Unidos pelo Destino

Capítulo XXI

O fogo na lareira ficava cada vez mais intenso conforme Adalind jogava as fotos no fogo.
Ela não queria mais essa vida, de maneira alguma.

Ela não queria ser uma Hexenbiest, o que o lado ruim significava para ela e os Wesen. Não queria que seu filho a temesse. Ela queria ser uma boa mãe. Diferente da sua.

Claro, ela era grata por muitas coisas. Teve uma casa, comida farta e boa educação. Mas amor era algo que faltou em sua vida.

Até o dia em que viu Nick Burkhardt encostado em seu carro do lado de fora daquela loja.

Olhando para ela.

O destino fez-se ali.
Seu fim selou-se ali.

Nick Burkhardt e ela eram opostos. Se detestavam acima de tudo. Esse ódio os consumiu por muito tempo. As rixas, as discussões, as lutas e a destruição de si mesmos. Mas ainda assim o destino cumpriu seu objetivo.
Eles tiveram um filho. Que pode não ter vindo de uma maneira convencional, no entanto, nenhum deles mudaria nada. Eles amavam seu filho incondicionalmente e fariam qualquer coisa por ele. Assim como fariam por Diana.

Por mais que ela e Nick não compartilhassem laços de sangue, fariam tudo um pelo outro.

Ela faria qualquer coisa por eles.

Eram sua família. Sua vida. Faziam parte de quem era.

Vendo as fotos de sua antiga vida queimar, Adalind sentiu uma imensurável paz dentro de si.
Ela não queria aquela vida. Não precisava mais dela.
Ela queria Diana. Queria Kelly. Ela queria Nick. Ela os queria e queria tudo e qualquer coisa que viesse pela frente.
Por que sabia que independente do que acontecesse, valeria a pena.

Ela deixou a antiga foto em que estava com os pais reduzir a cinzas, para somente então levantar-se.

Adalind ouviu o barulho da porta e virou-se em direção ao som.

- Mamãe. - chamou o menino. - Mamãe você vem? Diana e papai estão contra mim. Preciso de ajuda.

Adalind segurou o riso e se aproximou do filho.
Kelly estava com quase treze anos, os fios de cabelo escureceram, e os olhos também. Ele estava quase idêntico a Nick quando se conheceram.

- Estou indo, querido. - afirmou. - Você devia por um protetor de orelha, as suas estão congelando.

- Tudo bem, mas vamos rápido por favor. Eu não quero ser atacado outra vez.

Adalind concordou e vestiu-se para sair no clima frio. Quando voltou, o menino estava esperando por ela no corredor, para que saíssem juntos.

Ela chegou mais perto e tirou floquinhos de neve de seu cabelo. Então puxou o zíper do agasalho para cima, até o topo. Ajustou o protetor de ouvidos e sorriu para o filho.

- Agora sim, querido.

Ela estendeu a mão para o filho e ele a segurou sem hesitar.

- Um... - começou Kelly.

- Dois...

- Três! - eles disseram juntos e correram para fora.

Nick e Diana os pegaram assim que desceram o último degrau da varanda.

Diana derrubou Kelly em um amontoado de neve, caindo por cima do irmão caçula.
Nick segurou Adalind pela cintura e a ergueu no ar, jogando-a com cuidado ao lado de Kelly.

- Saia de cima de mim! - ordenou Kelly.

- Diana quanto tempo?

- Cinco segundos!

- Zero a sete para Diana! - exclamou Nick.

Adalind riu e olhou para o filho.

- Ela te derrubou na neve sete vezes?

- Isso só na primeira rodada. - disse Diana.

Kelly bufou.

- Certo, certo. - ele concordou. - Mas eram dois contra um. Eu estava em desvantagem.

- Hum.

Uma buzina ecoou repetidas vezes até que a voz familiar de Monroe ecoou.

- Oi, gente!

Nick ajudou Adalind a levantar e foi na direção dos velhos amigos, os filhos seguindo logo atrás.

- Ei Nick! - cumprimentou Monroe, abraçando o velho amigo. - Feliz Natal.

- Feliz Natal, Monroe.

Adalind abraçou Rosalie.

- Feliz Natal. - disse Rosalie.

Todos se cumprimentaram e abraçaram-se, desejando uns aos outros um feliz natal.

- Vamos entrar. - disse Adalind. - Está frio demais.

***

As risadas ecoavam pela casa.
Hank e sua esposa haviam chego, assim como Wu.
Até mesmo Sean Renard apareceu.
Diana e seu pai conversavam no sofá, Wu brincava com Ben e Logan, os dois meninos pendurados nos braços do homem, apostando quem aguentava mais tempo.
Já a menina de Rosalie e Monroe, Davina, tentava montar um quebra-cabeça com Kelly.

Adalind olhou para a família que conseguiu, a família que não esperava receber.
Todas os acontecimentos do passado, os sentimentos do presente e as probabilidades do futuro em sua mente.

Diana logo arrumaria um namorado, ou namorada, escolheria uma faculdade. Kelly jogaria no time de futebol da escola, conheceria uma pessoa bacana - no qual ela esperava muito que fosse Davina, a menina gostava de Kelly. Ela mesma admitiu. - E ela estaria velha. Ao lado de Nick.

E não havia nada, nada no mundo, que a faria arrepender-se disso.

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Notas da Autora

Último capítulo 🤧🤧🤧🤧.