O caminho até a casa de Adalind foi tranquilo. Horrível foi o que aconteceu depois.
Agora, sentado em uma cadeira do outro lado da mesa, encarando Adalind, Nick queria esgana-la.— Você por acaso surtou, detetive Burkhardt? — questionou. — Acredito que Juliete não iria gostar de saber de sua visita.
Adalind deu-lhe um mínimo sorriso.
— E nem Hank.
— Ria o quanto quiser, Adalind. — disse o detetive. — Mas eu estou falando sério.
— Não. — disse a Hexenbist. — Não está. Acho que enlouqueceu de vez.
Nick tirou um pen drive do bolso e mostrou-o a Adalind.
— Rosalie disse que estava preso no agasalho do menino.
— E o que eu tenho haver com isto?
— Você tem um computador?
Adalind revirou os olhos e saiu murmurando alguma praga a Nick, voltando com um laptop em mãos.
— Só não apague meus casos ou eu juro que mato você.
Ignorando os protestos de Shade, Nick conectou o pen drive e um vídeo de baixa qualidade rodou na tela.
Os olhos de Adalind fixaram o computador com descrença.
— Oi, você que está assistindo. — cumprimentou uma mulher loira. — Achou meus meninos, isto é bom. Espero sinceramente que seja eu mesma, ou Nick.
— Isso...
— Shiu. — silenciou Adalind.
— Eu queria manda-los para um tempo em que nós nos estendemos, mas o feitiço se estende automaticamente. Não consigo altera-lo. — completou a mulher. — Cuidem deles.
O vídeo parou bruscamente, como se algo tivesse interceptado.
Adalind se afastou e passou a mão no cabelo, respirando rapidamente.
A mulher do vídeo certamente era ela, alguns anos mais velha, mas ainda era a inconfundível Adalind Shade.— O que vai fazer agora que assistiu o vídeo?— perguntou Nick.
—Shiu. — interrompeu. — Estou pensando.
— Adalind, eu não acho que tenha muito o que pensar... Então...— batidas fortes ecoaram na cozinha.
Por um breve momento nenhum deles falou nada, ambos atentos a alguma movimentação.
As batidas ecoaram outra vez.
— Droga. — murmurou a loira.
— Quem está na porta?
Nenhuma resposta.
— Para onde você pretende ir?
— O quê?
— Para onde você pretende levar as crianças?
— Eu não...
— Certo. — Adalind revirou os olhos. — Você não pensou. Decidimos a caminho da casa de... Onde você disse que eles estavam?
— Na casa de Monroe.
— Isso, decidimos a caminho de lá.
Nick hesitou por um instante, antes das batidas soaram outra vez, mais agressivas.
— Vamos logo, saímos pelos fundos.
Eles saíram silenciosamente, caminharam com certa distância um do outro e evitaram se olhar.
— É mais seguro darmos a volta no quarteirão antes. — disse Nick. — Até voltarmos quem quer que fosse já terá ido embora.
Adalind encarou-o por um tempo, antes de finalmente parar.
— Eu por acaso tenho cara de quem fica caminhando por aí?
— Se você quiser voltar e encarar quem quer que estiver batendo na sua porta, o que não parecia muito disposto a fazer, fique a vontade.Relutantemente, Adalind seguiu Nick, que já estava a uma boa distância dela.
— Então, para onde você pensou em levá-las?
Nick suspirou.
— Com o tempo que me deu para pensar, srta. Shade, talvez em uma lanchonete. — disse-lhe seco.
Nick pôde sentir Adalind fuzilando-o com os olhos, mas não se deu ao trabalho de olhar.
— Você acredita nelas? — perguntou Adalind depois de um longo momento em silêncio. — Acredita nas crianças? Na mulher do vídeo?
— A mulher do vídeo é você. — respondeu Nick. — Ao menos se parece.
— Não é não.
— Se viagem no tempo é real, então...
— Ela não sou eu, Burkhardt.
— E o que te faz pensar isso? — questionou Nick.
Adalind não respondeu.
— Quanto as crianças, eu não sei o que dizer.
Ambos estavam prestes a atravessar a rua para casa de Adalind quando viram um carro saindo de lá. "Provavelmente de lá" pensou Nick.
— Merda. — murmurou Adalind.
— De quem é o carro? Me parece o carro do... — Nick observou a expressão fantasmagórica no rosto de Adalind. — É o carro do capitão Renard, não é?
Adalind andou mais depressa para casa, com Nick em seu encalço.
— O que você fez?
— Essa é a questão, Nick Burkhardt. — Adalind parou em frente ao carro do detetive. — Eu não fiz nada ao Sean, foi ele quem veio atrás de mim.
— Adalind... — Nick respirou fundo. — ... O que você fez?
Adalind virou a cara e observou os arredores.
— Entra no carro, agora.
Ela não protestou, apenas entrou e Nick contou até dez antes de entrar também. Agora, restava Rosalie descobrir o que fazer, porque ele estava perdido. Completamente no escuro com Adalind Shade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Unidos pelo Destino
Fiksi PenggemarNick a odiava mais do que odiava qualquer outra pessoa. Adalind o odiava tanto quanto. Não possuíam nada de parecido, não tinham um vínculo, muito menos uma boa relação. Eles se odiavam com todas as forças, mas será que um feitiço que deu errado que...