Não quero que você vá embora|| cap 30

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Levanto de minha cama, me arrastando pelo chão e me trancando no banheiro. Passei mais ou menos 5 minutos me encarando e refletindo sobre minha maravilhosa feiura matinal.

Como é possível alguém acabar de acordar e já estar tão feia, ou melhor, com a autoestima tão baixa?

Meu cabelo está todo desgrenhado, meu rosto amassado e meus olhos ainda tentam se abrir totalmente. Minha boca está rachada e seca. Tiro minhas roupas e ligo o chuveiro, pronta para um banho relaxante mas acabo pulando do chão quando percebo que esqueci de pôr no quente.

Após todas minhas higienes, saio do banheiro já vestida e ponho um short legging não muito curto, um top sem decote e um all star amarelo. Peguei minha garrafa de água e saí para caminhar no parque, com um fone no ouvido (assisto muitos casos criminais para saber alguns truques de defesa pessoal).

Era cedo e o sol estava claro, mas felizmente não muito quente. Parei no parque e comprei uma água com gás sabor limão, e logo depois voltei para casa.

Balanço minhas chaves e entro em casa, esperando que todos já estejam acordados, mas que não tenham despertado com meu barulho antes de sair. Com sorte, mamãe está na mesa dando uma sopa pro meu irmãozinho e papai está na sala, sentado no sofá, de frente para a TV e assistindo o jornal matinal.

Cumprimento todos e subo para meu quarto para tomar um banho. Estou tão suada que se eu espremer minha roupa é capaz de parecer que estou lavando roupas.

Em geral, não costumo ter esse hábito de caminhar todas as manhãs, mas decidi começar a ser saudável. Acredito que essa mudança vá durar muito tempo? Não. Provavelmente amanhã já estarei comendo hambúrgueres e me entupindo de brigadeiro, mas é a vida.

Me vesti normalmente, um short preto, tecido leve e uma blusinha regata com estampa de uma das minhas bandas favoritas. Deixo ao critério de vocês a imaginação de qual é. Desci as escadas, me juntando ao meu pai no sofá.

— E aí filhota? — Papai diz e me puxa pelos ombros pra dar um abraço, seguido de tapinhas nos braços e eu sorrio.

— Oi pai.

— Hoje eu e sua mãe estamos de folga e decidimos sair com uns amigos. Você se incomoda de...

— Ficar na casa do Anthony? Não me incomodo não. — Digo rapidamente e meu pai me olha desconfiado.

— Como sabe que vou sair com os pais dele? — Ele pergunta e eu balanço os ombros. "Não sei". — Bom, eu ia dizer para você ficar na casa da Lia, gosto da companhia dela para você, ela é uma boa menina.

— É. — Concordo tentando não rir. Se meu pai soubesse que uma vez ela voltou de casa as 2h da manhã, tendo saído escondida para uma festa e ainda estando bêbada...

— Vou comunicar os LaRusso que você vai ficar lá.

Assenti com a cabeça.

* * * * * *

— MEU DEUS! Esse é o melhor livro que eu já li na minha vida. — Comento, fechando mais um livro que terminei, e o guardando novamente na estante.

Após um tempo, meus pais me chamam e nós saímos para a casa dos LaRusso. Eram agora 20:35 da noite. Pus uma calça preta, uma camisa de manga curta lilás, e fui de chinelo mesmo. Eu ia ficar descalça e deitada na cama de Anthony a maior parte do tempo, de qualquer forma.

Tia Amanda abre a porta e nos cumprimenta. Ela me dá um abraço e sorri pra mim, simpática.

— Como está Kie? Faz uns 2 dias que não te vejo.

— Estou bem, tia. — Sorrio levemente.

Conversei um pouco com os adultos e depois pedi permissão para ir ao andar de cima.

— Pode ir, docinho. Seu namoradinho está esperando lá em cima. — Amanda diz doce, e eu a olho confusa. Imagino que ela esteja zombando, então apenas assenti e subi as escadas.

Bati na porta e Anthony grita para abrir.

— Oi Kie.

Fecho a porta e dou um abraço rápido nele.

— Quer fazer o que hoje? — Ele pergunta levantando da sua cadeira giratória e ligando os leds do quarto, e ligando a TV.

— Você leria um livro nesse momento apenas por eu pedir? Se sim, eu quero que você leia amor e gelato. Eu ainda não comprei ele físico então não posso te emprestar, mas se você quiser eu ensino a baixar pelo celular.

— Não vou ler.

— Vai se ferrar. — Ele se joga na cama ao meu lado, rindo.

— Quer ver qual filme?

— Coraline, com certeza!

O resto da noite foi divertida. Assistimos Coraline, jogamos Roblox e depois eu forcei ele a assistir T3ddy, o que confesso que foi um saco. Eu amo assistir T3ddy, mas como Anthony não fala português, eu tive que traduzir as partes e em alguns momentos não fazia tanta graça em inglês da forma que faz na língua original.

Ouvimos a porta abrir lá embaixo, e nós entreolhamos. Logo em seguida ouvi meu pai a gritar para que eu desça.

— Merda. — Exclamei, triste por ter que ir embora.

— Não quero que você vá embora. — Ele fica em cima de mim e abraça minha cintura, fazendo birra que nem criança.

— Nossa garoto, você é muito meu fã. Se eu pudesse, também não ia embora agora.

Levanto da cama, e calço meu chinelo enquanto estralo minhas costas. Anthony levanta e abre a porta para mim.

— Tchau Ant. — Digo pronta para sair do quarto e ele puxa meu braço, me dando um abraço apertado, com sua cabeça enfiada em meu pescoço. Depois do abraço, sorrimos um para o outro e eu saio.

Ok, gente. Eu não tenho certeza se isso são fezes andando pelo meu intestino (nem sei se é assim que funciona) ou se eu senti borboletas. Espero que tenha sido a primeira opção, não quero que nada estrague minha amizade com Anthony e não vai ser uma confusão dos meus sentimentos que vai mudar isso.

Desço as escadas ainda com um sorriso no rosto, mas o desmancho rapidamente ao ver que Amanda me olhava com um olhar desconfiado.

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oioi galera

por favor leiam minha fanfic nova! o nome é "More than enemies" e o primeiro capítulo já saiu. Se gostarem, por favor coloquem na biblioteca para receber os capítulos novos e não se esqueçam de votar e comentar 💕

A garota da casa ao lado || Anthony LaRussoOnde histórias criam vida. Descubra agora