Cineminha || cap 14

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Estou conversando com meu irmão por ligação, ele disse que provavelmente vem para cá semana que vem, tem pendências a resolver...

— Quais tipos de pendências? — Pergunto confusa, já que ele não ficara tempo o suficiente aqui para fazer muitas amizades.

— Nada demais. — Ele diz com seus olhos inquietos, como se olhasse para um lado e para o outro, observando alguém.

— Que barulhos são esses aí hein? Você tá na casa da vovó? — Pergunto.

— Ahn, na verdade não. Eu tenho que ir, tchau irmãzinha! — Ele diz apressado e antes que o mesmo desligue, consigo perceber outros garotos aparecendo ao seus redor.

É estranho...Aos fins de semana ele geralmente fica com a vovó; Pelo que sabemos, né.

* * * *

Segunda feira, finalmente. Devo admitir que durante a semana eu imploro pelo fim dela, e durante o fim eu imploro para que volte.

Ganhei um skate novo no domingo, saí para andar sozinha, já que não falo com Lia desde sexta. Não gosto de atrapalhar o encontro de ninguém...

Cheguei na escola, ponho minha bicicleta no bicicletário e entro na escola.
Estou no meu armário pegando os livros e pondo minhas coisas, mas me assusto quando fecho o armário e vejo Anthony.

— Porra que susto! — Encosto a cabeça no armário.

— E aí, como tá? — Ele sorri ficando de frente para mim.

— Vivendo. Se divertiu no sábado? — Pergunto tirando o mesmo da minha frente e começo a andar.

— Que? — Pergunta confuso.

— No sábado ué, social dos seus "amigos" e a Lia. — Ajeito meu óculos.

— Está com ciúmes? — Ele fica na minha frente enquanto anda de costas.

— Cala boca. — Fecho a cara e saio, deixando o mesmo sozinho. O que não adianta muito, já que ele corre atrás de mim.

— Foi uma brincadeira! E sim, foi legal. Não te convidei porquê imaginei que você não iria querer...

— Eu questionei sua falta de convite em algum momento? — Levanto uma sobrancelha.

— Grossa. — Ele revira os olhos.

— Tenho física agora, se me der licença...— Digo abrindo a porta da sala.

— Essa sala é de música... — Ele comenta e eu saio rapidamente.

— Ok, sem problemas. Encontro a de física. — Ando procurando a sala.

— Poderia simplismente me pedir ajuda, não acha? — Ele encosta o ombro em uma parede e cruza as pernas.

— Eu estudo aqui a quase 4 meses, tenho quase certeza que consigo achar uma sala sozinha. Obrigada por sua não-ajuda, Anthony. — Digo virando para o mesmo e forçando um sorriso.

— Ih, o que deu em você hein? Está ignorante do nada... — Diz fingindo estar triste.

— Oh bebêzinho, não fique triste se alguém falou grosso com você, coisinha frágil. — Digo de modo sarcástico, o que o faz revirar os olhos e sorri.

— Mas é serio, você está muito estranha... — Ele me examina com o olhar.

— Eu realmente preciso ir para minha sala. Faltam 2 minutos para o sinal bater, se ousar me atrasar um segundo a professora me assassina com o olhar! — Digo voltando a procurar as salas.

— Depois a gente conversa, então. É essa sala aqui, burra!

Ele aponta para a porta que estava ao seu lado e eu vou até a mesma e entro rapidamente.

— De nada né... — O ouço murmurar.

* * * *

Lia havia me chamado para ir ao cinema, hesitei porém acabei por ceder.

Vesti, por fim, um vestido preto colado, uma jaqueta de couro, uma de ombro preta e um all star preto.

— Lia, quem mais vem? Você sabe que eu odeio esperar, e jaja o filme começa. — Pergunto inquieta.

— Calma, estão chegando. — Ela olha para o fim da rua.

Uns garotos, 2 garotas e...Anthony?
Todos se cumprimentam e chega a vez de eu falar com Anthony.

— Oi. — Digo neutra.

— Tá gata hein. — Ele me fita e sinto minhas bochechas queimarem, mas disfarço.

— Obrigada. — Dou um sorriso rápido e leve.

— Já parou com a birra de hoje cedo? — Ele pergunta enrolando seu braço em meu ombro e me puxando para seu lado.

— Não faço birra, não sou criança. — Reviro os olhos e me afasto.

— Sei...

Entramos na sala e de um lado meu estava Lia, do outro...Anthony.
Estamos vendo um filme de terror, minha mão direita está apoiada no braço da cadeira e a esquerda de Anthony também.

Que aflição, Jesus!
Essa cena está me dando vontade de ir embora só pelo forte suspense.

A personagem principal está andando pela casa escura com uma lanterna nas mãos e encontra um corpo sangrento, o que faz todos se assustarem, inclusive eu.
Sem querer segurei com força a mão de Anthony, apertando os olhos para não ver o filme.

Anthony ri da minha cara, chega perto de mim e diz.

— Pode abrir os olhos tá. O corpo não vai te morder. — Ele diz e eu abro os olhos.

Percebo que ainda estou segurando sua mão e a largo imediatamente, o fazendo rir de leve e rapidamente, revirando os olhos.

O filme acaba e todos nos despedimos, sobrando apenas eu e Anthony no caminho para casa.

— E aí... — Ele tenta quebrar o silêncio.

—Filme legal né. — Digo sem tirar os olhos da rua.

— É, tão legal que você quase teve um ataque cardíaco. — Ele ri.

— Era proposital. — Minto.

— Acredito... — Responde de modo sarcástico.

Continuamos até em casa calados, quando estava na minha porta Anthony se despede.

— Boa noite, Kiara.

— É Kie.

— Que? — Ele pergunta confuso.

— É Kie, ué. Se eu disse que você poderia me chamar de Kie, é para você chamar de Kie. — Digo cruzando os braços.

— Dramática... — Murmura.

— Oi?

— Nada não, linda. — Ele sorri falso e eu solto uma risada.

— Enfim, boa noite Ant. — Digo sorrindo, com um ênfase no Ant e percebo um sorriso de lado de Anthony, enquanto estava entrando em casa.

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eita eita hein fml
digo é nada não...

insta : mariagbbraz

A garota da casa ao lado || Anthony LaRussoOnde histórias criam vida. Descubra agora