhas e um pijama novo. A bolsinha com joias e a com maquiagem vão inteiras para a mala também.

Visto os meus tênis e arrasto a mala para fora do quarto.

— 10 minutos! - ele olha para o relógio e depois para mim. - Tempo recorde.

— Você carrega a mala já que a ideia foi sua!

Solto a mala no meio da nossa pequena sala e me viro para a porta de saída.

Bucky não reclama e carrega a mala os lances de escada em silêncio.

Eu estava tentando manter uma pose de calma e de quem não se importava muito, mas na verdade eu estava surtando por dentro e estava usando todo o meu alto controle para não transparecer.

Mas conforme os minutos passam enquanto ele dirige e cantamos músicas toscas ou brincamos de jogos de estrada que inventamos quando criança, tudo parece se acalmar, as coisas são tão leves e familiares entre a gente que é como a sensação daquele abraço quentinho que você recebe quando chega em casa, casa... talvez esse sentimento de se sentir em casa seja mais sobre ter pessoas que te deixam feliz e segura do que um ambiente, uma cidade ou um país.

Pela primeira vez na vida eu sentia que pertencia a algo. Pela primeira vez eu me sentia a protagonista e não a espectadora de uma história que era conta.

Quando o carro para na frente da casa de férias da família de Bucky borboletas se agitam dentro de mim ansiosa pelo que está por vir e feliz por estar aqui com ele.

Bucky joga as chaves da casa pra mim e desce do carro indo até o porta-malas para buscar nossas malas enquanto caminho até a porta de entrada.

Eu não tenho certeza de quantas vezes já viemos aqui, apesar de ser um lugar incrível e lindo no verão, nunca passávamos tempo demais com a família do Bucky, parando para pensar agora, Bucky sempre passava mais tempo com a gente do que com a família dele e acho que eu nunca perguntei o porquê.

Abro a porta e um cheiro agradável de lavanda preenche o ar, a decoração é bem minimalista, mas da um ar de sofisticado chique incrível ao ambiente. Ninguém podia negar o gosto incrível de Winnifred Barnes.

Quando olho para trás Bucky esta vindo na minha direção carregando nossas bagagens, uma ideia estupida sobre um dia ele estar fazendo a mesma coisa enquanto nos mudados para nossa propria casa surge involuntariamente na minha cabeça e me causa borboletas no estomago, malditas borboletas não solicitadas que me fazem querer vomitar.

Respiro fundo e forço um sorriso que Bucky não perceber enquanto passa por mim e joga as malas no chão.

— Quer eu te carregue porta a dentro também? - ele pergunta de um jeito divertido e não consigo conter a pequena risada que escapa dos meus lábios.

— Com toda a certeza. - respondo brincando, mas vejo em seu rosto o momento exato em que ela toma a decisão de que iria mesmo fazer aquilo. - Bucky, não!

Dou um pequeno passo para trás e ele da mais um para frente.

— Foi você que pediu. - seus olhos tem um brilho divertido que faz tempo que não vejo.

— Eu não estava falando sério. - levanto as mãos em uma tentativa de o impedir sem sucesso.

Bucky me levanta do chão com a maior facilidade do mundo, como se eu fosse leve como uma pena. Jogo os braços  envolta do seu pescoço e me aninho em seu colo. Ele tem um sorriso bobo nos lábios e tenho certeza que são um reflexo dos meus.

— Bem vinda senhorita Archibald. - Bucky diz me colocando no chão da enorme casa vazia.

— Muito obrigada senhor Buchanan Barnes. - falo em um tom exagerado de cordialidade e Bucky arqueia a sobrancelha.

— Eu prefiro só Bucky mesmo. - ele diz enrolando uma mecha do meu cabelo nos dedos e evitando o contato visual.

Hnm, estranho.

— Ok... mas eu também prefiro só Aliie. - digo em um tom descontraído tentando não deixar ele erguer a muralha da qual ele sempre se esconde atrás.

— Eu prefiro Tinkerbell. - seus olhos encontram os meus e eu sei que existe algo por trás deles mas prefiro deixar passar por agora.

— Se isso te fizer lembrar do halloween passado por mim tudo bem. - conforme as palavras saem da minha boca um sorriso sacana vai se formando nos lábios dele.

Bucky me puxa para um beijo desajeitado e desesperado, como se houvesse ali uma urgência, como se fosse tudo que ele quisesse no mundo.



                         





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