maio sem cor.

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Jamais em toda a minha existência me senti tão indefesa e vulnerável num abraço. Não lhe contei que meu corpo fervilhava dos pés ao pescoço...

Sentia somente o rosto molhado, a boca seca e os olhos frios.

Pensei em lhe ser de tudo sincera, e o fiz. Posso ter segurança em dizer-te que teus olhos são os únicos dos quais não sinto medo de abrir a alma. Só tenho medo do depois.

Tenho medo que seja uma paisagem caótica demais.

Você pôde sentir minhas mãos esquecendo o calor? As árvores e os céus foram perdendo suas cores... Senti cada osso se partindo, cada músculo se fragilizando.

Por fim, te senti em maio.

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