carta ao que morre e renasce.

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Querido Jhony,

Minha confortável cláusula de mentiras se estendeu por todo o meu reino erguido por muralhas sem escrúpulos. E eu suplico diante da batalha perdida por rendição. Coroada, vejo abaixo de mim aqueles que empurrei para permanecer em meu trono traidor.

A pior coisa que já lhe disse, são gestão de meu tormento saudoso. Como poderia eu, batalhar numa guerra perdida? Meu reino se estende há milênios, mas jamais travei luta sangrenta tal qual.

Sem piedade, teu decreto me rasgou como as promessas jamais feitas e cumpridas. Os crânios abaixo de si, são os frutos das intrigas que causou neste país desordeiro. Milênios, e os estandartes que acumulam a poeira de todo este tempo, ainda são dourados como a noite em que os céus se abriram com sua chegada.

Esses decretos ainda registrados no pergaminho do velho imperador, hoje desenterrados graças a sua ingênua arrogância, de cortar a cabeça daqueles que se julgam dignos de piedade.

Com este pergaminho, meu reino se desfaz e minhas muralhas caem. Minha coroa se dissipa, e nada mais sou do que a alma fraca e desconfiada, caída aos pés do trono que mantive por tanto tempo. As chaves de meu reino ainda guardadas em seu bolso, juntam-se ao musgo e renascem em tuas mãos, diante da jaula libertadora. Cabe a você, usá-las.

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