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― Veja bem, baixinha ― Vegas disse de braços cruzados encarando Olivia ― Dois pirulitos e você me dá o número de celular do seu pai.

― Não senhor, eu quero um saco de marshmellow e duas barras de chocolate ― a garota de sete anos também estava com os braços cruzados, Yuna comia pipoca junto com Kinn observando os dois ― E eu posso pensar em dar o número do papai.

― Você é difícil ― Vegas fez um teatro, começou a passar a mão no rosto como se estivesse indeciso ― Eu não sei se consigo lidar com toda a sua esperteza.

― Aceito suco de laranja também pra pensar.

― Ok, estamos indo bem ― suspirou alto, Porsche entrou na sala ― Raio de sol, será que tem suco de laranja? Eu preciso conseguir o número e só essa garota que sabe negociar, pode me ajudar ― Porsche resmungou e foi buscar ― Essa é a negociação do ano.

― Muito bem ― Olivia bateu na mesa ― É pegar ou largar!

― É muita pressão ― Vegas fingiu choro e deitou na mesa ― Não faz assim, vamos com calma.

― Aceita, tio Vegas, aceita ― Yuna disse baixinho, Kinn quis rir, a filha estava levando a sério e isso era tão engraçadinho.

― Última chance ― Olivia disse, Porsche trouxe um copinho de suco ― Obrigada, tio Porsche.

― Ok ― Vegas piscou algumas vezes ― Marshmallow e chocolate por um número de celular, tudo bem, esse é seu preço?

― Sim.

― Eu estou disposto a pagar ― Vegas levantou ― Me dê 10 minutos, senhorita.

― Tudo bem ― ela sorriu.

Vegas saiu da casa e em menos de cinco minutos voltou com duas sacolas cheias de doces e salgadinhos, respirou fundo e voltou a sua interpretação digna de Oscar, entrou na sala e jogou as coisas na mesa.

― Aqui está, senhorita ― disse ― Agora o número.

― Tio, você sabe que eu não sei o número do papai, não é? ― ela disse sem jeito.

― Eu fui enganado ― Vegas abriu a boca fingindo choque, Yuna riu ― Eu não acredito, as duas me enganando, eu quase gastei o meu dinheiro todo, eu ia morar na rua ― Vegas olhou para as duas ― Sabe o que vocês merecem?

― Ah não ― Yuna levantou e puxou Olivia ― A mão de cosquinha, Olivia, corre.

― A mão de cosquinha vai pegar as duas ― Vegas fingiu que iria correr e as duas saíram gritando ― Ai, adoro pirralhos.

― E ainda diz que não leva jeito com criança ― Kinn disse para o amigo ― Brincou com elas a tarde toda.

― Tô de bom humor hoje ― murmurou e bocejou ― Falando nisso, eu já vou, ajude elas a dividir os doces.

― Tá bom ― Kinn levantou ― Yuna, Olivia, o Vegas já vai!

― Por que? ― Olivia veio correndo até o Theerapanyakul ― Eu posso pegar o número do papai, Vegas.

― Não querida, não é por isso, foi uma brincadeira, tá? Não leva a sério ― se abaixou e beijou a testa dela ― Preciso ir para a minha casa.

― Poxa, tio ― Yuna agarrou o braço dele ― Me busca na escola amanhã.

― Não vai dar pirralha, eu tenho compromisso ― sorriu pequeno e beijou a testa da sobrinha ― O Kinn pé no saco vai dividir os doces, ok?

― Vegas.

― Não te xinguei, mozão ― sorriu para o amigo que revirou os olhos, levantou e foi até a porta ― Tchau, pirralhas.

― Tchau tio.

― Tchau Vegas.

― Raio de sol, amanhã eu venho te buscar para a nossa fuga para Paris! ― gritou para Porsche e correu quando Kinn ameaçou o bater ― Eu preciso dormir.

[...]

Pete estava terminando de arrumar a casa quando a campainha tocou, daqui a pouco iria pegar Olivia, não queria ter que aguentar visitas que não foram chamadas. Bufou e foi abrir a porta, nem se deu o trabalho de falar alguma coisa, era Annie.

― Está aqui ― Annie disse lhe entregando um envelope ― Acabei de tirá-lo do banco, obrigado.

― Só isso? ― perguntou quando viu ela se afastar e sair andando.

― É, deveria ter algo mais? ― perguntou confusa ajeitando a bolsa no ombro.

― Perguntar pela sua filha, talvez.

― Eu sei que ela está bem, você que cuida dela ― deu de ombros ― Ah, retira meu número da lista de nomes da escola dela, eu recebi uma mensagem avisando uma apresentação, como se eu fosse pra uma coisa de escola de criança ― riu ― Estarei viajando amanhã, ficarei duas semanas fora, mas depois volto e podemos conversar de novo.

― E a Olivia, Annie?

― Como eu disse, daqui a duas semanas conversamos de novo ― sorriu e entrou no carro ― Até mais.

― Eu só preciso de paciência porque se eu tivesse força faria besteira ― Pete murmurou deixando o envelope na mesinha perto da porta, puxou a porta e trancou ao sair.

A casa de Porsche e Kinn não era longe, por isso não demorou para que chegasse, bateu na porta e lá no fundinho estava com esperança de ver Vegas de novo, ele o fazia rir com tão pouco.

― Ah, oi Pete ― Kinn quem atendeu ― Ela está terminando de pegar suas coisas, entra ― deu espaço e o outro entrou ― Vegas comprou doces, não se assuste com a sacola que ela está levando.

― Vai ser difícil segurar ela ― riu ― Ela deu trabalho?

― Não, foi um anjo, Vegas que deu trabalho, pior que criança ― murmurou e Pete riu ― Desculpa, Vegas é um amigo meu, ele passou a tarde aqui, Porsche disse que vocês parecem já ter se conhecido.

― Sim, nos trombamos algumas vezes.

― Ah...

― Papai, o Vegas me deu um monte de doce e salgadinhos, ele queria o seu número, mas eu não sabia ― fez um bico.

― Ah filha, sem problema ― pegou a sacola e segurou a mão da filha ― Já vamos. Obrigado Kinn, dê um tchau a Porsche.

 ― Claro, até mais.

― Tchau tio Kinn ― Olivia acenou e Kinn fez o mesmo antes de fechar a porta ― Foi tão legal, papai, a Yuna pode ir lá em casa outro dia?

― Acho que podemos ver com calma, meu anjo.

― O Vegas brincou muito com a gente ― contou ― Brincamos de correr, depois de castelo, e de soldados, o tio Kinn atirou no Vegas, ele até chorou mesmo que fosse tiro de brincadeira, e ele chama o tio Kinn de pé no saco.

― Mas não chame ele assim ― Pete disse assustado.

― Não, não o chamo não, o Vegas disse que só ele pode, e também só ele pode chamar o tio Porsche de raio de sol e você de bonitão.

― Ah, eu sou bonitão? ― Pete sorriu sem jeito ― Você deixou?

― Deixei, o senhor é bonitão mesmo.

― E você é linda ― pegou a filha no colo ― A princesa da minha vida.

― Papai, pode anotar seu número pra mim? Eu preciso dar para o Vegas.

― Pode deixar que quando eu o encontrar, eu mesmo darei, ok?

 ― Promete?

― Prometo.

― Obrigada, papai, você é melhor.

― Obrigado a você meu anjo ― Pete suspirou com a filha agarrada em seu pescoço.

‘’Obrigado por ser minha energia de cada dia, Olivia’’

Nova Fase • vegaspete•Onde histórias criam vida. Descubra agora