Nós éramos amigos

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Se você escolheu:
◈ Eu amo o Mikey
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(S/N) olhou para o fundo dos olhos do líder da Toman e em seguida encarou Draken. Os dois homens estavam tensos e não sabiam como iriam reagir a resposta da garota.

Respirando fundo e soltando um suspiro pesado, (S/N) disse encarando o vice-líder da gangue a qual fazia parte:

— Draken, eu sinto muito…

A respiração de Draken parou. Ele realmente não podia acreditar naquelas palavras.

Atordoado com a situação, ele começou a se afastar, porém parou quando ouviu novamente a voz de sua amada.

— Posso não ter escolhido você, mas não ouse pensar que não te amei. Nossa amizade é valiosa demais para arriscarmos mais e nos arrependermos no futuro

Ele acenou antes de se pronunciar:

— Não se preocupe, não vou pensar nisso — Disse antes de encarar Mikey — E você, cuida dela ou eu te quebro, seu nanico. Apesar de tudo, quero que vocês sejam felizes

E assim ele se afastou.

(S/N) olhou para Mikey e antes que percebesse, ele estava a abraçando.

— Você não vai se arrepender disso — Falou carinhosamente

— Me arrepender de ficar ao seu lado? Acho que não tem como me arrepender disso

E com a mão que estava livre, ela puxou Mikey pela nuca e o beijou. As mãos do garoto apertavam a cintura dela e colava cada vez mais os corpos molhados de ambos.

Após se separarem, (S/N) sorriu para Mikey e sussurrou:

— Obrigado

— Por que está agradecendo?

— Por você ter me ensinado o significado do amor, aquele que não é perfeito, mas que é cheio de cumplicidade e companheirismo

— Nesse caso, eu também te agradeço por isso, (S/N)

[…]

Presente

(S/N) retirou a tampa de vidro da panela e respirou fundo sentindo o aroma tentador do Tonjiru, uma sopa de carne de porco que havia preparado para o jantar. Ela olhou para o relógio da cozinha, com preocupação crescendo em seu peito.

Sua mão direita tocou a aliança na mão esquerda e ela sorriu sabendo que seu marido estava atrasado, mas provavelmente estava bem.

Ela olhou ao redor, vendo que seu apartamento estava limpo e organizado. (S/N) e Mikey dividiam os afazeres domésticos e aquele foi o dia dela de arrumar o local.

Após se certificar que o jantar estava pronto, ela retirou o avental percebendo como estava cansada devido a reunião da Toman que teve mais cedo naquele dia.

De repente, ela se arrepiou. Teve a sensação de que havia alguém em sua casa e ao olhar ao redor, viu a janela aberta e julgou que seu arrepio era devido a ventania gélida, afinal, era inverno. Com esse pensamento, ela caminhou até a janela e a fechou, porém a sensação não passou.

— Eu realmente não queria fazer isso com você, (S/N) — Disse uma voz rouca atrás dela

Ela ouviu soluços como se alguém estivesse chorando e se virou, se deparando com uma arma apontada para ela.

(S/N) tentou enxergar o rosto da pessoa mas o capuz do moletom a impedia, porém devido às luzes dos prédios, ela conseguiu ver uma tatuagem de relance.

Seus lábios tremeram e uma lágrima escorreu por sua bochecha antes que ela falasse com a voz trêmula:

— Draken?

— Me desculpe, (S/N)...

Naquela noite, os moradores daquele prédio não faziam ideia do que ocorreu na cobertura.

Naquela noite, Mikey voltou para casa desejando apenas comer a comida de sua esposa e relaxar com ela, porém ele não esperava encontrá-la morta.

Naquela noite, Mikey comeu todo o Tonjiru sozinho na calçada enquanto Naoto o consolava e os policiais retiravam o corpo de sua mulher do apartamento que eles escolheram para criar os filhos que nunca viriam.

Naquela noite, um pai e dois irmãos abraçaram pela última vez o corpo da única mulher em suas vidas, se recusando a aceitar que ela havia partido.

Naquela noite, (S/N) Uragirimono foi morta e naquela noite, Mikey desapareceu.

[…]

Draken fechou a porta de seu pequeno apartamento se sentindo esgotado. Ele chutou algumas latas de cerveja que se espalhavam pelo chão e conseguiu chegar até a geladeira onde pegou uma garrafa de vidro de saquê.

Ele iria se sentar no sofá, assistir televisão e beber até dormir como sempre fazia, porém algo o impediu.

O ex vice-líder da Toman, agora capanga de Kisaki, teve a estranha sensação de que alguém estava em seu apartamento.

— Você achou mesmo que eu não iria descobrir?

Ao se virar, ele se deparou com seu melhor amigo, Mikey, que estava desaparecido há sete meses e que naquele momento lhe apontava uma arma e naquele instante, Draken soube como (S/N) se sentiu no dia de sua morte.

— Você achou mesmo que eu não iria descobrir que você a matou?! — Esbravejou — Você acha mesmo que eu sou burro, caralho?!

— Mikey, você precisa entender que eu estava seguindo ordens e…

— Seguindo ordens? De quem? Daquele filho da puta do Kisaki?! — Interrompeu enquanto retirava de seu ombro uma mochila aberta e a jogava no chão — Bom, veja onde ele está agora

Draken não precisou abrir a mochila, a cabeça de Kisaki rolou para fora de modo que metade do rosto ficasse exposto e o olho aberto dele começou a encarar Draken.

Tentando se manter calmo, Draken falou:

— Me escuta, abaixa essa arma e me escuta… — Disse se aproximando de Mikey e tentando pegar a arma, porém levou uma coronhada na cabeça desferida por seu amigo

— Não! É você que vai me escutar! — Gritou balançando a arma diante dos olhos de Draken — Você sabe o que você tirou de mim? Você levou ela! Você levou a (S/N) embora!

— Mikey, eu sinto muito

— Sente muito? Você sente muito?! Por que você não vai falar isso para ela? Fala isso para ela, porra! Você tirou tudo o que eu tinha, você levou o pouco que eu tinha e vem me dizer que sente muito? Você tirou a minha vida! E sabe quem faz esse tipo de coisa? Exatamente! Só um filho da puta faz isso! Você é um filho da puta, Draken! Você é um tremendo de um filho da puta!

Outra coronhada foi desferida em Draken e Mikey se afastou, andando pelo cômodo e coçando a cabeça com a arma.

— Você sabe quem odiava filhos da puta? A (S/N) odiava, ela odiava pessoas como você! E o que você fez? Você a matou, você a tirou de mim e você me forçou a ser exatamente o tipo de pessoa que ela odiava!

Mikey se aproximou e colocou a arma entre os olhos de seu amigo, exatamente o local onde Draken havia colocado a arma em (S/N) há sete meses atrás.

— Mikey, por favor… eu… eu sou seu amigo… nós somos amigos…certo?

— Não, Draken, nós éramos amigos

𝐇𝐞𝐚𝐫𝐭𝐬 𝐌𝐚𝐝𝐞 𝐓𝐨 𝐁𝐫𝐞𝐚𝐤Onde histórias criam vida. Descubra agora