Capítulo 8

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Mãe?

— Eu ainda sinto nojo quando você me chama assim — Ela falou suspirando pesadamente

Meus olhos se arregalam enquanto eu tento estabilizar o meu corpo trêmulo. Eu pensei que eu havia superado ela, pensei que conseguiria olhar para ela novamente sem problemas, mas meu corpo me mostrou o oposto. Eu odeio a forma como eu quero me permitir cair no chão e chorar!

É difícil conviver com o passado, principalmente quando ele está na sua frente, porra!

Respiro fundo, dando o meu melhor para me manter inexpressiva.

— Você nos abandonou, voltar do nada não é uma opção para você — Falo me surpreendendo com o quão fria e rude minha voz saiu

Ignorando minha fala, ela se aproxima, seu rosto sem sentimento algum, tanto quanto o meu.

— Eu preciso do dinheiro da pensão

Meus olhos se arregalam enquanto cerro os punhos, cravando as unhas em minha própria carne.

— Meu pai não paga mais pensão

— O quê?! Por quê?! Ele sabe que eu preciso do dinheiro e faz isso comigo? Aquele filho da puta! — Ela respondeu irritada

— Não fale assim do meu pai! Ele não paga a merda da pensão porque nós moramos com ele — Esbravejo a fazendo recuar

— Seu pai nunca esteve presente na sua vida, não o defenda!

— Nós não temos nada para você. Vá embora e não volte!

— Seus irmãos cresceram e parecem terem se tornado pessoas melhores, mas e você?! — Gritou colocando um dedo de forma acusadora em meu peito — Você se tornou apenas uma vadia que provavelmente gosta de apanhar de um homem qualquer que lhe dê dinheiro o suficiente!

Ela se aproximou dos meus irmãos

Ela se aproximou de Ash.

Ela se aproximou de Yusuke.

Essa puta ousou olhar para eles!

— Não me confunda com você! — Falo a segurando pelo rosto, cravando minhas unhas em suas bochechas, rasgando levemente a pele pálida, magra e fina — Nunca mais se aproxime dos meus irmãos, do meu pai ou de qualquer pessoa que seja importante para mim! Não me faça enfiar a porra de uma lâmina na sua garganta!

Ela segura meu pulso com uma mão e com a outra estapeou o meu rosto.

Com uma mão em seu peito, eu a empurro para trás. Ela cai em cima de seu braço enquanto seu corpo se choca contra o chão. Entendendo o recado, ela se levanta e vai embora com o braço em uma posição não muito natural.

Inclino minha cabeça para trás para apoiá-la na parede enquanto passo os braços ao redor do meu corpo, apenas para ver a marca vermelha em meu pulso, provavelmente similar a marca que estava em meu rosto.

Eu havia me esquecido o quão ruim é reviver o passado, eu esqueci o quão ruim é relembrar o passado. Isso porque eu superei ele ou pensei ter superado. A única coisa que eu posso fazer é abaixar a cabeça e encarar o chão com um olhar vazio.

"Devolva a comida que você roubou!"

Eu não tive escolha, não naquela época.

"A pirralha acha que consegue encarar a porra de uma gangue! Vamos arrancar um ou dois dentes para mostrar o contrário para essa garota!"

Eu só queria protegê-los! É errado garantir a nossa sobrevivência?

"Você me custou alguns milhões, garota! Se eu soubesse que era isso que iria receber, teria pagado menos por você."

𝐇𝐞𝐚𝐫𝐭𝐬 𝐌𝐚𝐝𝐞 𝐓𝐨 𝐁𝐫𝐞𝐚𝐤Onde histórias criam vida. Descubra agora