ANTHONY
Não tinha intensão de amedronta-la com a minha obsessividade, porém, ao escutar que ela deixaria a minha casa, fui invadido por uma insegurança e raiva que me fizeram agir daquela forma, como se eu fosse o dono do mundo.
Eu estava me sentindo rejeitado pelo fato de que revelei tais sentimentos para ela e Ellen simplesmente diz que vai embora. Eu via seu desejo por mim, mas não entendia o porquê de se distanciar.
Acabei botando tudo a perder, quando deixei o meu lado bruto agarra-la e comanda-la daquele jeito. Eu sabia que a garota acabou de passar por um momento difícil e talvez seja por isso que ela deseje sair da minha casa, no entanto, pensar em não vê-la todos os dias, senti-la tão perto e vigia-la, mesmo estando longe, faria com que eu enlouquecesse.
Não dava mais para voltar no tempo e não tinha que esconder os meus desejos dela. Se estava chateada pelo modo como a tratava, isso mudaria a partir desse momento.
Ela não era mais uma criança e eu não estava cometendo um crime. Óbvio que minha paranoia por ela poderia ser considerada estranha e não desejava prende-la a mim. O problema era que o bom moço que ela conhecia, se afastava cada vez mais de dentro de mim, ainda mais quando alguém ameaçava tira-la de mim.
Estava na hora de transformar a garota inocente que tanto me perturbava, em uma mulher, eu só esperava não estragar tudo agindo como um ogro com ela, pois tinha que admitir que essa era a minha real personalidade.
Agora Ellen estava no quarto, pensativa. Ela não era um total mistério, eu só não conseguia, ainda, saber o que se passava em sua mente.
Quando me questionou mais cedo, pensei no futuro, quando ela descobrisse quem realmente eu era. Ellen tinha um pensamento sobre mim que não era a verdade e me preocupava em como reagiria quando soubesse que meu negócio ia além das longas reuniões na multinacional.
Eu teria que a prender a mim como uma cola que duraria para sempre, para que nunca deseje ir embora, mesmo me odiando.
O whisky que estava tomando não me ajudava a esquecer, no entanto, deixava a minha cabeça mais leve. Já era bastante tarde, não costumava dormir cedo e custaria muito para que isso acontecesse hoje.
A casa estava escura e pensei que aproveitaria melhor a nossa estadia aqui. Ela adorava lugares como esse, porém, desde que chegamos, Ellen estava estranha e parecia que isso não mudaria amanhã, já que fui muito ousado a beijando e dizendo aquelas coisas.
— ANTHONY! – A sua voz chegou até mim na sala de jogos, como um desespero, e não perdi tempo, correndo até as escadas e subindo para o andar dos quartos.
Já passava da meia noite e sabia que ela estava dormindo. Quanto mais me aproximava de onde estava, sua voz se tornava mais nítida. Ela parecia estar desesperada e pensei que algo muito ruim estivesse acontecendo. Quando abri a porta do seu quarto, a vi deitada na cama, graças a pouca luz que entrava pela fresta da cortina, com os olhos fechados, tendo um pesadelo que a agoniava.
Isso nunca aconteceu antes e estava receoso em me aproximar e acorda-la. Sentei-me do seu lado na cama, e toquei em seu braço, fazendo leves movimentos para que ela acordasse.
— Ellen! – Falei ao tocar em seu rosto. – Acorde, está tendo um pesadelo, acorde!
Senti sua pele fria e quando peguei em sua mão, ela a apertou, parecendo estar com muito medo.
Quando finalmente abriu os olhos, Ellen se assustou com a minha presença. Liguei o abajur na cabeceira para que ela me visse mais claramente. Inesperadamente, ela me abraçou forte, como se ainda sentisse medo de alguma coisa.
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A OBSESSÃO DO MAFIOSO
Literatura FemininaVocê já pensou no que faria se descobrisse que o mundo que conhece e as pessoas que confia, não são exatamente como imaginava? Eu era uma filha exemplar, nunca faltei a escola ou dava bola para as provocações da minha irmã mais velha. Amava o meu pa...