EPÍLOGO

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ELLEN

Dois anos depois


Nunca imaginei que estaria tão feliz longe de tudo e de todos, mas era assim que eu me sentia nessa ilha no pacifico onde as tardes de pôr do sol laranja e as noites estreladas me lembravam que havia um final feliz, apesar de tudo.

Quando achei que Anthony tinha morrido, naquele dia, eu também desejei morrer.

Minha vida não foi uma das piores do mundo, longe de mim reclamar, porém, na questão dos sentimentos familiares, eu não tive tanta coisa. Minha mãe morreu cedo de câncer, meu pai virou um obsessivo por trabalho, no qual agora sei o que realmente era, e eu não tive uma irmã, apesar dela morar na mesma casa que eu.

Foi horrível a parte onde tive que mentir e me separar da única mãe que tive. Depois do incidente, Mere e Eva cuidaram de mim e eu não fui a paciente mais bondosa do mundo. Deixa-las, sem uma explicação lógica foi... triste e a saudade apertava cada dia mais.

Mesmo eu dizendo que estava bem, fazendo vídeo chamadas sempre que possível, não podia responder seus questionamentos. Anthony disse que poderia visita-las, não no país, mas que arranjaria um modo de vê-las pessoalmente, no entanto, poderia ser arriscado e pensar na possibilidade de acabar com a nossa felicidade me machucava mais que a saudade delas.

Poderia ser egoísta, já que fariam qualquer coisa por mim, mas esse era o meu novo eu e nada, nem ninguém, me tiraria de novo o que eu amava, ainda mais agora.

Vivíamos praticamente isolados, porém, saíamos para o continente quando necessário. A fortuna da família veio a calhar e passaríamos muito tempo sem precisar de nada, mas o que sei das coisas de Anthy, mesmo aqui, a milhares de milhas dos Estados Unidos, ele e Jacob ainda comandavam um império grandioso.

Estávamos planejando voltar ao continente, agora definitivamente. Passamos esse tempo aqui por garantia, para que ninguém achasse nenhum de nós dois. No entanto, depois de dois anos e do nascimento da nossa filha, ele achava melhor estar em um lugar onde ficaríamos mais perto da civilização e hospitais.

Anthony mudou muito durante esse tempo. Tanto que me deixou surpresa.

Antes ele era durão e custava demostrar sua sensibilidade, mas parece que depois da experiência de quase morte, ele realmente mudou e resolveu aproveitar a vida como um todo.

Tratava Olívia como se fosse uma joia rara que não poderia ser tocada ou machucada. Os dois se parecem muito, com os cabelos dourados e olhos azuis. Eu não poderia estar mais grata por tudo.

— Temos que ter mais cuidado, ela já está dando os primeiros passos, é possível que saia de casa e ande até a praia...

— Relaxa, Anthony, tenho certeza de que não vai deixa-la dar um passo além do permitido. – Ironizei o que o fez me olhar cerradamente.

— Não estou brincando. – Disse enquanto balançava o chocalho para distraí-la.

— Eu também não.

Às vezes, me pegava pensando em como seria se fôssemos primos de sangue. Seria muito errado e maluco, mas graças ao destino, não éramos ligados por esses laços.

— Logo vamos sair daqui e não vou precisar me preocupar com isso. – Falou a olhando como se fosse a coisa mais preciosa que tinha.

— Não se preocupe. – Disse o abraçando. – Ela vai ficar bem, até chegar na adolescência e os garotos a cercarem como abelhas em busca do pólen.

Seu olhar congelou e pude ver que ele estava pensando no que falei e pude acompanhar a mudança de humor em seu rosto.

— Está querendo que eu enlouqueça?

Não consegui esconder o sorriso. Anthony se tornou um pai muito protetor e isso seria um problema no futuro.

Fim.

A OBSESSÃO DO MAFIOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora