Brilliant New Year

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Maya

Era aproximadamente seis da tarde e eu estava começando a me arrumar para a festa de ano novo que teria na casa dos pais da Liz. Sei que nem nos falamos mais, mas os pais dela são amigos da minha mãe e, bem, praticamente crescemos juntas. Minha mãe não quis recusar esse convite. Vic e os pais iriam também e isso não me deixaria tão desconfortável. A única coisa que eu não queria, era começar o ano novo dando um fora em alguém e quando quero dizer alguém, quero dizer Liz.

O que eu mais queria era que desse meia noite logo, porque aí já seria janeiro e faltaria pouquíssimos dias para eu ter minha primeira reunião com a editora. A reunião que eu assinaria o contrato! A felicidade é tanta que eu mal consigo explicar.

No banheiro, coloquei um banquinho debaixo do chuveiro e me sentei, deixando a água quente cair pelas minhas costas. Ainda não sou rica para ter uma banheira em casa e se um dia tiver, seria no banheiro do quarto da minha mãe, obviamente. Tudo por ela!

Não demorei muito no banho, saí poucos minutos depois com os cabelos molhados e logo enrolei uma toalha no meu corpo e outra na minha cabeça. Saí do banheiro cantarolando e fazendo pequenas danças com a música que tocava no meu celular em minha mão. Quando entrei no meu quarto, dei de cara com os meus irmãos sentados em minha cama com meu computador em mãos.

- Ei! O que vocês estão fazendo? - Perguntei forçando um tom bravo, mas eles, sabendo que era fingindo, riram e me fizeram gargalhar.

- Vendo as suas fotos. - Mason disse com naturalidade. - A Vic veio várias vezes aqui em casa quando você tava em Londres e ensinou a gente a mexer no computador dela e ele é igualzinho o seu!

- Você tirou fotos bonitas lá, Ma. - Ryan disse sorrindo e Mason concordou, mas logo pude ver seus sorrisos se transformando em boquinhas tortas e cenhos franzidos. - Irmã, essa é...essa é a tia Carina?

Arregalei os olhos e logo fui em direção a cama. Sentei-me ao lado deles e olhei para o computador, que revelava uma foto minha e de Carina que sequer lembrava. Nós estávamos na sala do piano e ela me abraçava por trás e beijava meu pescoço enquanto eu sorria. Sorri com aquela foto e até mesmo tentei lembrar quando ela foi tirada. Provavelmente em um dos dias que nós duas estávamos bêbadas. - Sim, meu amor. É ela.

- E por que vocês estão juntinhas desse jeito? - Ele perguntou novamente. Os dois me olhavam fixamente e ansiavam por uma resposta.

Minha mãe nunca privou os gêmeos de saberem sobre a minha sexualidade, o que era extremamente certo. Ela diz que as crianças têm sim que saber sobre o que ocorre no mundo ao redor e aprender sobre o respeito desde sempre. Quanto mais você priva, mais ela vai estranhar ao ver algo que foge do seu padrão e é aí que começa os ataques preconceituosos. Porém minha mãe sempre me disse que para eu apresentar e eles apenas as mulheres que eu estava realmente namorando e não aquelas que eu ficava por ficar durante apenas alguns dia e, bem, nesse caso, só teve uma antes de Carina que fugiu desse padrão, que foi Liz. Para os dois, a única mulher que eu já me relacionei, foi Liz.

- Bom...- Não sabia se deveria dizer a verdade a ele, afinal, eu e Carina ainda não namorávamos oficialmente. Pensando nisso por alguns instantes, senti meu coração apertar. Muitas pessoas dizem que rótulos pouco importam e que, na maioria das vezes, estragam mais ainda relacionamentos. Mas eu penso o contrário. Acho que, às vezes, um rótulo pode fortalecer muito mais a vida de um casal. - Olha, o que acontece é que o tempo que eu fiquei lá em Londres, sabe? Na casa da tia Carina, eu e ela meio que começamos a...a nos gostar.

- Mas isso não tem nada demais. Todo mundo tem que gostar de todo mundo. Eu também gosto da tia Carina. Ela brincava com a gente enquanto vocês, adultos, faziam coisas de adultos. O Scout também. - Mason argumentou.

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