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Scarlet

Entro na casa subindo direto pro quarto sentindo meu coração batendo forte de ódio ainda, não passando por nada, garota me tirou do sério real é isso tá me deixando mais bolada ainda por isso nunca acontecer.

E eu sou assim pô, dou um boi pra não entrar em briga, mas dou uma boiada pra não sair de uma também. Tem que entrar em uma comigo sabendo que eu não vou querer sair, não sei a hora de parar, o ódio me consome e nada me faz sair de cima da pessoa quando eu pego pra descontar o que eu sinto.

Garota debochou de mim e eu não liguei, pra esses comentários que fazem de mim eu só sempre foda-se, cago mesmo, mas falar da garota desencadeou algo em mim que ninguém via desde quando alguém falou da minha mãe pela última vez.

Tiro a roupa entrando no chuveiro e molho meu corpo todo pra ver se esse ódio para um pouco, entro com tudo mesmo, lavando da cabeça aos pés. Fico ali tentando me acalmar e sinto as mãos enrolando minha cintura e eu tento tirar de mim.

Terê: Sem câo agora, Scar, tô nervoso pra caralho agora! Vamo ficar de boa e depois tu me xinga e desconta o que tá sentindo, jaer?- continuo de costas pra ele respirando fundo, mas logo viro e abraço seu pescoço e deito minha cabeça no seu peito.- Tá mais calma?

Scarlet: Tô tremendo de ódio, Juan, meu corpo todo tá formigando.- digo toda sensação que tô sentindo e ele acaricia minha cintura.- Garota conseguiu me tirar do sério.

Terê: Eu tô ligado pô, queria mesmo era ter matado aquela filha da puta.- falou e entrou comigo mais embaixo do chuveiro mas logo saiu.

Scarlet: E porque não matou?- ele me afastou um pouco e olhou pro meu rosto e eu olhei pra ele sem expressão nenhuma.

Terê: A vontade é essa pô, mas tudo tem que passar por alguém antes de agir, mas vai ser passado. Bagulho que eu não aceito é falar da minha filha.- me abraçou de novo e encostou o queixo na minha cabeça.- Porque tu defendeu ela daquele jeito?

Eu fiquei quieta parando pra pensar o porque da minha reação, mas não consegui entender. Foi instinto, quando ela falou eu só agi. Mas querendo ou não, na praia eu senti uma conexão com a Calena, o jeito inocente dela de quem não sabe nada do que acontece na sua vida, a presença feminina na vida dela faz falta e é uma presença que a avó dela não supre.

Scarlet: Não sei...- nego com a cabeça colando minha testa no peito tatuado.- Foi instinto, ela falou e eu agi. Escutei isso quando era criança, de que filho de peixe peixinho é e se concretizou.- olhei pra ele.- Mas eu não quero que a Calena seja como a mãe ou como eu.

Ele me encarou sério escutando cada palavra que saia da minha boca com atenção. Ele concordou com a cabeça e me abraçou novamente, segurou minhas pernas e deu impulso pra me pegar no colo.

Terê: Sensação de proteção?- perguntou me fazendo encaixar meu rosto no seu queixo.- essa sensação que tu sentiu?- eu parei pra pensar mas logo confirmei com a cabeça.

Scarlet: Não sei o que aconteceu com a mãe dela, terê, mas sei que ela sente falta de uma presença feminina na vida dela que a avó não preenche.- sinto quando ele concorda.- Eu vi isso na praia, quando entrei no mar com ela eu senti uma coisa forte pra caralho.- respirei fundo e neguei com a cabeça.- Só não deixa ninguém fazer mal pra ela.

Ele continua ali abraçado comigo embaixo da água, apenas um na presença do outro. Alguns minutos depois a gente sai dali sem dizer nenhuma palavra, mas era um silêncio bom. Eu me vesti e deitei na cama com uma vontade enorme de chorar por saber que eu tinha perdido o controle, as lembranças da minha mãe foram voltando e todo sofrimento que eu passei por ser filha dela.

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