― Você quer o que? ― Arm perguntou a Vegas ― Sério?
― Você achava que eu seria para sempre o cara solteiro?
― Não, eu só pensei que não pensaria em casar agora ― riu ― Porra, você está com o Pete vai fazer um ano, é cedo pensar em casar.
― Você acha?
― Sim, mas só porque é cedo, acho que você deveria esperar um pouco mais, Pete passou por tanta coisa e um pedido de casamento agora seria rápido demais ― aconselhou e Vegas assentiu.
― Eu estou pensando em fazer o pedido daqui a alguns meses ― falou ― Eu quero mesmo fazer isso.
― Vai ser algo legal, eu posso ser um pau no cu, mas eu acho que você está dando um passo muito bonito ― Arm pegou no ombro do amigo ― Eu nunca te vi tão feliz como hoje em dia.
― Nem eu me lembro de estar tão feliz assim ― falou ― Quando o Pol volta?
― Eu não sei, eu realmente nem sei mais se vou ficar esperando ele.
― Você gosta dele, porra.
― Eu gosto, mas é chato e difícil essa merda ― suspirou ― Ele fica duas semanas aqui e depois some, aí passa meses no mar e volta depois por duas semanas... Eu não quero mais voltar pra marinha, não quero mais viver nos navios.
― E como vai ser?
― Eu não sei, mas se prepare caso eu termine, você vai ser meu saco de choro.
― Que porra, vai chorar no Kinn.
― Ele é um pé no saco.
― É mesmo ― bufou ― Meu ombro é seu, amigo.
― Obrigado.
[...]
Pete estava arrumando o quarto da filha, Olivia estava tirando algumas roupas que não queria mais e nem alguns brinquedos, o Pongsakorn havia dito que iriam doar algumas roupas e brinquedos, a garota ficou animada com isso. O que mais chamou atenção de Pete é que boa parte das roupas e brinquedos que Olivia estava se desapegando eram coisas que Annie havia lhe dado.
― Você não quer ficar com essa touca? ― perguntou e ela negou ― Por que?
― Ela é verde, não gosto dela ― falou e Pete assentiu.
Annie havia dado aquela touca.
― E esse urso? ― perguntou novamente.
― Esse não, esse fica pai ― pegou o urso ― Foi o tio Vegas que me deu, não posso doar.
― Ah, entendi ― sorriu.
― Quando ele vem?
― Só amanhã, ele iria passar o dia com o Arm, ele precisava conversar.
― Porque? O que aconteceu?
― Nada, é que as vezes as pessoas precisam conversar ― explicou ― Sua mãe ligou, você quer falar com ela quando ela ligar de novo?
― Não.
― Ok, eu vou falar com ela.
― Papai, é errado eu não gostar mais de falar com ela?
― Eu não sei, filha, acho que não.
― Eu não quero falar com ela agora, mas eu ainda gosto dela.
― Entendi ― sorriu ― Tudo bem, tudo bem.
― Um dia eu posso chamar o tio Vegas de pai? ― perguntou e Pete arregalou os olhos ― É porque ele vive aqui agora com a gente, e ele namora o senhor.
― Eu não veria mal, querida, de verdade, se você se sente bem em falar pode falar.
― Ele vai gostar?
― Vai, eu tenho certeza que vai.
[...]
Três dias depois.
― E agora você não come mais salgadinho? ― Vegas perguntou e Olivia negou sentada no balcão ― Então só eu posso?
― Não senhor, aqui em casa está proibido ― Pete disse e Vegas resmungou ― É verdade, você não vai comer aqui.
― Ele é mandão assim mesmo? ― apontou para o Pongsakorn, Olivia riu ― Não sabia disso quando comecei a namorar com ele, achei que ele só era bonito.
―Ele é bonito e mandão ― Olivia disse pegando o copo de suco que Pete lhe deu.
― Vou pegar sua vitamina ― Pete saiu da cozinha.
― Então o que você come agora, princesa?
― Comida saudável, o médico disse que não posso comer muita besteira, ainda mais na escola ― falou e bebeu um pouco de suco ― Ele disse que eu poderia ter uma coisa pior na minha barriga.
― Seu pai me disse.
― Ele disse que pessoas grandes também tem essas coisas, e que também não podem ficar comendo besteiras a hora que quiserem.
― Vou ter que mudar e comer melhor? ― ela assentiu ― Não, eu não gosto.
― Comer melhor faz bem ― riu e ofereceu seu suco ― Você quer, pai?
― Seu pai ainda não voltou, Olivia ― ele disse rindo.
― Eu sei, eu perguntei se você quer ― ela ofereceu de novo e Vegas ficou um pouco confuso ― Não posso te chamar de pai?
― É que... Pode, eu só... Pode sim ― sorriu pequeno.
Pete voltou a cozinha e deu a vitamina a filha, Olivia pediu para ir assistir filme e Pete a desceu do balcão, o Pongsakorn voltou a fazer o almoço e quando percebeu que Vegas estava muito calado virou para o encarar.
― O que aconteceu, Vee? ― perguntou limpando as mãos e se aproximado do homem ― Você está bem?
― Porque a Olivia me chamou de pai?
― Ela te chamou? ― sorriu ― Ela estava dizendo que queria te chamar assim, eu não vi porque recriminar, sabe?
― Mas...
― Você não gostou? ― Pete segurou o rosto do namorado ― Você não precisa achar que é para retribuir e chamar ela de filha, Vee. É só uma forma carinhosa dela ver você agora, ela te considerar como um pai, mas você não precisa ser necessariamente um, ela sabe que você não é.
― É muita coisa pra mim ― disse e Pete assentiu ― Eu acho que vou almoçar em casa, bonitão, eu preciso pensar sobre algumas coisas.
― Você está chateado?
― Não, eu realmente não estou ― sorriu ―É que eu nunca imaginei um dia uma criança me chamando de pai, é algo forte para mim.
― Você realmente quer ir embora?
― Sim, desculpe, amor.
― Tudo bem, eu entendo ― beijou o namorado ― Me ligue depois.
― Amo você.
― Eu sei.
Vegas saiu da casa do namorado com mil e uma questões em sua mente e só haveria uma pessoa que o escutaria e lhe daria conselhos bons, mesmo que não fossem melhores amigos.
― Ei novinho, preciso da sua ajuda ― Entrou na casa de Porchay que apenas revirou os olhos.
•••
Não achem a atitude do Vegas errada, ele gosta da Olivia e ele sempre deixou claro um certo receio dele com crianças, mesmo sendo legal muitas vezes. Ele só ficou muito surpreso e não soube como reagir
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Nova Fase • vegaspete•
FanfictionPete tinha uma filha de sete anos, não conseguia ter uma relação boa com a ex mulher por 'n' motivos, vivia correndo e tentando dar o seu máximo na educação de Olivia. No meio da confusão que era sua vida conheceu Vegas, um ex soldado boca suja que...