Os três homens estavam atônitos com a declaração da menina, Nick, mais do que os outros.
Mas a menina não pareceu se abalar.— Eu não tenho filhos. — disse o detetive.
Antes que a garota pudesse dizer mais alguma coisa, o celular de Nick tocou.
— Eu… — o detetive olhou para os companheiros em busca de auxílio, e Hank fez um sinal para que atendesse. — Eu tenho que atender. Com licença.
A menina relutou em deixá-lo ir, mas o homem partiu mesmo assim.
— Burkhardt.
— Nick, que bom que atendeu. — a voz de Monroe soou preocupada do outro lado. — tem uma criança aqui, cara.
— Kelly. — Pensou o detetive em voz alta. — Estamos procurando por ele.
— Ótimo, nós o achamos. — respondeu o blutbad. — Mas como vamos fazer?
— Escute, Monroe. — sussurrou Nick. - Fale para ele ficar aí e vão para o meu carro. Não façam barulho algum, Hank e Wu podem ouvir.
— Certo, e o menino?
— Me informe a sua localização, eu vou buscá-lo.
— Nick. — chamou a voz infantil. — Nick, você sabe onde ele está?
Minutos se passaram e o detetive voltou para perto dos colegas de trabalho, que observavam a menina a uma distância considerável.
— Qual seu nome, querida?
A menina de cabelos loiros olhou para ele com os olhos marejados.
— Diana. — respondeu ela. — Diana Shade-Renard.
— Está bem. — o detetive conteve a vontade de desmaiar ali mesmo. — Diana, vamos procurar o seu irmão, okay?
— Okay. — a menina abraçou Nick outra vez, segurando-o mais forte.
O detetive ergueu a menina e saiu da sala acompanhado dos outros dois policiais, que demoraram para despertar do choque.Nick foi na frente, com a menina no colo, Hank e Wu seguiram atrás com as armas nas mãos.
Um cochicho baixinho se formava atrás de Nick, e ele pode ouvir algumas das palavras entrecortadas que Hank e Wu diziam.
— Shade-Renard? Que palhaçada é essa? — perguntou Hank.
— E eu é que sei? Vai ver é uma emboscada e esse tal de Kelly tem dois metros e meio e uma foice esperando para cortar nossas cabeças.
Nick desligou-se depois disso, não queria ouvir mais nada.
Algo lhe dizia que esse tal de Kelly, até mesmo antes do que o Monroe falou, não era um sujeito de rosto desfigurado e cheio de cicatrizes.
Algo no fundo de seu subconsciente dizia repetidas e lentas vezes: proteja-o.Nick ouviu uma respiração leve e parou bruscamente.
— É aqui. — avisou. — Kelly está por aqui.
Diana levantou a cabeça e olhou em volta, exasperada.
— Kelly? — chamou, os olhos começaram a marejar. — Kelly, você está aqui?
Ninguém respondeu. Mas a respiração continuou.
Nick colocou a menina no chão cuidadosamente e ajoelhou-se para ficar na altura dela.— Eu preciso que espere aqui, tudo bem? — pediu. — Fique com Wu.
Nick pôde sentir o olhar do sargento sobre ele, mas nenhum dos dois falou nada.A menina balançou a cabeça positivamente.
A garota afastou-se relutantemente e o detetive seguiu em frente, acompanhado de Hank.
— Acha que é uma piada, ou algo assim?— perguntou Hank, olhando-o de esguelha.
— Eu não sei de mais nada ultimamente, para ser bem sincero.
— Mas ela está brincando, não é? — disse o mais velho. — Certamente saberíamos se Sean Renard tivesse uma filha.
Nick não teve tempo de responder, sequer de pensar.—...Ainda mais uma filha com Adalind Shade. Estou gostando dela e creio que ela também gosta de mim. — Acrescentou Hank. — Ela teria me dito se tivesse tido uma filha com meu chefe, não?
Nick riu. Não foi para atormentar seu parceiro nem nada. Ele apenas riu.
— Do que está rindo?
— Ultimamente o mundo anda de cabeça pra baixo, meu amigo. Está ficando cada vez mais difícil distinguir as coisas.Então ele ouviu outra vez. Seguindo a respiração, Nick encontrou um menino de talvez três ou quase quatro anos, deitado no chão.
— Hank.
O parceiro aproximou-se do menino com rapidez.
— Está frio. — comentou. — Ainda vivo, mas frio.
Nick sentiu o coração parar por instantes.
O que foi que aconteceu ali, o que foi que mexeu tanto com ele, ao ponto em que está atualmente?Burkhardt pegou o menino no colo com sutileza e ele e Hank levaram-no até onde Diana aguardava pacientemente com Wu.
— Precisamos levá-lo a um hospital.
— Não! — exclamou a garota. — Não podemos. Eles não vão poder ajudar.
— Diana, seu irmão precisa de um médico. — explicou Hank.
A garota olhou para Nick.
— Você sabe onde levá-lo, Nick. Por favor.
De fato, se aquela criança fosse um Wesen como ele suspeitava, talvez, tratamento médico não fosse de muita eficácia.— Eu conheço uma curandeira. — disse o detetive. — Vou levá-lo para lá. Não podemos correr o risco dele ser alérgico a alguma medicação.
Hank semicerrou os olhos, olhou para Wu e então para Nick outra vez.
— Certo. Quando isso acabar, leve-os para delegacia ou nos ligue e mande a localização.
Depois disso, Nick seguiu para o carro acompanhado de Diana, que mantinha-se perto dele. Logo atrás ouviu Wu murmurando de como ele ia colocar aquilo em um relatório.
Céus, porque sua vida ficou tão complicada? Gostaria que a tia Marie ainda estivesse por ali para explicar as coisas, no entanto, agora tinha Rosalie e Monroe para fazê-lo entender o mínimo.
Agora, sua única preocupação era levar o menino a loja de Rosalie e rezar para que ela o salva-se.
Nota da autora
Desculpem a demora em atualizar, ando um pouco sobrecarregada e minha energia anda lá embaixo, mas trago mais capítulos já já. Muito obrigada a todos que estão acompanhando a história e tendo paciência comigo, adoro vocês. ❤️
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Unidos pelo Destino
FanfictionNick a odiava mais do que odiava qualquer outra pessoa. Adalind o odiava tanto quanto. Não possuíam nada de parecido, não tinham um vínculo, muito menos uma boa relação. Eles se odiavam com todas as forças, mas será que um feitiço que deu errado que...