Scarlet
Curvo a rua da minha casa depois de ter subido esse morro enorme e respiro fundo buscando o ar que foi se embora a uns segundos atrás. Namoral, odeio ser pobre.
Passo pela frente do bar da Lila escutando seu Juca me zoar por conta da minha blusa do Flamengo e eu zoando a dele por ser do Vasco. É sempre assim, virou rotina zoar um ao outro todos os dias. Vejo de longe minha vó abrindo o portão pra entrar pra casa, mas quando me vê decide esperar.
Zezé: Tava aonde Letinha?- pergunta colocando as mãos na cintura me intimando como se eu tivesse 12 anos.
Scarlet: Fui comprar carne pra fazer janta, mas tive que ir lá no pé do morro porque aqui pra cima tá tudo fechado, até desanimei de fazer comida agora.- cruzei os braços olhando pro meu pé com a kenner nova apoiada no meio fio.- e tu tava onde? Tá achando que tá muito rueira não Velha?
Zezé: Fala o que você não sabe não, bocuda- Voltou a abrir o portão.- cuida da sua vida, sai da porta da minha casa.
Eu rir abrindo meu portão pra subir pra minha casa. Vi um carrão passando e observei, os vidros fechados me impediam de ver quem estava dentro, mas que era um carrão, era!
Deixei pra lá subindo as escadas vendo as mensagens que as meninas estavam me mandando. O convite de hoje era uma festa privada na barra, mas pra falar a verdade não tava animada, ultimamente eu não estou animada pra nada disso na real.
Mas como trabalho é trabalho, já fui direto pro banheiro pra começar a me arrumar. Depois de ter tomado meu banho e lavado a juba, finalizei o cabelo do jeito que eu sei, que no caso é porra nenhuma. Sequei com o difusor e fui procurar uma roupa.
Peguei um vestido preto com um decote na cintura e um salto de tiras da mesma cor do vestido. De maquiagem fiz apenas um delineado e um gloss. Coisas leves.
Quando tava pronta avisei as meninas que ia pedir um Uber. Mas o que me chamou atenção foi a mensagem que chegou no meu WhatsApp.
+55 21 9********: Tô te esperando aqui enfrente tua casa.
+55 21 9********: Da pra eu te ver hoje na real?
Corri pra olhar na janela e o mesmo carro que passou quando eu estava entrando estava lá.
eu: Quem é?
+55 21 9********: Terê! Desce aí.
eu: como sabe onde eu moro?- perguntei curiosa, maluco.
+55 21 9********: Desce aí!
Eu visualizei a mensagem e chamei um Uber, arrumei minha bolsa colocando minha identidade e camisinha. Peguei meu carregador enfiando na bolsa e desci as escadas olhando pro carro pra ter certeza que era ele, mas todas as dúvidas foram tiradas quando ele desceu e se encostou no carro.
Gostoso como sempre, bermuda jeans, blusa da Tommy Hilfiger e tênis no pé. O celular na mão e os olhos em mim, ele me observou dos pés a cabeça sem deixar passar nada. Me aproximei dele e olhei dentro dos seus olhos.
Scarlet: Como sabe onde eu moro?- perguntei, fazendo ele abrir um sorriso de lado e olhar pro movimento da rua.
Terê: Tenho minhas fontes!- olhou pra mim tombando a cabeça de lado.- Não vai nem me cumprimentar?
Scarlet: O que você quer, Terê?- perguntei com uma expressão confusa no rosto, porque juro que não achei que ele iria me procurar de novo.
Terê: Me cumprimenta primeiro!- Estendeu a mão pra mim e quando eu peguei ele me puxou pra ele me fazendo encostar no peito dele. Ele abaixou a cabeça até meu pescoço e colocou meu cabelo pro lado. Deu um beijinho ali e respirou fundo sentindo o cheiro do meu perfume.- Cheirosa!
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Luxúria
De TodoEntregou-se tanto ao vício da luxúria que em sua lei tornou lícito aquilo que desse prazer, para cancelar a censura que merecia.