o dois e o três de dezembro.

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O que foi duas vezes pior, depois foi três. E depois de muito tempo, foi 365. E o número cresce e jamais diminui.

É o tempo que me disse baixinho no ouvido que a vida não estava ao meu favor, que tudo se perderia e eu restaria.

Até que não me restou. Eu sou nada e não queria que fosse diferente. Quero ser nada e jamais ser tudo. Fui tudo uma, duas, três vezes. Como numa contagem regressiva, tive de ser nada novamente.

Abri os presentes da árvore uma, duas, três vezes. Todos eram seus, e nenhum você manteve. Os fogos se incendiaram uma, duas, três vezes. Em nenhuma pude ser o teu beijo.

Soprei a vela no bolo uma, duas, três vezes. Meus desejos foram feitos para ti, e em dezembro meus olhos nunca puderam ser os teus.

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