Epilogue

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Billie olhou para o júri, sentindo sua barriga tremer em ansiedade. Todos os olhares estavam nela. Olhares conhecidos como sua namorada, seu irmão e seu pai, e olhares desconhecidos. Ela não queria testemunhar contra o próprio pai, mas era isso, ou testemunhar a seu favor.

E isso ela não podia fazer. Não depois de tudo o que ele fez.

— Quando descobriu o que o seu pai fazia? — a resposta certa seria quando ela ainda era uma criança, quando ela precisou fazer um transplante e o médico toda semana chegava no hospital com um pulmão para que ela pudesse testar.

Essa era a resposta certa, mas não foi isso o que Billie respondeu.

— Eu fui sequestrada logo depois da minha formatura, e quando a minha guarda-costas me salvou, eu fui presa por crimes que eu não cometi. Algo dentro de mim só me avisou que meu pai estava por trás disso, então eu comecei a investigar — Billie se sentia mal de mentir depois de fazer um juramento de dizer apenas a verdade.

Mas se ela dissesse a verdade, eles iriam questioná-la do porquê de ela não ter dito nada para ninguém na hora, e ter guardado esse segredo consigo durante anos.

E se ela respondesse que ela porque, no passado, ela acreditava que deveria haver uma relação de poder para que o mundo funcionasse, ela certamente seria presa como cúmplice.

— Por que não foi imediatamente até a polícia? Seu pai cometeu crimes graves como tráfico de drogas e redes ilegais de prostituição. Sua denuncia poderia ter ajudado a salvar milhares de pessoa — O advogado de Patrick perguntou.

Ele já sabia que Patrick estava condenado, e queria fazer com que Billie se passasse como mentirosa e louca para que ele dissesse que ela inventou todas as coisas.

— Eu não disse por três motivos. O primeiro é que eu sempre soube que meu pai estava muito... íntimo de alguns policiais e adivinhei que ele tinha um cúmplice na policia. O que foi confirmado quando essas pessoas foram demitidas quando revistaram suas coisas e acharam transições para elas. Depois, meu pai me colocou na cadeia, me sequestrou e estava ameaçando a minha namorada, então eu tive... medo. E o último motivo é que... querendo ou não eu amo o Patrick. E foi difícil acreditar que ele fazia tanta coisa ilegal, quando dentro de casa ele demonstrava tanto amor. Do jeito dele, claro —

Nada daquilo era mentira.

Mas a última razão Billie não sentiu há alguns meses atrás, ela sentiu há anos atrás, quando ainda era uma criança e descobriu o que o pai fazia.

— A sua namorada, que também é a sua segurança? — o advogado pontuou.

— Sim, e que meu pai matou os pais, e que também tentou matá-la — Billie completou, fazendo o advogado ficar sem falas por alguns minutos.

Eles não tinham como provar a inocente de Patrick.

Ainda mais levando em consideração que quando Billie o levou para o hospital, no mesmo dia Angie entregou o caso para a polícia. O caso não estava completo, já que ela parou de trabalhar nele depois de ser ameaçada. Mas foi o suficiente para levar a polícia até a mansão dos O'Connell's, e Patrick não estava lá para esconder e destruir as provas contra ele.

Ele estava acabado.

— Sem mais perguntas — o advogado saiu, deixando Billie sozinha, e em poucos segundos ela estava voltando para seu lugar ao lado da namorada, que apertou sua mão e sussurrou o quão bem ela tinha ido.

Sim... Billie gostou de ouvir aquilo, e gostou de sentir as mãos da namorada nas suas.

Foi o suficiente para acalmar o seu corpo, e fazer com que aquele inferno passasse um pouco mais rápido.

Bodyguard • Billie Eilish • ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora