Hard Decisions

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Uma semana após o aniversário de seu sobrinho, Carina Deluca se encontrava na cafeteria à espera de Leo, filho de Owen, para mais uma aula de francês.

Desde o último domingo, os pensamentos sobre Maya eram cada vez mais frequentes. A mulher só pensava em quando e de que maneira teria Maya inteiramente para si, sem precisar esconder de ninguém. Carina se sentia sozinha, mesmo que seus dias fossem preenchidos de colegas de trabalho o tempo todo. Enquanto seu corpo estava presente na sala dos professores ou naqueles corredores lotados de gente, seu coração estava isolado com um grande buraco que implorava para ser preenchido, e preenchido por Maya, de preferência. 

Maya Bishop. Lembrar daquela jovem mulher era sempre uma perdição para a mais velha. Desde o primeiro contato que tiveram, Carina soube que nunca tinha visto alguém com a personalidade tão forte igual a sua. O jeito que os cabelos loiros caíam sobre seus ombros sempre que a jovem jogava pro lado, a forma com que seus olhos brilhavam ao olhar algo que gosta e até mesmo a simples maneira que franzia o nariz quando estranhava alguma coisa. Maya era repleta de pequenos detalhes e perfeitas imperfeições. 

Carina via-se perdida em seus olhos, em sua voz e em tudo que ela tinha. O fato de estar sentindo aquilo pela primeira vez em tantos anos não era mais estranho, e sim, agradável. Deluca poderia contentar-se com o fato de estar louca e completamente apaixonada por Maya Bishop, a menina que vestiu moletom no primeiro jantar em sua casa e a que a chamou de monstro quando estava bêbada. 

A mulher sorria feito boba enquanto encarava o cardápio e nem percebeu que Leo já estava à sua frente. - Oh, você chegou. - Disse um pouco sem graça.

- É...sim. Te chamei algumas vezes até. - Ele disse enquanto depositava o seu livro e caderno sobre a mesa. 

- Eu estava meio perdida nos meus pensamentos, me desculpe. Vamos começar. - Disse com um sorriso tímido antes de passar os olhos pelo local, e foi quando viu Owen se aproximando da mesa. - O que seu pai está fazendo aqui?

- Ah, ele disse que quer ver como eu estou me saindo. - Leo respondeu.

- Carina! Sempre uma honra te ver. - Owen cumprimentou a mulher, que revirou discretamente os olhos. - Vim ver como está indo o desempenho do meu filho, se não se importa. 

- Na verdade, eu me importo sim, Owen. Eu tô dando aulas para ele, não para você. E o desempenho dele está ótimo, você não precisa se preocupar. Eu estou fazendo meu trabalho.

- Ei, calma! Eu não estou aqui pra te atrapalhar. Apenas quero ver como ele está indo nas aulas. Não seja tão mesquinha. - O homem disse debochado. 

A mulher respirou fundo, apertando com força os olhos. - Mesquinha? Owen, eu estou dando aulas pra ele porque eu quero ajudar. Eu não preciso desse dinheiro e você sabe disso. 

- Pai, deixa ela. - O menino se manifestou. - Ela é uma boa professora e nós sabemos que você não está aqui por causa de mim. 

Owen e Carina, que deu um sorrisinho, se entreolharam e o homem passou a mão pelo rosto. - Ok, mas eu estarei do outro lado da cafeteria. Não vou embora pra depois voltar pra te buscar. - Disse.

- Ok. - Responderam em uníssono. 

- Me desculpa, mas a presença do seu pai realmente me incomoda um pouco. Não iria conseguir te dar uma boa aula com ele por perto. - Carina se desculpou. 

- Tudo bem, eu entendo. É assim comigo também. - Sorriu.

***

- O Preço do Proibido? - Já era segunda-feira e Miranda e Maya conversavam na cantina após uma aula do curso. Maya havia contado para a professora sobre o nome que havia decidido para seu futuro livro. - É um bom nome. Eu gostei. 

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