Bodyguard • Billie Eilish • ✅

Chapter 25| Betrayed

25/27| Traída
Angie

Eu não sei ao certo o sentimento que passou no meu peito quando eu olhei na televisão e vi que a filha do empresário e bilionário Patrick O'Connell, tinha sido solta da cadeia por falta de provas da polícia. Alívio? Raiva de mim mesma por ter desistido dela tão fácil? Frustração em saber que eu não conseguia achar uma solução para aquele problema? 

Eu sentia um pouco de tudo, era como se meus divertidamentes estivessem brigando um com o outro. Um lado meu queria correr dali e tirar Billie do pai abusivo que ela tinha, o outro sabia que a única forma de a proteger, era se afastar.

Assim Patrick conseguiria o que queria, e assim Billie ficaria bem.

Mas qual é a definição de "bem"?

Como Billie ficaria ao chegar em casa e descobrir que eu saí sem falar com ela?

— Ele conseguiu o que queria — O ruivo ao meu lado murmurou, se levantando do sofá e desligando a tv.

Depois que eu saí da mansão dos O'Connell's, meu primeiro passo foi ligar para Finneas e contar a ele tudo o que eu sabia, contar que ele não estava sendo perseguido e quem tinha causado todo o acidente foi o pai dele, e não a família rival.

Finneas perguntou se eu tinha onde ficar e ofereceu a casa de Claudia para que eu pudesse passar a noite.

Claudia era uma mulher adorável, e assim como Finneas, ela também ficou surpresa com a notícia.

— Não entendo como um homem pode fazer isso com os próprios filhos — ela negou, ainda olhando para a tela da televisão mesmo que não passasse mais nada — E eu não acredito que eu fui burra em fazer exatamente o que ele queria —

— Eu acho que ele também não sabia que você acusaria a sua família. Mas de alguma forma isso só o beneficiou — expliquei, vendo a moreno se jogar no sofá com uma expressão de culpa — Não tinha como você saber dos planos dele. Você não fez nada de errado —

Ela foi muito corajosa, até. Claudia passou por cima de uma possível briga de pessoas grandes e salvou e abrigou alguém que ela pensou estar correndo risco de vida, sem se importar com as consequências que sua ação traria para si.

Queria ter um porcento de sua coragem.

— Eu queria poder fazer alguma coisa. Queria poder ajudar vocês — Claudia suspirou.

— Eu deixei um bilhete — mudei de assunto, olhando para as minhas próprias mãos — Eu sei que não posso resolver tudo sozinha, então deixei um bilhete para Billie, talvez ela saiba o que fazer —

E eu espero mesmo que ela receba, e que ela não fique com raiva de mim.

Imitei o movimento de Claudia, me jogando no sofá e suspirando.

Nós três ficamos um tempo em silêncio até que a campainha da casa tocou. Ainda era muito cedo para que Billie chegasse ali, então só podia ser uma pessoa.

Finneas quem se levantou, e em pouco segundos ouvi seus passos voltando para a sala.

— É pra você — ele deu caminho para que Laila passasse.

Ele sorriu fraco, já sabendo qual era o assunto que eu tinha que falar com ela e saiu do cômodo, ajudando Claudia a levantar do sofá.

— Eu soube o que aconteceu com a Billie... sinto muito — ela se sentou ao meu lado, colocando as mãos na minha coxa.

Eu me levantei, cruzando os braços e indo para o outro canto da sala, sem saber como reagir a falsidade da pessoa que um dia eu chamei de amiga.

— Você não tem nada para me dizer? — perguntei.