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  – Bem, a gente precisa falar do show do restaurante. – Seungmin disse sentando na mesa. – Yeojin, o teclado tava incrível, Hyeju, você tocou muito bem. Agora, Beomgyu. Beomgyu? Olha pra mim.

– Vai reclamar do que dessa vez? – Eu disse levantando minha cabeça do desenho que eu fazia.

– Eu vou ignorar o que você disse pra nossa amizade continuar. Você foi bem, mas a guitarra tava um pouco desafinada. – Ele disse olhando diretamente pra mim, como se claramente quisesse me atingir.

– Nunca, minha guitarra nunca tá desafinada, ela sempre tá perfeita. você que deve ter desafinado enquanto cantava. – Eu disse já sentindo meu sangue ferver, o Seungmin sempre faz isso! Sempre!

– Mas no show tava ruim, vamo baixar a bolinha? – Seungmin disse desviando o olhar dele de mim.

– Eu achei que o Beom tocou muito bem, tava perfeita. – Yeojin disse sorrindo pra mim, mas logo se calou e abaixou a cabeça quando Seungmin olhou pra ela.

– Ninguém falou com você. E se você se acha tão boa assim pra opinar sobre o rendimento do grupo, por que não vira líder dele então? Pega meu lugar! – Seungmin disse irônico e riu vendo Yeojin fazer uma cara triste.

– Ela seria uma líder melhor que você. – Eu disse e ele voltou a olhar pra mim, com aquele olhar de julgamento.

– O que disse? – Seungmin falou e eu senti Hyeju me encarar com pavor, preocupação em seus olhos.

– Eu disse: – Eu coloquei a caneta que eu desenhava na mesa – Ela seria uma líder melhor do que você. Além de surtadinho é surdo? Quer que eu desenhe pro principezinho entender?

– Você é um filho da puta mesmo, único surtadinho aqui é você, que faz um chilique toda vez que eu falo da merda da sua guitarra! Por que você é um problematico que acha que é o melhor do mundo e não aceita que ninguém fale nada de você. – Seungmin disse. – Então você fica quieto se não quiser sair dessa banda, ouviu?

– Caralho, então tá bom! – Eu gritei enquanto levantava e chutei a cadeira e sai da sala batendo a porta.

– Você é um idiota. – Ouvi Hyeju falar para Seungmin.




  – Caralho. – Eu sussurrei limpando minhas lágrimas enquanto elas não paravam de sair, eu odeio o Seungmin.

É como se eu merecesse ser feliz pra depois de um segundo eu sofrer, em casa, tem o meu pai, mas tem a minha mãe, e na escola, tem o Seungmin, mas tem o Yeonjun, não que ele importasse.

– Ei, – Alguém bateu na porta. – tudo bem?

– Sai daqui. – Eu disse fungando de novo.

– Beomgyu? É você? Sou eu, o Yeonjun, cara abre pra mim por favor. – Yeonjun disse e eu fiz um baralho com a minha boca.

– Vaza, eu não quero ver ninguém muito menos você. – Eu disse de novo, ouvindo ele suspirar pesado e eu ouvi passos indo embora.

Naquela tarde, eu voltei pra casa mais cedo, ignorei completamente as mensagens do Seungmin me chamando pro ensaio, Hyeju mandando mensagem que eu não li, eu pensando no Yeonjun.

– Cheguei. – Eu disse tirando meus sapatos e vendo o meu pai sentado no sofá como ele sempre fazia. – Você não devia tá trabalhando não?

– Nossa Beomgyu, não fala assim. – Minha mãe saiu do banheiro e eu revirei os olhos, tanto faz.

– É Beomgyu, não fala assim comigo, eu sou o seu pai. – Ele disse e ficou me encarando, como se quisesse algo.

– Tá me encarando por quê? Perdeu alguma coisa? – Eu falei e cruzei os braços, eu não disse nada demais, ele deveria sair e arranjar um trabalho.

That boy from the school bandOnde histórias criam vida. Descubra agora