meu recheio de sangue.

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tantas cores se escondiam em minha pureza
o amarelo estonteante mergulhado naquele sorriso
recordam-se da inocente sem crimes
sempre tão pequena, vivendo de resquícios
dos que se banqueteavam de meu jantar

ninguém quer ser a flor plantada
no terraço negligenciado de alguém
queriam todo o meu recheio
e eu queria apenas uma fração de tempo
em que eu me permitisse ser real

perdi-me no preto e no branco
na amargura e no ódio peineirado
como pequenas centelhas sob minhas unhas
pintadas de vermelho como o sangue
que manchou as paredes no dia em que me deixei ir.

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