The Shard era mais do que a família de canadenses esperava. O enorme arranha-céu fez os olhos de todos brilharem, desejando poderem até mesmo morar ali pelo resto de suas vidas. Amy, como sempre com toda a sua gentileza e zero por cento mão fechada quando se tratava de dinheiro, alugou um pequeno salão no prédio exclusivamente para seus convidados do almoço do dia e também contratou uma equipe de cozinheiros e garçons que preparassem os pratos da preferência de todos. Maya se levou a pensar se Amy estaria fazendo isso para agradar sua família ou se a mulher realmente era assim. Levando em conta tudo que havia vivenciado até aqui, preferiu acreditar na segunda opção. A família Deluca é perfeitamente rica e quando o assunto é gastar, fazem sem pena. Isso explica a casa, as televisões em cada cômodo e até mesmo os três carros. E só não tem quatro porque Scout ainda não pode dirigir.
Todos, menos Gabriella e Ally, já estavam na sala que iria ser servido o almoço. Katherine tentava controlar os filhos que insistiam em correr de um lado para o outro e estava visivelmente irritada vendo que não estava conseguindo. Sim, mães são quase todas assim. Se irritam quando veem que seus filhos podem estar incomodando outras pessoas. A mãe de Bishop só se acalmou quando Scout pegou os dois pequenos e os colocou sentados nas cadeiras, contando uma história que os deixou distraídos.
Três das quatro paredes do cômodo eram repletas de janelas de vidro de fora à fora, e Maya adorava isso. Definitivamente poderia deixar o almoço e todas as pessoas de lado e passar todo o tempo admirando a vista maravilhosa que estava tendo. Enquanto a loira observava quieta a paisagem, ouvia risadas e palavras soltas das mais velhas - Amy, Carina, Katherine, Josephine e Teddy - que conversavam do outro lado do lugar. Perguntou se algo atrapalharia seu relacionamento com Carina caso as duas criassem uma amizade. E por falar em Carina, naquele dia, Maya não sabia se olhava mais para a vista que o The Shard oferecia ou para a morena. Sua irmã temporária trajava uma calça de alfaiataria bege e um suéter na mesma cor. Seus cabelos escuros estavam soltos e algumas mechas teimosas insistiam em cair em seu rosto, deixando-a ainda mais sexy e irresistível. Seus sapatos eram baixos e de cor clara. No rosto, quase não usava maquiagem e Maya amava ver Carina daquela forma. Ao ver de Maya, Carina estava vestida deliciosamente bem, e isso fez a jovem obrigar-se a não olhar descaradamente. Precisou cruzar as pernas e voltar a focar na linda vista quando a morena percebeu seu olhar para si e lançou-lhe um olhar malicioso. Era nítido o quanto Carina possuía Maya na palma da mão.
As duas mulheres haviam acordado naquela manhã, digamos que, com desejo uma da outra. Isso estava escrito em suas testas desde que se esbarraram no corredor depois de acordarem. A quase declaração de Carina na noite anterior e a confirmação que Maya fez a si mesma sobre seus sentimentos por Carina havia mexido com cada célula do corpo da loira, fazendo-as gritarem cada vez mais pelo toque da mais velha. Embora Carina intimidasse Maya até não aguentar mais, a jovem ansiava por mais do que qualquer outra coisa.
Já Carina, sentia que estava fazendo errado. Na verdade, sabia que estava fazendo errado, mas não conseguia evitar. Para ela, Maya Bishop era como uma droga. Você sabe que vai te prejudicar, você sabe que pode te ferir, mas não quer largar porque está viciada nela. Você quer tê-la cada vez mais, porque sente que sem ela, não conseguiria mais sorrir, não conseguiria mais ser feliz. E não, Carina não conseguiria. De alguma forma, Maya havia cativado a mais velha em quatro meses de uma maneira sem igual, e isso às vezes até a levava pensar se a loira estava na cidade há mais tempo do que isso. E, após ter ido deitar na noite anterior, pensou inúmeras vezes na loira que estava povoando sua mente nas últimas semanas. Lembrou de todas as provocações, dos beijos, da sessão de masturbação na cama que estava deitada e sorriu feito boba para o teto, porém seu sorriso continha malícia, e seus olhos, desejo.
Pensar na volta de Maya ao Canadá tinha suas vantagens e suas desvantagens. Bishop se sentiria extremamente feliz por poder voltar a morar com sua família e também, por poder ingressar na faculdade de línguas que tanto sonhava e, quem sabe, poder escrever sua própria obra com um pouco de esforço. Mas, pensar que parte de seu coração ficaria em Londres, a deixava super deprimida. Acreditava que em mais cinco meses, ela e sua irmã temporária aprofundariam o relacionamento, deixando a despedida mais triste.
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Exchange Sister
RomanceMaya Bishop é uma jovem-adulta de vinte e um anos que está prestes a realizar seu maior sonho: Ir à Londres fazer um curso a fim de estudar literatura inglesa por dez meses. Ela é enviada à casa de uma família selecionada pelo programa que lhe forne...