Capítulo 4

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Narrador narrando

(S/N) continuou a socar o saco de areia preso no teto sem perceber que estava sendo observada. Mikey observou a forma como a parte inferior de seu corpo se movia em sincronia com a superior ao desferir um golpe no saco de areia. Era um movimento hipnotizante que o líder da Toman não conseguia parar de olhar.

Ele esbarrou na porta acidentalmente, a fazendo se mover por alguns centímetros e, consequentemente, a fez ranger. Não foi um barulho alto, mas foi o suficiente para chamar a atenção da garota, que se virou na direção da porta, dando de cara com Mikey.

Ela segurou o saco de pancada para que ele parasse de balançar e encarou Mikey.

— Precisa de alguma coisa? — (S/N) perguntou surpresa

Antes que ela pudesse expulsá-lo, Mikey entrou no quarto e fechou a porta, antes de se sentar na cama dela.

— Nada

Ela caminhou até a pequena caixa de som e a desligou. Ela caminhou até Mikey e se sentou ao seu lado, soltando um suspiro.

— Você ainda está aqui, então precisa de algo — Falou inexpressiva — Se cansou de jogar com o meu irmão? Ele é tão chato assim?

Mikey sorriu com o comentário da garota. Ela sabia que aquele não era o motivo dele estar ali, mas precisava suavizar o clima que estava em seu quarto.

O rosto de (S/N) se contorceu ao sentir as juntas de suas mãos arderem repentinamente. Ela começou a retirar as faixas, deixando suas feridas expostas. Ao se levantar, a garota caminhou até sua cômoda e, abrindo a primeira gaveta, pegou um spray antisséptico e o aplicou em suas mãos, ignorando a ardência que aquilo a causou. Em seguida, ela pegou curativos e enfaixou sua mão, tudo isso enquanto era observada pelo líder da Toman.

— É isso que você faz a tarde toda? Treina boxe?

— Eu me certifico de treinar pelo menos uma hora por dia, não é nada demais — A garota revelou usando uma toalha para secar o seu suor — E então, quanto tempo você pretende ficar no meu quarto?

A forma como ela foi direta surpreendeu Mikey.

— Você aparenta não gostar muito de mim, então não sei o porquê de você estar aqui

— Nem eu sei, acho que nos conhecemos em uma situação ruim

A garota ri e o encara antes de erguer uma sobrancelha

— Você acha? — Brincou arrancando um sorriso do garoto — Talvez nós possamos começar de novo. Meu nome é (S/N) Uragirimono

Mikey encarou a mão estendida em sua direção e loga a apertou.

— Manjiro Sano

O quarto ficou silencioso, ambos não sabiam mais o que fazer e estavam constrangidos. Os olhos de Mikey percorreram pelo quarto até que algo lhe chamou atenção.

— Você toca guitarra há quanto tempo?

— Há alguns meses, meu pai me ensinou o básico — Ela respondeu caminhando até a guitarra e a pegou — Quer jogar um jogo?

Receoso, ele acena. (S/N) caminha até sua cama e senta na mesma, apoiando a guitarra no colo.

— A minha guitarra possui seis cordas, a única coisa que você precisa fazer é falar números aleatórios de um a seis, quem sabe a gente consiga fazer uma música

E assim, Mikey começou a falar números aleatórios e, eventualmente, aumentou a velocidade em que falava os algarismos.

Os sons que saíam da guitarra eram totalmente desarmônicos, quase prejudiciais à audição, o que fez com que (S/N) e Mikey rissem como crianças.

𝐇𝐞𝐚𝐫𝐭𝐬 𝐌𝐚𝐝𝐞 𝐓𝐨 𝐁𝐫𝐞𝐚𝐤Onde histórias criam vida. Descubra agora