ELLEN
Eu nunca me acostumaria com o fato dele ser o líder de uma gangue, ou seja lá o que era isso tudo. Ainda não entendia o porquê de me esconder tudo isso. Seria mais fácil se eu tivesse ciente disso mais cedo, porém, não foi o que aconteceu.
Muitas coisas se passavam pela minha cabeça, mas o que mais me perturbava era se algo de ruim iria acontecer com ele.
Eu amava o Anthony. Ele era tudo para mim, apesar dos pesares. Por mais que tenha me privado da verdade, era quase impossível ficar muito tempo longe dele.
Acredite, eu pensei nisso no meu tempo livre, quando ele havia saído para mais um dia de trabalho. Pensei em ir embora, apesar dele ser totalmente contra, no entanto, essa ideia logo passou e notei que os meus sentimentos eram mais que uma paixão boba de uma menina que estava entrando na fase adulta.
Se eu fosse, passaria os meus dias imaginando o que poderia estar acontecendo com ele, se estava com outra e muitas outras coisas que minha mente criativa pensaria.
Agora, depois da nossa noite juntos, sentia em meu peito um aperto estranho. Não queria ser conivente com as coisas erradas que ele fazia, porém, não desejava me afastar nunca.
Assim que ele acordasse, iria voltar a sua rotina, Anthony sairia e eu ficaria aqui, pensando se voltaria bem ou não, se machucaria alguém ou deixaria isso para os seus capangas.
Levantei-me da cama, indo para o banheiro. A minha imagem no espelho me mostrava que esse conflito se mostrava no meu rosto.
Anthony dizia que quando estava comigo ele não era o homem que era no trabalho, se é que eu poderia denominar isso como um trabalho. Não queria me iludir pensando que poderia mudar isso nele. Que de alguma forma o convenceria de deixar essa loucura e ser o Anthony que eu amava e conhecia, porém, não achava que isso seria possível.
Quando saí do quarto, caminhei até o lado de fora da casa, recebendo o calor da manhã. O dia estava lindo, com o céu claro, mostrando o azul majestoso que tanto amava.
Essa casa era tão grande que me sentia minúscula dentro dela, assim como quando eu ficava próxima dele.
Tudo isso parecia tão grande e inalcançável que me angustiava.
Queria conversar com alguém. Alguém que não fosse o Anthy. Eva ou Meredith, mas nenhuma das duas estava disponível e eu teria que lidar com essas questões sozinha.
Pensei que ter uma casa em vez de um apartamento me faria bem, que caminharia quando acordasse mais cedo, mas isso era impossível com esses homens estranhos fazendo guarda no portão que dava acesso à mansão.
Voltei para dentro e fui em direção à cozinha. Fazia apenas cinco dias que estava aqui. Ainda não estava acostumada e levei um susto quando encontrei uma mulher, de mais ao menos trinta e poucos anos, cabelos escuros e cacheados, mexendo nas coisas que ficavam no balcão.
O cheiro do bacon era divino e me deu água na boca. Ela notou a minha presença, mas não se deu ao trabalho de falar nada. Aproximei-me mais da mulher e a observei de cima a baixo.
Anthy disse que havia contratado uma pessoa que cuidaria não só da cozinha, mas também dos demais empregados que arrumariam a casa e o jardim, porém, não podia imaginar que seria tão jovem e bonita.
Claro, isso não era nada demais, mas senti uma pontada de preocupação.
— Bom dia, quem é você? – Falei com um meio-sorriso, ainda desconfiada. – Perdoe-me a minha pergunta, é que eu não sabia...
— Me chamo Jane. – Respondeu sem me dar atenção. Ela limpava alguns legumes na pia e o seu tom quase ríspido demais, me surpreendeu ainda mais. – Pensei que Anthony tinha falado sobre mim.
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A OBSESSÃO DO MAFIOSO
Chick-LitVocê já pensou no que faria se descobrisse que o mundo que conhece e as pessoas que confia, não são exatamente como imaginava? Eu era uma filha exemplar, nunca faltei a escola ou dava bola para as provocações da minha irmã mais velha. Amava o meu pa...