teu crime.

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aqui vão algumas palavras agridoces que não pude lhe dizer:

perdestes uma fonte de ouro, meu amor. jogastes-me fora como um jornal desgastado, sem peso ou remorso.

eu conheceria marte para estar com você, agora vejo o quão significativo era para seu ser. suas prioridades nunca são francas.

agora sai cauteloso, se esgueira por dentre as cobras a respingar veneno em seus fios castanhos. o barulho das serpentes lhe encantou, mas a mais pura realidade é que o sibilar duvidoso lhe cortará como lâminas. eu sei querido, e você? você também sabe.

é engraçado descobrir que fui traída. suas desculpas foram proferidas apenas para teu pobre alívio de consciência. sempre quis dizer-te que o preferia sozinho junto à mim, do que em meio os sibilares assombrosos. estive sempre perdida em suas muitas versões.

prioriza tua falsa esperança de caber onde não lhe cabe, e deixa congelada no tempo quem lhe colocou num pedestal honesto.

traiu. traiu a luz que encontrava conforto em seu sorriso sincero, em seu abraço terno. culpou. culpou quem não desejava nada além de confiança, companhia. e por fim, escolheu. escolheu hipocritamente os sibilares, e agora escuta sussurros a noite de minhas agridoces canções favoritas.

você roubou um coração cujo não sou capaz de nunca recuperar. agora, caminho só pelo meu lado na rua, lado meu este que é livre de culpa pelos crimes que jamais cometi.

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