- Para de tentar ir embora. - Ela resmungou franzindo as sobrancelhas. Cruzou os braços, contrariada. - Já é a segunda vez só essa noite. Stenio, Stenio, você olha lá que eu vou deixar, hein? - Ela ameaçou. - Antigamente você insistia mais. - Murmurou frustrada.
- Desculpa. Eu acho que.. Tô ficando velho. - Ele riu fraco. - Ou sei lá. Muito sentimental. - Ele colocou a camisa de volta e começou a tentar abotoá-la.
Helô ficou pensando, olhando ao redor por um segundo. Teve uma ideia do que fazer para ele ficar, já que estava se sentindo mal pela revelação bombástica do segundo divórcio.
- Me beija. - Ela murmurou assim que teve a ideia, para que ele parasse de ajeitar as coisas para ir embora.
- O que? - Ele olhou para ela inocentemente sem ter ouvido o que a delegada havia dito.
- Me beija. - Ela repetiu mais alto.
Stenio soltou a camisa que não havia conseguido abotoar nem sequer um botão, de tão atrapalhado que estava, e foi direto ao encontro dela.
Ela, sentia seu coração batendo no topo da garganta ao ver aquele homem andar em sua direção tão decidido.
Ele subiu na cama, e logo se posicionou no meio de suas pernas em cima da cama, deitando-a em um beijo caloroso, apaixonado, cheio de saudade, tesão, paixão, raiva.. Amor.
Permaneceram assim por longos minutos. Ele a pegava pelo cabelo, mordia seus lábios, beijava a extensão de seu pescoço. Recuperavam o ar por milésimos de segundos, e voltavam para o beijo. Tinham a sensação de querer estar tão perto, que até grudados não era suficiente.
Nada podia ser suficiente com o tamanho da saudade e do desejo que sentiam.
Quando se separaram, estavam ambos sem ar, e a boca de Helô estava completamente vermelha e irritada pela barba do advogado.
Stenio encostou sua testa na dela.
- Achei que você não fosse ceder nunca. - Ele murmurou, de olhos fechados.
- Eu te odeio. - Ela sussurrou.
- Eu acho que você me ama. - Ele sussurrou de volta.
Stenio se afastou, só o suficiente para poder olhar nos olhos dela. Helô descansou a mão sob seu peito, recuperando o ar.
- Não fica bravo comigo.. - Ela murmurou, flertando.
Escorregou a mão pela clavícula dele, encarando sua boca. Acariciou seu pescoço com a pontinha dos dedos, e subiu para seu rosto.
- Já to muito bravo.. Não dá pra desfazer agora. - Ele fez uma cara de bravo, de propósito.
Helô riu baixinho.
- É assim que você fica com raiva? - Ela murmurou passando a língua em seu lábio inferior. Nunca quebrando seu olhar.
Stenio assentiu, hipnotizado com a língua dela.
- Eu consigo fazer muitas coisas enquanto estou com raiva, na verdade.
- Consegue? - Ela ergueu a sobrancelha esquerda. - Tipo o que?
- Ah, você sabe. Me conhece bem, há décadas.
- Não sei.. Lá na delegacia a gente só trabalha com evidências. - Helô entrelaçou os dedos em seu cabelo. - Por que você não me mostra? - Sugeriu a delegada, puxando a cabeça dele em direção ao seu pescoço.
Stenio riu baixo, deixando que ela o puxasse para si.
- Agora é tarde, senhora. A senhora me perdeu! - Ele resmungou enquanto dava selinhos em seu pescoço. A cheirou e soltou um gemido baixo, extasiado por estar tocando aquela mulher mais uma vez. Deu uma mordida leve em seu pescoço, fazendo ela arrepiar.
- Ah, não fala assim, pô. Você não é mais meu maridinho mas você.. Gosta de um remember que eu sei.
- Eu não quero ser um remember, Heloísa. - Stenio se afastou e a encarou profundamente. - Eu quero ser seu marido. - Ele afirmou, com toda a certeza do mundo. Decidido.
- O que é isso? O terceiro pedido de casamento depois de um beijo? Ah, mas você é muito emot..
- Ah não, pode ficar tranquila. - Ele riu leve, enquanto soltava o nó de seu robe.
Afastou as partes da peça, liberando mais espaço de seu corpo para beijar. Voltou a dedicar os beijos ao pescoço de Helô, descendo para aquele piercing no peitoral que ele tanto encarava desde que havia visto ela pela primeira vez depois de tantos anos. Correu a ponta da língua por toda a extensão de seu peito, fazendo com que ela arfasse.
- Quem vai pedir alguém em casamento agora, é você.
Helô gargalhou genuinamente.
- Inacrê! Você é muito convencido. Você sabe que se depender de mim, a gente não volta nunca. Aliás se dependesse de mim..
Ela assistia enquanto ele brincava com seu corpo. Stenio desceu a alça de sua camisola, com cuidado. Não iria admitir, para não perder a postura, mas a verdade era que estava receoso de cruzar alguma linha de Helô sem ela querer.
Ela não disse nada. Do contrário.
Mordeu o lábio inferior, olhando para ele com atenção.- O que? Se dependesse de você.. O que?
- Você nem estaria aqui. - Ela sussurrou com um sorriso safado no rosto.
- Bom, você quem pediu pra eu ficar.. E depois, pra eu te beijar. Ou será que eu ouvi errado? - Ele franziu as sobrancelhas, encarando a área dos seios dela, e engolindo a seco, tentando controlar a vontade que estava sentindo. - Mudou de ideia? Ou eu vou ter que te fazer implorar por cada etapa do que vai acontecer aqui hoje? Só pra ter certeza. - Ele sorriu com malícia.
- Vamos ver se você me convence a te pedir em casamento, Doutor Stenio Alencar. - Ela murmurou, confirmando o queria.
- Isso é um desafio? - Ele riu, contornando os lábios dela com o polegar.
A delegada fez que sim com a cabeça.
- Bom, espero que você saiba o que está fazendo, delegada.
- Eu não sei. - Ela murmurou, retirando a camisa dele que só estava colocada em seu corpo. Jogou o pedaço de pano em qualquer canto do chão do quarto. - Mas pra ser sincera eu também nem quero saber, Stenio. Eu só.. Preciso disso agora.
- Precisa do que? - Ele puxou o cabelo dela com força, colando sua boca na dela, sem a beijar.
Helô riu.
- Fala, Helô. - Disse ele carinhoso no começo. - Fala que precisa de mim. - Ele a encorajou, a voz rouca, o coração acelerado e sentindo cada parte de seu corpo latejar.
- Preciso de você, agora. - Ela murmurou, deixando ele tomar o controle total da situação.
- Eu vou te dar o que você quer, meu amor. Fica tranquila. - Ele sussurrou no ouvido dela, acalmando.
Stenio tirou sua camisola num movimento só, e inverteu posições, ficando sentado contra a cabeceira da cama, ela sentada em cima dele.
Helô apoiou a mão na cabeceira, e soltou um gemido sentindo a boca dele em seus seios. Sorriu com o canto do lábio, vitoriosa. Sabia o que estava provocando nele, e o quanto ele estava louco para fazer isso desde que a viu com seus decotes. O microdermal havia chamado sua atenção. Ela não admitiria, mas estava curiosa para ver o que isso iria causar nele desde o dia que havia feito, quando nem sequer conversavam mais.
- Que saudade de você. - Ele murmurou, beijando seu corpo. Passou a acariciar sua cintura, descendo ambas as mãos e apertando sua bunda com força. - Do teu cheiro, do teu gosto, teu corpo, teu beijo. Tudo!
- Eu estou aqui. - Ela murmurou, confortando-o. - Hoje eu sou toda tua.