LI Bem... Vamos ir comer?

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— Bem... Vamos ir comer?

— Vamos sim! — Redargui — Crianças, o que querem comer?

— Quero um Big Mac! — Disse Scarlet.

— Quero um Big Mac também — Retrucou Manfred.

— Certo, é no shopping, então não devemos ser prolixos! — Disse indo para a estrada, enquanto segurava a mão da mãe deles, e avocando nossos filhos.

Enquanto vagueávamos, conseguimos sentir aquela sensação imarcescível do clima, que prosseguia sendo bem álgido, mas boníssimo, dando-nos a sensação de lazer ao flanar. A estrada, como já é de praxe em uma cidade grande, estava pejada, logo fomos escaler no canal do quarteirão em questão. Deslumbramos as pontes de aço, as calçadas feitas de blocos sarapintados, juntamente do breu que estava cobrindo o pulquérrimo céu cerúleo.

Os postes cada vez mais se galgavam, alumiando nossas visões, a água do canal, e a cidade inteira era coberta pela luminosidade, causando-nos tremenda epifania. Ao deixarmos o barco que havíamos alugado na espia, direcionamo-nos até um shopping, que não estava apertado que nem o do capítulo vinte e cinco — metade a história, literalmente.

O mármore do chão reluzia de acordo com a lustre iluminação do ambiente, mas era apenas albugíneo, sem qualquer outro tipo de coloração. Mesmo com isso, Scarlet mostrava sua criança interior, animada com o fato de estarmos todos juntos:

— Ai, eu queria tanto sair daquela cidade, e ir para um lugar mais bonito! Amo Londres, mas principalmente pela poluição, nunca gostei de viver lá. Queria viver aqui em Amsterdã!

— Sinceramente, filha, eu também — Respondeu Aurora — Vamos tentar um dia juntar dinheiro para sairmos de lá, principalmente porque vivíamos em um ambiente bem falto e riscoso. Gostaria de viver por aqui, filho?

— Bem, tanto faz para mim, mãe. Eu quero mais é viver em paz.

— Este lugar te fará paz, nobre garoto — Retruquei, com o intuito de o animar — Você pode não perceber, mas o ambiente em que você vive molda sua personalidade, positivamente e/ou negativamente. Até eu, que sou mais alegre, me sentia taciturno em Londres, não só pela mácula, como também pelo próprio âmbito em que vivíamos. Por este motivo preconizo que juntem dinheiro assim como eu mesmo juntarei, para que vivam aqui.

— Poderíamos viver com você!? — Perguntou Scarlet, mais faceira do que nunca.

— Não sei, principalmente porque sua mãe já é encadeada.

— Francamente, eu não sou mais... — Aurora me respondeu — Cansei de ser esposa do pai deles, e já tem tempos que eu quero algo melhor. Um dia eu tive um sonho de que um príncipe encantado veio até mim, e me deu todo o seu amor... Foi o maior deleite que eu já tive na vida... Então... Eu quero um marido novo... Não só um "novo", como alguém que realmente me dê todo o amor que eu preciso para a vida. Desde que eu ouvi falar sobre você, professor Edward, eu estive muito atraída por você, porque além de inteligente, você é um cavalheiro, e é muito bonito...

— Cismo que você necessite mesmo de um amor melhor, mas... Não tenho certeza se sou mesmo benemerente, já que eu sou o tutor da sua filha, não sei se é correto.

— Não tem problema! — Exclamou Scarlet — Porque o que realmente importa é você dar o amor que ela necessita. E eu sempre o vi como um pai, então por que não?

— Me ver como um pai? — Supus isto que ela disse.

— Sim! Você é como um pai para mim, professor Elliot. Adoraria ser sua filha, e sinto inveja de quem possam ser seus filhos.

Ultimate Dimensions (Cancelado)Onde histórias criam vida. Descubra agora