o nascimento do oceano.

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Me dilatou os olhos, me encostou a testa. Já era dourado, foi carmesim o sentir dos fios que caíam sobre minha testa e se enterraram naquele som abafado.

E eu não sabia que iria ser coberta pelas mil centelhas que eu-não-fazia-ideia que poderiam brilhar tanto sob um céu tão acinzentado. E os fios enterrados deixaram de se esconder na esgueira da curva e foram até a hora do delírio. O abafado agora vívido repousando nas margens do dorso.

Me respirou o ar, se fez real. De tanto me traçou caminhos, que me fez seu oceano. Se encurvou aos calcanhares, sossegou na palma de uma mão. Era eu — era você, é o aconchego saudoso que há muito já não se pertencia. Que és a dor que se esconde e se embrulha por trás dos lábios que muito temem? É amor — é você.

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