Capítulo 9

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ELLEN

Minha cabeça estava doendo tanto que mal pude abrir os olhos. Sentia meu corpo pesado e foi difícil obrigar as minhas pálpebras a abrirem. Por sorte o quarto estava escuro, como se ainda fosse noite, mas eu sabia que não era, pois, alguns feixes de luz entrava através das brechas da cortina escura.

Quando me forcei a levantar um pouco, senti como se tivesse corrido uma maratona e não conseguia lembrar o que havia acontecido.

O dia de ontem foi corrido e quase desisti de ir à...

Festa!

— Você está bem? – A voz de Anthony me assustou e encolhi-me na cama fofa. Ele estava nas sombras do quarto, eu podia senti-lo. Algo dentro de mim despertou um sentimento de medo que quase me fez chorar, mesmo sem que eu soubesse o porquê. – Tome isso, vai ajudar com a dor na cabeça. – Nada saía da minha boca, mesmo que eu tentasse comandar o meu corpo. Peguei o copo e o comprimido sem saber se conseguiria fazer o processo. Aos poucos tomei consciência de que não estávamos no meu quarto. Nunca havia entrado nesse lugar, tanto por não me sentir confortável, quanto por receio.

Anthony estava fazendo um grande favor me deixando morar aqui, não poderia espionar suas coisas quando ele não estava. Tudo isso me fez questionar ainda mais o que realmente havia acontecido ontem. Após tomar o comprimido para dor, consegui o olhar nos olhos e vi um olhar preocupado, que me fez voltar ao sentimento anterior. Não sabia o porquê desejava tanto chorar, ainda não sabia o que havia acontecido. – É possível que não se lembre de muita coisa, e acho melhor assim. – Falou ao pegar o copo. Puxei o seu braço para que ele não se afastasse.

Algo estava errado, a dor de cabeça e a sensação estranha de perigo, além da minha perda de memória. A única coisa que eu sabia com certeza era de que me sentia protegida perto dele e queria isso mais que tudo.

— Eu não entendo. – Falei sentindo a minha garganta seca. – O que houve? Por que estou aqui?

Anthony sentou-se à minha frente sem dizer uma palavra. Ele me analisou e a única coisa que pude fazer foi observa-lo e esperar que me respondesse. Ele apertou a minha mão na sua e senti que estava tentando não me dizer o que tinha acontecido.

Odiava não saber das coisas, ainda mais quando me envolvia. Quanto mais forçava a minha mente a lembrar da festa, mais ela doía. Eu nunca bebi álcool na minha vida, e tinha certeza de que não comecei a fazer tal coisa por conta de uma festa adolescente.

— Não desejo que se preocupe com isso agora. Tome um banho e vá à cozinha, preparei algo para comer. Você precisa se alimentar. – Falou ao colocar uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

— Anthy! – Levantei-me abruptamente e senti que cairia, mas ele me segurou pela cintura. – Por que tudo está tão estranho? – Questionei segurando-me em seus ombros largos.

Sim, meu primo era um homem misterioso, mas eu sabia quando evitava falar de algo ou quando estava preocupado. Seu silêncio só me preocupava ainda mais.

— Olhe para mim! – Exigiu puxando o meu queixo para me observar melhor.

— O que aconteceu? – Dessa vez falei com mais firmeza e irritada. Essa não era a hora de me proteger. Eu queria saber o que tinha acontecido, caso contrário ligaria para Eva. – Não me esconda nada. Sei que estou assim por causa da festa. Não me lembro de ter bebido, nem gosto de cerveja. Anthony, o que aconteceu?

Mesmo com a pouca claridade do quarto, consegui ver que Anthony não tinha dormido bem. Eu estava em seu quarto e não fazia ideia de como vim parar aqui.

— Você ainda não está bem. – Disse me largando e se afastando. Voltei a me apoiar na cama, pois meu corpo ainda estava pesado. – Por que teve que ir aquela festa? – Sua pergunta saiu com mais raiva do que o normal. Virado de costas, eu não sabia em que nível de estresse ele estava. – Não pode sair sem me avisar. Você pode se machucar. Poderia ter se machucado se eu não chegasse a tempo.

A OBSESSÃO DO MAFIOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora