Capítulo Vinte e Sete

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Passei pela mulher caída a minha frente com a cabeça erguida. Meu coração errou as batidas quando senti uma pequena ligação com Louis.

Eu devo estar perto dele, espero.

Meu olhar encontrou o de Called, que logo assentiu para que irmos.

Correndo floresta a fora, sabendo que posso encontra-lo da pior forma possível, mas eu tenho que ser forte. Preciso me preparar mentalmente, mas como faço isso?

Maldito Louis que me fez baixar a guarda, agora eu tenho que lidar com toda essa merda de sentimentos de uma só vez.

— Harry, para! — Called gritou me fazendo estagnar de imediato. — Magia negra, não podemos passar.

— Claro que podemos, porque não poderíamos? — Indaguei sem paciência.

— É muito forte, pode ter péssimas consequências. — A pequena criatura falava enquanto andava de um lado para o outro. — Você pode até ficar marcado pelas garras das trevas, e ninguém nunca sobreviveu para contar o que acontece quando isso acontece.

— Foda-se essas malditas garras, se Louis está atrás dessa merda, eu vou passar! — Gritei quase em um rosnado.

— Eu entendo, mas se você não sobreviver, nenhum de nós sobreviverá também. — Seu rosto transparência preocupação e esperança. — Por favor, vença essa guerra alteza. Por Louis, por todos nós.

Assenti sentindo todo o peso de um reino sobre mim. Olhei para o paredão forrado por uma cortina de luz negra, respirei e por um momento eu rezei e implorei para que se qualquer divindade boa ou ruim estivesse por ali, me ajudasse.

Dei uma última olhada para Called e adentrei naquele poço de magia torcendo para que meu destino de imediato não seja a morte.

É uma continuação da floresta, mas como se tudo estivesse sem vida. Sinto um aperto grande no peito e garras agarrando minhas entranhas. Continuo andando o mais rápido que posso, sinto como se alguém me observasse o tempo inteiro, a cada passo meu, cada respiração ofegante... O ar parece ser venenoso, pois quanto mais eu tento respirar, mais vou ficando fraco.

Me ajoelho no chão, sentindo mãos grandes e calejadas apertarem minha garganta, mas eu não vejo nada ao meu redor.

— P-por favor, eu a-aceito qualquer p-pacto, seja lá q-quem v-você seja. — Indaguei em um suspiro e de repente o aperto no pescoço parou.

— Que coragem a sua, príncipe. — Uma voz antiga e fria ecoou pela floresta morta. — Poucas pessoas tiveram a coragem de fazer um pacto comigo, poucas pessoas sobreviveram até o seu destino e nenhuma conseguiu sair vivo daqui.

— Porque não fazemos uma troca de favores? Você me concede um favor e eu lhe retribuo com outro. — Falei com a voz firme e de algum jeito eu senti seja lá o que isso for, dando um sorriso.

— O que você poderia me conceder, Alteza? — Perguntou com a voz sarcástica.

— Qual é a coisa que mais deseja? — Perguntei fazendo se escaldar um silêncio temporário.

— Mesmo se eu quisesse muito algo, como eu sei que sua alteza me concederia? — A voz parecia mais suave, feminina, ferida.

— Você tem minha palavra. — Tentei transparecer o mais confiante possível.

— Tenho minhas condições, vai me desculpar, mas eu não posso acreditar só em sua palavra. Precisa fazer um pacto de sangue, você ficará marcado com minha magia e se não cumprir com sua palavra, simplesmente morrerá e deixará o seu reino sob uma terrível maldição.

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⏰ Última atualização: Dec 29, 2022 ⏰

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The Lost Prince / L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora