Capítulo 20

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[Hwang Hyunjin]

— Sei que você deixou uma carta, mas você sabe, assim como eu, que as coisas entre nós estavam longe de acabar. — Ele estreita os olhos Azuis e diz:

— Faltavam vinte e poucos dias e isso não pode ser considerado tanto tempo assim. —  Respiro fundo, buscando continuar com o diálogo, não posso perder a única chance que tenho.

— Não estou falando sobre o contrato, estava falando do tesão, da química. De quão bom era estarmos juntos. Tinha até uma proposta de redigirmos um novo documento, onde não determinaríamos tempo...

— E você decidiu isso quando? Quando marcava a data do noivado? Quando decidia as coisas do casamento? —  Fecho os olhos. Esta conversa está sendo pior do que imaginei. — Convivemos muito tempo e parece que você nunca me conheceu de verdade. Não é porque aceitei fazer programas, que não tenho princípios e muito menos porque assinei um contrato que fez de mim um amante, que não tenho respeito por mim mesmo.

— Félix, eu não penso isso de você, eu...

— Claro que pensa, pois se você está planejando casar com aquele Omega, que justificativa daria para me propor continuar com o que tínhamos, se isso implicaria em traição, onde meu status de amante evoluiria de forma ainda mais negativa, pois eu seria o outro, o traidor, o destruidor de lares.

— Félix, as coisas não são assim como você está imaginando...

— Eu não estou imaginando, eu sei. Ou você nega essa história de noivado? Ou você nega que este tal novo contrato aconteceria enquanto você desposaria o Omega que nas fotos aparece como seu pretendente? — Não tenho o que falar, pois foi exatamente assim que pensei. Mas isso foi antes das descobertas que fiz, foi antes de todo desespero em que me vi quando ele me deixou. — Acho que contra fatos não há argumentos, não é mesmo? Mas como você se deslocou até aqui, merece que eu responda ao que iria me propor. Não, eu não aceitaria fazer isso com o outro Omega, mesmo que eu sequer a conheça, e não há no mundo proposta alguma que me fizesse mudar de ideia.

Ele diz exaltado. A respiração alterada e a face ruborizada. E só posso achá-lo lindo, mesmo que o momento não possa ser mais inadequado.

— Agora que já me disse o que me proporia e que também já sabe a minha resposta, acho que não temos mais nada para conversar. — Percebo um sentimento, na voz algo parecido com tristeza. Que não se compara ao aperto em meu peito e a dor que ameaça me dominar.

Ela e faz menção de abrir a porta e na hora lembro de tudo que passei estes dias. Das bebedeiras, das noites insones e da certeza absoluta de que a quero. De que quero somente Lee Félix. E num rompante de desespero colo meu corpo no dele, comprimo-o contra a porta. Impedindo-o de abri-la, realizando meu louco desejo de estar junto dele.

Ele arfa, não sei se de susto ou de querer. Eu grunho, certamente de tesão, de vontade. Aperto-me ainda mais contra ele e pareço estar finalmente livre do sofrimento que não me abandonou todo este tempo. Seu cheiro delicioso e seu calor logo me fazem refém. Meu corpo logo está pronto e meu peito parece a ponto de explodir.

— Félix, por favor, não me mande embora. Estou doente de saudade. — Cheiro seu cabelo, seu pescoço e pela primeira vez sinto que tive algum avanço, pois sinto-o amolecer em meus braços. — Sinto demais a sua falta. Não consigo comer, dormir. Mal consigo trabalhar. — A voz num tom enrouquecido, que não consegue esconder a emoção que me toma.

E por mais perfeito que esteja, preciso de sua boca, morro por um beijo seu. E o viro para mim. Lentamente. Aproveitando todo e qualquer instante para contemplá-lo, para tentar matar um pouco desta saudade que parece me devorar vivo. Seus olhos fechados, a boca trêmula, o subir e descer de sua respiração.

🔞 𝐅𝐚𝐭𝐚𝐥 𝐓𝐫𝐨𝐮𝐛𝐥𝐞 𝐀𝐜𝐭¹: 𝐇𝐲𝐮𝐧𝐥𝐢𝐱 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora