Aquele Verão - JJ Maybank

19

- Summer Booker -

— Você nunca andou de avião? — meu tio sentado ao meu lado pergunta

— Uma vez, quando vim do colorado para outer banks.

— Então não precisa ficar nervosa, é a mesma coisa. — eu o entrego um sorriso e finjo concordar mas isto aqui é tudo menos "a mesma coisa"

A primeira vez que viajei de avião estava indo visitar meu irmão que sempre foi meu melhor amigo e não o meu pai que eu nunca vi na vida, também nunca sai da América e cá estou indo para a Europa, eu também nunca viajei na primeira classe, estamos quase em uma sala privativa, há um segurança na porta que revista tudo que entra pelas cortinas e me serviram comidas tão chiques que nem mesmo sei dizer o nome, estou quase tremendo de nervosismo, não consigo parar de imaginar como será quando chegar, nem parar de pensar em meu irmão chorando quando nos despedimos ou... em todo o resto que deixei para trás.

Por sorte meu tio e eu conversamos a viajem todo oque acaba me distraindo, quando Daniel decide dormir um pouco, aproveito para desenhar a vista daqui de cima, passo tanto tempo desenhando coisas aleatória que é como se eu fosse transportada para outra dimensão, e só volto quando meu tio diz que chegamos. Diferente das minhas fantasias, quando enfim descemos do avião não há ninguém segurando uma plaquinha escrito "Bem vinda, Summer" na verdade é assustador se dar conta que as únicas pessoas que vieram me ver são fotógrafos, há no mínimo duas dúzias de pessoas sendo barradas por seguranças enquanto meu tio me puxa até uma limusine gigantesca, meu tio diz para eu não me preocupar mas consegui ficar mais ansiosa que antes, este carro é gigante, há pessoas gritando o nome do meu tio e um homem de idade dirigindo o carro qual só consigo ver por uma pequena janela que da acesso à vista do pára-brisa.

— Que bom que está de volta, Senhor Daniel. — o homem está me encarando pelo retrovisor quando sorri — Seja bem-vinda, Senhorita summer.

Estou assustada demais para responder com mais que um sorriso, aos poucos meu medo vai sumindo e sou tomada por um choque, diante as janelas os diversos prédios que crescem, o homem simpático que está dirigindo me diz o nome de todo os lugares que passamos, me mostra museus, pontos turísticos e os lugares mais lindos que já vi, meu tio ao meu lado sorri dizendo que terei tempo para conhecer tudo que eu quiser, mas minha animação se vai quando os prédios somem e estamos em uma estrada cercada por pastos enormes, tanta área verde que já sinto falta do mar de outer bank, passamos por casas antigas, algumas pequenas outras gigantes, árvores, igrejas e estou meio distraída quando percebo o carro subindo, literalmente subindo quando noto o gigantesco muro que cresce diante de nós, olho para os lados mas é tão grande que nem consigo ver onde acaba, um portão de ferro de no mínimo cinco metros e não menos que dez guardas todos armados parados diante do portão que se abre assim que a limusine se aproxima, olhando para diante já posso ver uma casa, tão grande que parece estar tocando as nuvens, quando passamos pelo portão somos recebidos por um portal de árvore dos dois lados, todas do mesmo tamanho e com as mesmas folhas, um jardim gigantesco com a grama mais bem cuidada que já vi, penso que isto aqui não terá fim quando as árvores enfim acabam e contemplo a maior casa que já vi, na verdade chamar isto de casa seria blasfêmia pois isso parece maior que um castelo, me sinto em filme da Disney, janelas, varandas, tijolos e metros e metros e metros de altura.

Quando a limusine enfim para apenas alguns metros de uma porta enorme, o mesmo homem abre a porta para mim e meu tio, Daniel ao meu lado sorri enquanto olho a casa, parece velha mais ainda é tão linda e estou perplexa demais com toda essa grandiosidade para dizer algo.

— Bem vinda a Soldehill. O lar dos June. — sim eu já ouvi falar, nem lembro quantas vezes vi essa casa ou li este nome em revistas, a prestigiosa e famosa família june morando na mansão perfeita.