14. little secret.

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E lá estamos nós outra vez, quando ninguém precisava saber
Você me manteve como um segredo, mas eu te mantive como um juramento.

Saímos da fraternidade no meio da madrugada, quando a casa estava em absoluto silêncio, para não correr o risco de alguém nos me pegar no pulo e termos que explicar porque eu ainda estava usando a minha fantasia de halloween.

Descemos as escadas na ponta do pé, apenas o celular de Bucky clareava os degraus. Confesso que a adrenalina de estar fazendo algo escondido era boa.

Quando estávamos nos últimos degraus escutamos passos, olhei para a porta e reparei que o hall de entrada era grande demais, não conseguiríamos correr até a porta sem quem quer que seja que estivesse vindo na nossa direção, nos notasse.

Bucky desligou a lanterna e me puxou para o lado direto, um corredor escuro. Minhas costas bateram na madeira e Bucky sussurrou um "desculpas" quase inaudível.

Vimos um vulto passando por nós e em seguida passos na escada, não demorou muito para ouvirmos uma porta se fechando.

O meu coração estava acelerado e só então percebi que estava prendendo a respiração, a soltei em um longo suspiro e Bucky riu baixinho.

— Não teve graça. - sussurrei para ele.

— O medo não te excita? - seu hálito bateu na minha pele e senti meu corpo arrepiar. - Eu sei que sim.

Sua mão subiu suavemente pelos meus braços causando um formigamento enquanto subia para o meu rosto e me puxava  para um beijo. Sua língua brincava dentro da minha boca me causando algo que eu nunca havia sentido antes, não com um beijo pelo menos.

Eu queria mais, muito mais, queria que ele tirasse a minha roupa ali mesmo e fizesse o que quisesse comigo. Queria finalmente o sentir dentro de mim. Queria ser inteira dele.

— Vamos embora. - ele sussurrou separando os nossos lábios. - Ou eu vou te arrastar para o meu quarto outra vez e nunca mais te deixar sair.

— Não seria uma má ideia. - falei e pude sentir que ele sorria devido à proximidade que nossas bocas ainda estavam.

Ele se afastou um pouco e segurou a minha mão me guiando até a saída e depois até o seu carro. E pela primeira vez odeie o quão perto a fraternidade era dos dormitórios. Eu não queria me despedir dele.

Ele para em em frente ao prédio e quando me viro para ele, ele parece ter um olhar de cachorrinho sem dono, eu poderia rir se não soubesse que eu devo estar exatamente com o mesmo olhar.

— Você pode ficar se quiser... - sugiro e ele abre um pequeno sorriso.

— Pensei que a sua colega de quarto fosse muito religiosa e contra garotos no quarto de vocês. - ele diz segurando a risada e eu o encaro sem entender. - Não foi isso que você disse para o Steve?

— Ele te contou? - pergunto arregalando os olhos e Bucky não consegue mais segurar a risada. - Para de rir, você sabe que eu sou uma péssima mentirosa.

— Você não imagina o tanto que eu me segurei para não rir quando ele me perguntou se eu sabia que a Cheryl era religiosa. - ele diz entre risadas.

— Acho que posso ter uma ideia...

Abro a porta do carro e saio ainda ouvindo Bucky tentando parar de rir. Queria ver se ele estaria rindo caso eu não tivesse dispensado o Steve aquele dia. Ouço o alarme do carro ser ativado e seus passos apressados me alcançando.

O corredor e as escadas estão vazios, mas imagino que o pessoal deva estar em alguma festa badala, dificilmente ficava gente aqui nos fim‑de‑semana, os universitários tinha uma agenda muito cheia.

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