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23. Conhecimento e cartas inesperadas

23. Conhecimento e cartas inesperadas

Quando desceram, encontraram o Lord das Trevas sentado á mesa tomando seu café da manhã com um jornal nas mãos. Diferente das outras vezes, agora ele usava roupas casuais, demonstrando não esperar visitas. Era raro ter esta imagem do homem, Severus não conseguiu esconder seu espanto, para o divertimento do mias velho.

_Severus, vejo que está melhor. Nos deu um grande susto ontem. Os infratores foram devidamente punidos, deixaria para você mas Harry estava em seu modo instinto e não sei como teria agido se não lhe vingasse pessoalmente. -Explicou, sabendo que o Mestre de Poções gostava de aplicar suas próprias punições naqueles que lhe prejudicassem.

_Obrigado Lord Peverell, tanto por sua hospitalidade quanto por cuidar de Harry e dos traidores. Infelizmente fui pego desprevenido e não consegui reagir a tempo, as poções as quais estavam em minha posse eram extremamente voláteis e poderiam causar danos irreparáveis se quebradas, por isso eles aproveitaram o momento em que as estava mandando para seu laboratório para me atacarem. Estou grato por nada pior ter acontecido. -Quando essas palavras saíram um rosnado quase animalesco deixou os lábios de Harry, seus olhos se tornando vermelhos. Apenas a lembrança o deixava a ponto de perder o controle.

_Grato? Você quase morreu Severus, se não fosse por Falkes, nem mesmo minha magia conseguiria te salvar sem deixar graves sequelas. Quando te vi inconsciente e cheio de sangue pensei tê-lo perdido sem nem mesmo possui-lo completamente. Teria transformado o mundo em cinzas se algo lhe acontecesse. -Disse com a voz embargada, toda a raiva sendo extraviada pelo terror que passou naquele momento.

_Eu... me desculpe. Harry, está tudo bem agora que aceitei o vínculo. Tenho uma forte proteção sobre mim. O que ocorreu foi grave, mas não podemos nos ater ao passado, apenas usá-lo como exemplo para não cometer os mesmos erros. -Pediu enquanto segurava a mão do adolescente, sentindo como ela tremia levemente. Neste momento desejou poder voltar no tempo e ter sido um pouco mais precavido. Não gostava de ver o garoto neste estado.

_Severus está certo, Criança. Não vamos cometer o mesmo erro novamente. Eu lhe prometi que cuidaria de vocês e cumpro minhas promessas. Ontem Harry aceitou o vínculo familiar que estava nos puxando em direção um ao outro. Pode ser difícil, mas vamos tentar ser uma família. Podem me chamar de Noir, as pessoas precisam saber a hierarquia que ambos estão. -Explicou virando-se para o Mestre de Poções, sabendo que Harry não o teria contado e como isto poderia se tornar um grande mal entendido.

_Vínculo Familiar? O sangue de Salazar? -Exclamou perplexo, o quebra-cabeça finalmente se encaixando e formando um quadro completo. -Então desde o começo, vocês estavam ligados pelo vínculo, a Profecia -Neste momento ele parou sem saber como continuar. Este sempre fora um assunto delicado, em ambas as partes.

_Não sei o conteúdo completo, mas agora, não posso dizer com certeza, se ela realmente existiu. Dumbledore conseguiu manipular muitas coisas com o poder que detinha. Precisamos detê-lo e restaurar nosso mundo o mais rápido possível antes que as coisas tomem proporções irreversíveis. -Sua voz veio carregada de peso, pois aqueles três sabiam em primeira mão como era ser movido como um peão pelo Diretor e ter seu livre arbítrio arrancado. - A magia está se desintegrando por causa de seus ideais preconcebidos. Se isto continuar por mais tempo, entraremos em uma época pior que a caça ás Bruxas.

_Nós iremos. As coisas estão indo como o planejado. Não vai demorar para o velho tolo cair em sua própria armadilha ambiciosa. -Um sorriso malicioso adornou a boca de Harry, mas a frieza em seus olhos mostravam toda a crueldade que nele residia.

_Graças a você, Criança. É errado estar contente pela dor que passou este ano para que pudesse estar aqui conosco agora? -Perguntou seriamente, seus olhos fixos nos verdes Avada. Conhecer Harry mostrou ter que estar preparado para qualquer tipo de imprevisibilidade.