Chapter 5| Talk

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5| Conversa
|Angie|

Desde pequena, eu sempre tive o sonho de ajudar as pessoas. Não importava como, eu queria ajudar de alguma forma.

Eu via os filmes de super heróis na tv e queria fazer igual, queria ser uma super heroína e ajudar todos ao meu redor.

Acho que foi isso que me motivou a começar a lutar. Comecei simples, jiu jitsu. Eu era boa, e por isso entrava em competições onde eu sempre saía com medalha de ouro ou prata em todas.

Na adolescência, tentei algo diferente, mais violento. Muay Thai. E depois kickboxing.

Me alistei no exército e fui convocada quase na mesma semana. Eles não seriam doido de me rejeitar com o currículo que eu tinha.

Servi três anos, e depois saí. Eu pensei mesmo que no exército, eu poderia seguir meu sonho de ajudar as pessoas, mas eu só invadia terras distantes e via meus companheiros morrendo por entrarmos em territórios que não éramos bem-vindos.

Pensei então, que talvez, se eu servisse os civis, eu poderia ajudá-los.

Eu estava errada.

Um dia, depois de alguns meses servindo nas ruas e ajudando as pessoas, meus colegas de trabalho e eu tivemos que fechar a rua para uma blitz. Alguém enviou uma denuncia anônima avisando que um caminhão estava transportando drogas e a gente não pensou duas vezes em revistar todos os caminhões que passavam.

Quando já tínhamos revistado uns treze caminhões e tínhamos quase desistido, um homem suspeito parou na nossa frente.

Pedimos para ele descer do carro, ele desceu.

Eu me distrai por um minuto, e quando o homem viu isso, ele correu. Ele apenas correu.

E eu cometi um erro.

Eu ainda tenho pesadelos com esse dia.

O homem correndo, olhando para mim com terror em sua face, o som da bala e o sangue. Era muito sangue.

E eu, que já estava acostumada em ver sangue por conta dos anos que passei servindo, me vi apavorada com a imagem na minha frente.

Me aproximei dele, o revistando e gritando para chamarem a ambulância, mas era tarde demais.

Eu o matei. Eu matei um homem desarmado com um tiro no pescoço por um erro que eu cometi.

Não era como quando eu estava em serviço fora do país. Que trocamos tiros e se alguém morresse, era culpa de ambos.

Ali, era culpa unicamente minha.

Eu me distrai, eu atirei em um cara desarmado, eu fiz isso.

E eu deveria ser punida.

Pelo menos, eu pensei que eu seria, pensei que minha carreira estava acabada. Mas eu estava errada.

"Você fez o que era necessário, Clarke. Era ele ou vocês, você só agiu como no treinamento". Meu chefe disse.

Ele não me puniu, pelo o contrário. Ele aplaudiu minhas ações, dizendo que tudo bem um homem ter sido morto, contanto que não fosse um dos nossos.

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