Trinta e dois

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Jungkook não queria, mas tomou uma certa distância daquele corpo tão pequeno que agora parecia olhar para si... desanimado?

Não era para menos. Ele se sentia da mesma maneira, mesmo de que ele quem tivesse findado tal contato.

Queria ter continuado e sentido melhor o humano, passado as suas mãos por aquele corpo de que parecia que fora feito na medida certa às suas digitais, que se encaixavam com maestria e precisão. Era um toque certeiro, bom, único.

O cheiro do Jimin estava impregnado em si, o gosto do sangue alheio, como do beijo também, ainda passeava na sua boca. E ele estava quase enlouquecendo com aquela sensação gostosa, boa. Boa demais.

Mas não. Aquilo era assustador, mesmo que seja bom.

Então, num piscar de olhos, deu as costas pro humano e foi em direção a um quarto de que costumava ser seu refúgio quando se sentia meio assim, maluco. Sentindo o seu peito queimando de uma maneira na qual ele achou que jamais pudesse sentir de novo, mas ali estava ele, entregue aquele sentimento; entregue aquele humano.

Podendo ouvir de onde estava, que era outro cômodo, o coração do Jimin bater de forma desenfreada, o que o fazia acreditar de que estaria da mesma maneira se tivesse um funcionando.

Ele estava perdido. Se sentia assim...

— Eu não posso, eu não posso, eu não posso... — Disse, baixinho, adentrando aquele cômodo e sendo incapaz de não olhar para outro lugar se não fosse o chão. Atônito e pensativo. — Eu quero, mas não... não posso... — Murmurava.

Num suspiro meramente dramático, arqueou de seu rosto pela primeira vez naquele lugar, vendo uma poça de água cristalina e reluzente, sendo a única coisa de que poderia reluzir seu semblante de imortal, já que espelhos não poderiam refletir nada de si.

Olhar para si, após beber do sangue do Jimin, era bom e bizarro. Seus lindos e costumeiros olhos azuis não estavam mais ali, e sim, orbes escarlates e demoníacas, brilhantes e chamativas.

Jimin havia feito aquilo por si. E ele sequer sentia a mínima dor em seu corpo agora.

— Ou eu posso?

Pensou no humano, olhando todas aquelas pinturas de que vinha fazendo há algum tempo naquele quarto sozinho, de sua humana falecida e o seu filho. Agora, mal entrava naquele quarto, já que agora tinha de cuidar do humano que corria perigo constantemente. Podia apreciar com calma cada detalhe de todos os quadros que fez, admirando o rosto vívido dos dois ali, olhando-o.

Haviam quadros de que seu filho ainda era um bebê, outros quando ele faleceu, que era já um senhor de idade, e outros quadros de seu primeiro amor, a Anne. Sempre sorridente e fazendo-o sentir o verdadeiro amor na sua pele, quem lhe deu força de vontade para sobreviver em meio às desgraças de que ocorriam consigo naquela época. Amavam-nos. Sempre amaria.

Sorriu, pequeno, admirado. Se sentindo completamente bem.

Até que, novamente, pôde ouvir ruídos vir do outro cômodo, sendo claramente o Jimin ali, acordando-o daquele transe.

O humano mexia consigo. O fazia se sentir bem, uma agonia gostosa em seu peito, fizera Jungkook desejar a si, e além de tudo, cuidou dele. Deixou com que o vampiro mordesse de seu pescoço para tornar-se um vampiro completo, livrando-o de todas as dores, e também deixando-o naturalmente mais forte.

O humano havia passado poucas e boas nas mãos de seres iguais ao Jungkook, porém, ainda sim, confiou nele para isso.

Jimin sentia o mesmo que si? Não sabia. Mas sabia de que aquele ser era especial. Contudo a ideia em viver algo consigo não parecia tão correto assim, afinal, Jungkook jamais o transformaria, eles veria o humano definhar, constantemente viveriam em perigo, e será de que o vampiro estava pronto para ver isso acontecendo de novo? Era isso que o assombrava.

Estalou a língua no céu de sua boca, indo até uns pincéis que havia feito a partir de galhos e trapos da natureza, como também tintas naturais de flores e plantas, pronto para fazer uma pintura dele; Jimin.

Não pensando em nada, não querendo se preocupar com nada, apenas querendo ficar sozinho e mergulhando na sua mente, no âmago mais profundo, questionando-se o que seria de si agora que tinha certeza de que realmente o Jimin havia chegado numa parte nova em seu coração de que jurava não ser capaz de sentir mais nada.

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E aaaaai, o que acharam?

E sim, ele assumiu que sente algo pelo Ji, finalmente né, mas também n é como se me surpreendesse

Espero que tenham gostado e, se sim, não esqueçam do voto ♥️

Lua de Sangue • JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora