Capítulo 11

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ELLEN

Não posso dizer que um dia ao lado da mulher que me criou me fez esquecer de tudo o que havia acontecido. Ainda me sentia péssima por ter acreditado em um idiota que quase abusou de mim, só porque desejava ganhar uma aposta.

Meredith era como uma mãe e estar ao seu lado novamente era bom. Ela ainda trabalhava na casa onde cresci, e dizia que só estava lá devido ao longo tempo e que se adaptou ao seu trabalho, mas que se Becca novamente me humilhasse ela sairia da casa.

A verdade era que ela já deveria ter parado de trabalhar, mas ficando lá, a mulher poderia morar com os seus sobrinhos na casa dos fundos.

Mere não estava gostando muito da minha estadia nessa casa, algo a incomodava e a minha curiosidade insistia em querer saber o porquê.

Seu telefone havia tocado e ela saiu para atende-lo, mas durante a conversa, notei que estava ainda mais chateada. Mere nunca levantaria a voz para ninguém, muito menos ao telefone e assim que desligou o aparelho, voltou para dentro da sala com cara de poucos amigos.

— O que aconteceu? – Questionei me aproximando dela. A mulher sabia que eu era curiosa e alguma coisa me dizia que era de mim que ela falava ao telefone. – Você estava falando com o Anthony?

— Claro. – Disse tentando disfarçar. Eu não era tão burra, sabia que, seja lá o que Anthony tenha dito, a deixou chateada. – Ele disse que chagará mais cedo. Quer que eu a ajude a fazer uma pequena mala para irem a algum lugar.

Fiquei surpresa com o que disse, assim como animada. Não precisava de muito para que Anthony me animasse com as suas ideias. Ainda não tinha esquecido do nosso jantar e pensando bem, ir com ele a algum lugar longe daqui, só nós dois, me dava um frio na barriga.

Mere me encarou, percebendo o quanto gostei da novidade e não pareceu gostar.

— Não falou onde vamos? – Questionei ansiosa. – Não saímos muito. Talvez ele deseje me distrair do que aconteceu.

— Claro, deve ser isso. – Resmungou.

— Por que ficou chateada com isso? – Perguntei finalmente. – Anthony é meu primo, cuida de mim como um irmão e você mesma pediu a sua ajuda quando Rebeca me expulsou.

Voltando ao jantar que tivemos, notei naquela noite, que algumas pessoas nos olharam com estranheza. Até mesmo o porteiro desse prédio, os seguranças que cercavam Anthony, todos pareciam estranhos.

Apesar de ser um pouco tola para algumas coisas, eu sabia que havia segredos ainda não revelados por parte dele. Seus negócios que vinham até sua casa, o homem que ele se transformava quando ficava irritado, tudo isso era estranho.

— Ellen, você é uma jovem bastante inteligente e curiosa, porém, tem coisas que não devem ser respondidas, pelo menos não por mim. – Falou se esquivando novamente.

— Você tem medo dele? – Questionei, no entanto, não era muito uma dúvida, pois estava estampado em sua expressão.

— Não tenho medo de Anthony, criei aquele menino assim como você. O problema é que tem coisas que não devem ser ditas por mim. – Falou andando para longe de mim. Ela fazia isso quando me escondia algo. – Seu primo é uma pessoa boa para você. Ele cuida e faz o possível para a agradar.

— Sinto que tem um, "mas". – Falei a seguindo.

Eu estava a seguindo, então quando parou, quase nos esbarramos. Ela me encarou pensando no que diria. Era insuportável não saber das coisas, ainda mais quando tinha relação comigo e Anthony.

— Não deixe que ele a manipule. – Falou ela, me segurando pelos braços. – Sei que o charme e o olhar misterioso podem atrair muitas mulheres, mas não deixe que isso a faça perder a cabeça.

A OBSESSÃO DO MAFIOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora