24

1.2K 219 61
                                    

― Você quer o que? ― Arm perguntou a Vegas ― Sério?

― Você achava que eu seria para sempre o cara solteiro?

― Não, eu só pensei que não pensaria em casar agora ― riu ― Porra, você está com o Pete vai fazer um ano, é cedo pensar em casar.

― Você acha?

― Sim, mas só porque é cedo, acho que você deveria esperar um pouco mais, Pete passou por tanta coisa e um pedido de casamento agora seria rápido demais ― aconselhou e Vegas assentiu.

― Eu estou pensando em fazer o pedido daqui a alguns meses ― falou ― Eu quero mesmo fazer isso.

― Vai ser algo legal, eu posso ser um pau no cu, mas eu acho que você está dando um passo muito bonito ― Arm pegou no ombro do amigo ― Eu nunca te vi tão feliz como hoje em dia.

― Nem eu me lembro de estar tão feliz assim ― falou ― Quando o Pol volta?

― Eu não sei, eu realmente nem sei mais se vou ficar esperando ele.

― Você gosta dele, porra.

― Eu gosto, mas é chato e difícil essa merda ― suspirou ― Ele fica duas semanas aqui e depois some, aí passa meses no mar e volta depois por duas semanas... Eu não quero mais voltar pra marinha, não quero mais viver nos navios.

― E como vai ser?

― Eu não sei, mas se prepare caso eu termine, você vai ser meu saco de choro.

― Que porra, vai chorar no Kinn.

― Ele é um pé no saco.

― É mesmo ― bufou ― Meu ombro é seu, amigo.

― Obrigado.

[...]

Pete estava arrumando o quarto da filha, Olivia estava tirando algumas roupas que não queria mais e nem alguns brinquedos, o Pongsakorn havia dito que iriam doar algumas roupas e brinquedos, a garota ficou animada com isso. O que mais chamou atenção de Pete é que boa parte das roupas e brinquedos que Olivia estava se desapegando eram coisas que Annie havia lhe dado.

― Você não quer ficar com essa touca? ― perguntou e ela negou ― Por que?

― Ela é verde, não gosto dela ― falou e Pete assentiu.

Annie havia dado aquela touca.

― E esse urso? ― perguntou novamente.

― Esse não, esse fica pai ― pegou o urso ― Foi o tio Vegas que me deu, não posso doar.

― Ah, entendi ― sorriu.

― Quando ele vem?

― Só amanhã, ele iria passar o dia com o Arm, ele precisava conversar.

― Porque? O que aconteceu?

― Nada, é que as vezes as pessoas precisam conversar ― explicou ― Sua mãe ligou, você quer falar com ela quando ela ligar de novo?

― Não.

― Ok, eu vou falar com ela.

― Papai, é errado eu não gostar mais de falar com ela?

― Eu não sei, filha, acho que não.

― Eu não quero falar com ela agora, mas eu ainda gosto dela.

― Entendi ― sorriu ― Tudo bem, tudo bem.

― Um dia eu posso chamar o tio Vegas de pai? ― perguntou e Pete arregalou os olhos ― É porque ele vive aqui agora com a gente, e ele namora o senhor.

― Eu não veria mal, querida, de verdade, se você se sente bem em falar pode falar.

― Ele vai gostar?

― Vai, eu tenho certeza que vai.

[...]

Três dias depois.

― E agora você não come mais salgadinho? ― Vegas perguntou e Olivia negou sentada no balcão ― Então só eu posso?

― Não senhor, aqui em casa está proibido ― Pete disse e Vegas resmungou ― É verdade, você não vai comer aqui.

― Ele é mandão assim mesmo? ― apontou para o Pongsakorn, Olivia riu ― Não sabia disso quando comecei a namorar com ele, achei que ele só era bonito.

―Ele é bonito e mandão ― Olivia disse pegando o copo de suco que Pete lhe deu.

― Vou pegar sua vitamina ― Pete saiu da cozinha.

― Então o que você come agora, princesa?

― Comida saudável, o médico disse que não posso comer muita besteira, ainda mais na escola ― falou e bebeu um pouco de suco ― Ele disse que eu poderia ter uma coisa pior na minha barriga.

― Seu pai me disse.

― Ele disse que pessoas grandes também tem essas coisas, e que também não podem ficar comendo besteiras a hora que quiserem.

― Vou ter que mudar e comer melhor? ― ela assentiu ― Não, eu não gosto.

― Comer melhor faz bem ― riu e ofereceu seu suco ― Você quer, pai?

― Seu pai ainda não voltou, Olivia ― ele disse rindo.

― Eu sei, eu perguntei se você quer ― ela ofereceu de novo e Vegas ficou um pouco confuso ― Não posso te chamar de pai?

― É que... Pode, eu só... Pode sim ― sorriu pequeno.

Pete voltou a cozinha e deu a vitamina a filha, Olivia pediu para ir assistir filme e Pete a desceu do balcão, o Pongsakorn voltou a fazer o almoço e quando percebeu que Vegas estava muito calado virou para o encarar.

― O que aconteceu, Vee? ― perguntou limpando as mãos e se aproximado do homem ― Você está bem?

― Porque a Olivia me chamou de pai?

― Ela te chamou? ― sorriu ― Ela estava dizendo que queria te chamar assim, eu não vi porque recriminar, sabe?

― Mas...

― Você não gostou? ― Pete segurou o rosto do namorado ― Você não precisa achar que é para retribuir e chamar ela de filha, Vee. É só uma forma carinhosa dela ver você agora, ela te considerar como um pai, mas você não precisa ser necessariamente um, ela sabe que você não é.

― É muita coisa pra mim ― disse e Pete assentiu ― Eu acho que vou almoçar em casa, bonitão, eu preciso pensar sobre algumas coisas.

― Você está chateado?

― Não, eu realmente não estou ― sorriu ―É que eu nunca imaginei um dia uma criança me chamando de pai, é algo forte para mim.

― Você realmente quer ir embora?

― Sim, desculpe, amor.

― Tudo bem, eu entendo ― beijou o namorado ― Me ligue depois.

― Amo você.

― Eu sei.

Vegas saiu da casa do namorado com mil e uma questões em sua mente e só haveria uma pessoa que o escutaria e lhe daria conselhos bons, mesmo que não fossem melhores amigos. 

― Ei novinho, preciso da sua ajuda ― Entrou na casa de Porchay que apenas revirou os olhos. 

•••

Não achem a atitude do Vegas errada, ele gosta da Olivia e ele sempre deixou claro um certo receio dele com crianças, mesmo sendo legal muitas vezes. Ele só ficou muito surpreso e não soube como reagir

Nova Fase • vegaspete•Onde histórias criam vida. Descubra agora