III Scarlet, cadê você???

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— Scarlet, cadê você???

No instante que eu não a vi, desesperei-me, e corri exasperadamente por meio do quarteirão que ela morava. Olhava o tempo todo para diversos lados em busca dela, e minha ansiedade batia como nunca antes. Minhas veias saltavam, meus olhos arregalavam, e eu suava frio enquanto corria. 

— SCARLET!!! Scarlet!!! Onde você está??? SCARLET!!!

Enquanto eu corria, o velhote ia em minha direção, me segurada pelo braço, e colocava sua mão direita em meu ombro esquerdo. Assim ele tentou me tranquilizar, e respirando fundo, ele disse em meu ouvido no tom mais tranquilizador que podia:

— Por favor, Elliot, calma. Não precisa exagerar, ela deve só ter entrado dentro de casa.

— Não... Eu não vi ela entrando, e isso havia acontecido antes também.

— Como assim? Tem problema em comentar?

— Pois isso aconteceu horas atrás... Quando eu estava tentando levá-la até sua casa,  vieram dois birutas e raptaram ela!!!

— Caramba... Então isso pode ter acontecido de novo?

— Sim, tenho medo que tenha sido isso.

Pensando muito, o velhinho que antes estava fumando, agora havia tirado o cigarro de sua boca, assoprou a fumaça, e ficou olhando para cima, enquanto praticamente reclamava.

— Fuuuuuu... Tudo bem, eu te ajudarei a procurá-la, mas ainda assim irá cumprir o favor que prometeu, fechado?

— Honestamente seria o mínimo pela ajuda, então tudo bem, eu cumpro logo essa merda

Em meio aquele céu que havia acabado de ficar um azul bem claro, absoluto nada começou a chover. As nuvens deixaram o céu praticamente preto, e todo o bairro que estava ficando inteiramente alagado, escorregadio, e poderia causar resfriados em quem ficasse lá.

— Vish... Elliot, está chovendo, vamos levar meu guarda-chuva, e dar para ela quando a encontrarmos.

Desconfiava de Wladimir, que apenas desviava o olhar. O mesmo havia acontecido — convenientemente — antes, e não parecia mais ser apenas uma coincidência. Porém, eu não podia cuspir no prato que comia, então só fui andando por debaixo de uma telha de um prédio por ali, na qual escorria chuva para a calçada.

Enquanto andávamos, desviando totalmente da chuva, eu fiquei pensando sobre a conversa que tivemos mais cedo, sobre esse bairro misterioso, e sobre se isso tinha ou não algum tipo de ligação com o rapto da Scarlet. Minha cabeça paranoica pensou isso naquele momento, sabe-se lá o porquê. 

Assim tentei procurar o gancho certo para dialogar sobre isso novamente com Wladimir, e quando havíamos cruzado uma avenida que ficava do lado da casa de Scarlet, eu pensei, até ver mais pessoas andando pelas ruas, e achar a oportunidade perfeita.

— Whitechapel é mesmo grande não é? — Perguntei — E é por aqui que acontecem os crimes que você me contou?

— Sim, o novo Jack o Estripador está atacando no mesmo lugar que o antigo. Nesse bairro que parecia ter algum tipo de assombração, que é Whitechapel.

— O certo não seria assombração, e sim maldição.

— Bem, dá para considerar que sim. Mas o ponto é que esse bairro sempre foi assombrado, até mesmo antes de 1888. Era muito neblinado devido à fumaça das máquinas e indústrias da revolução industrial, muito desprotegido por quase não ter nenhum policial por aqui, além de ser escuro demais...

— Esse Jack o Estripador era esperto, ele soube usar as fraquezas do bairro contra os civis, e assim realizou seus assassinatos.

— Exatamente. Entretanto, matava apenas as prostitutas, e tente adivinhar quantas vítimas ele fez de modo comprovado.

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