Capítulo 23

3.9K 262 9
                                    

ANTHONY

O dia tinha sido cansativo. Depois de dizer tudo a Ellen, ela não estava como antes. Era normal esse distanciamento e questionamento, pelo menos não me odiava totalmente.

Não bastasse ter que suportar reuniões com os acionistas, também tinha que achar uma solução para o meu problema com os Mexicanos.

Aqueles filhos da mãe achavam que eu seria bonzinho com tudo o que já fizeram, e para começar a minhas ações contra eles, ordenei que acabasse com a regalia de se beneficiarem nas minhas custas, passando com as suas porcarias pelas minhas ruas.

Sabia que isso seria só o começo de uma briga. Não estava com medo, só não queria que isso chegasse a Ellen. Ela era a única coisa mais importante na minha vida. Poderia fazer o que fossem comigo, mas não suportaria nem pensar em vê-la sob o domínio dos meus inimigos.

Estava tão cheio que não fui para casa quando saí do escritório. Meus ombros doíam, como se um grande peso estivesse sobre ele. Jacob me ajudava com tudo isso, porém, eu era o chefe, tinha que estar à frente de tudo.

— Anthony Johnson! – A voz que soava atrás de mim, parecia animada. Não me dei ao trabalho de virar-me para olha-lo. Desejava apenas tomar alguns copos de whisky e ir para casa tomar um banho. No entanto, parecia que nada e nem ninguém deseja isso para mim. – Estou surpreso por estar aqui. Ultimamente tem ficado mais reservado. – Completou sentando-se no banco, em frente ao bar, ao meu lado.

Respirei fundo e analisei o idiota que me importunava. Ele não era um total desconhecido. Meus contatos na polícia e no FBI já haviam falado sobre um detetive em ascensão que investigava as organizações criminosas desse país.

O homem que não parecia ter muito mais idade do que eu, pediu uma bebida e não tirou o sorriso do rosto.

— Está me perseguindo, detetive? – Questionei desviando a minha atenção do homem e voltando a olhar as bebidas no estande. O lugar não era de ficar lotado. Era frequentado por empresários e pessoas que podiam pagar os valores exorbitantes que eles cobravam por uma bebida. – Não deve se dedicar ao seu trabalho em vez de me vigiar?

— Não precisamos discutir sobre você não saber do que estou falando. – Disse bebendo um gole do liquido âmbar. – Eu sei o que você faz, você sabe quem eu sou e o que faço, e no final, vai acabar na cadeia por tráfico e contrabando de obras de artes no mercado negro.

— Devo informa-lo que não estou com paciência para escutar baboseiras de um detetive babaca. – Falei depois de um longo gole, acabando com o líquido do copo.

— Antes que saia, devo dizer que estou próximo do meu objetivo. Vou prendê-lo e nunca mais sairá da cadeia.

— Se não quer perder o seu tempo, procure outro alvo. – Falei ao me levantar. – Devo lhe dar uma ajudinha. Hernando Mendes é um verdadeiro problema aqui. Por que o FBI não se concentra nisso e me esquece.

— Todos irão cair. – Disse ele parecendo se divertir com tudo isso. – Mexicanos, italianos, até mesmo vocês.

— Boa sorte, então.

***

A casa estava escura quando cheguei. Entrei no banheiro e deixei que a água levasse embora tudo o que havia acontecido no dia.

Não saiu da minha cabeça a intromissão do detetive Yang. Ele era inconveniente e uma pedra no sapato, mas poderia ser usado para me beneficiar.

Não queria um conflito direto com Hernando e Paolo. Isso nos levaria na direção do governo e nem mesmo os meus aliados poderiam amenizar esse estrago.

A OBSESSÃO DO MAFIOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora