- Summer June -
Depois que desligo o telefone com Sarah e decido aproveitar o banheiro gigante do meu quarto, acho que ela está certa, estas pessoas nunca fizeram nada por mim, não tenho porque não aproveitar deste luxo por alguns dias. Estou enrolada em um roupão quando saio do meu guarda roupa e encontro uma mulher parada em meu quarto com uma caixa nas mãos, ela diz algo em italiano que não entendo então fala novamente.
— Desculpe, não estou acostumada com sua língua. Senhor June pediu que eu te entregasse para que você use hoje a noite durante o jantar — ela indica a caixa a colocando sobre a pequena mesa no canto
— E.. a que horas é o jantar..?
— Alguém irá vir te buscar mas é melhor estar pronta o quanto antes — ela pede licença e está quase indo embora quando tento falar, não estou acostumada a ser a garotinha rica que ganha tudo que pede na hora
— É... você pode... me trazer um dicionário de italino, por favor. — ela sorri para mim
— Claro. Se quiser aprender italiano podemos trazer um professor para você amanhã mesmo...
— Não, só um dicionário está ótimo.
Depois disso fico sozinha de novo, abro a caixa branca e encontro um vestido curto de cetim azul lindo, me visto como uma verdadeira riquinha com salto e maquiagem, por mais que eu queira conhecer a casa não arrisco sair do meu quarto agora então fico no meu quarto, sentada no chão oque parece um crime já que este vestido deve custar muito, eu desenho meu quarto, cada detalhe como se estivesse com medo de esquecer. Algumas horas depois ouço batidas na porta e encontro meu pai, parado ali meio deslocado com uma roupa diferente e muito mais chique.
— Que bom que já está arrumada, queria que você visse algo antes do jantar...
Eu concordo, fecho a porta e sigo meu pai em silêncio pela casa gigante, estamos de novo no primeiro andar, entrando em um corredor com uma única porta, tão grande que chega próxima do teto e não deixo de notar a maçaneta de ouro maciço que meu pai abre entrando em uma sala, um escritório na verdade, tão grande quanto meu quarto, as paredes repletas de livros que vão até o teto, um tapete vermelho estendido sobre o chão, uma mesa de madeira e uma poltrona logo atrás, reparo na parede atrás de vitral e o desenho de uma balança feito em vidro cinza, fico estagnada na sala encarando a balança enquanto meu pai anda até a mesa, abre uma gaveta colocando um grande livro preto sobre e senta-se na poltrona indicando a cadeira a frente de sua mesa para que eu me sente.
Só quando o abre que percebo ser um álbum, vira uma página específica a mim e estou vendo um garoto de no máximo vinte anos, tão magrelo e com espinhas parado em frente a uma faculdade que já vi algumas vezes na vida.
— Eu era novo demais... — meu pai diz com cuidado — E... eu não conhecia sua mãe direito, não éramos nem amigos.. não achei que ela iria conti-
Ele interrompe, me olha com cuidado e dou de ombros, não me importo, a ideia de minha mãe ter me abortado foi algo que até desejei certas vezes...
— Foram meus pais que assumiram o controle da situação.. eles deram dinheiro a sua mãe e me fizeram mudar de faculdade com medo de alguém descobrisse e pudesse vazar a informação para a impresa, eu não tinha controle sobre nada...— os olhos de meu pai tem certa dor que me fazem sentir certa compaixão — Só quando meus pais morreram que pude ter acesso as suas informações..
— Você não precisa-
— Preciso. — meu pai me corta — Eu preciso. Preciso que você saiba summer que jamais quis te abandonar, pensei em você o tempo todo, quando me formei, quando conheci Karen, e quando tivemos Sam, nunca deixei de pensar em você, quando Sam nasceu me senti culpado demais, pensava tanto em você que não conseguia amar meu próprio filho sem me sentir péssimo... — sua voz está sofrida e não consigo mais encara-ló — Fui para o colorado. Passei um mês inteiro lá, fui até o emprego de sua mãe mas não a encontrei e quando finalmente consegui o contato dela, me xingou de tantas formas diferentes... disse que eu não poderia te ver, que você não queria me ver e que a única coisa que podia ajudar era com dinheiro e foi por isso que comecei a pagar sua pensão, mandava outra quantia de dinheiro todo mês, mandava presentes e escrevia para você, não porque queria te comprar mas queria que você visse que estava arrependido, mas você nunca respondeu, nunca fez questão de falar sobre você e percebi que não podia forçar você a gostar de mim por mais que eu tentasse de tudo-
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Aquele Verão - JJ Maybank
Fanfiction"- Sol...- o encaro confusa mas jj explica: - Você é Summer, verão, e no verão faz sol e você é o sol da minha vida..." "Eu conheci Summer em um verão passado, e a amei desde então, desde que ela se tornou minha melhor amiga e desde que eu a perdi e...