22.Novos vínculos

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22.Novos vínculos

Não há como descrever a tortura que Potter manuseou com aqueles dois seguidores. Apesar de ter conhecido um pouco mais o chamado Salvador do Mundo Mágico nunca imaginei que conseguiria ter tanta sede de sangue ou realmente usar magia negra tão avançada. Foi um belo show que deixou meus seguidos tremendo em suas vestes.

Não sei de onde o sentimento de orgulho veio, mas desde que me comprometi com nossa aliança posso sentir um vínculo me chamando para ele. No começo estava imperceptível, mas conforme interagíamos cada vez mais, ele foi aumentando até se tornar indistinguível.

Comecei a procurar seu significado, já excluindo as opções de ser companheiro ou uma fonte de alimento secundário, pois ambos fariam com que o garoto me reivindicasse no momento em que o pequeno puxão apareceu. Não demorou muito para encontrar a resposta em um tomo antigo de Salazar. Mas as evidências por si me deixaram confuso sobre o passado. Um quebra-cabeça que faltava peças finalmente foi montado.

Me controlei muito para não destruir tudo ao meu redor ao me dar conta de como fui manipulado pelo velho cintilante. Não é hora para isso. Por agora o mais importante é fazer com que aquela criança estúpida pare de rejeitar nosso vinculo. É perceptível como está faminto, mas ainda se nega a se deixar levar. Não que eu possa julgá-lo, sua relutância não está errada.

Infelizmente, não posso deixar sua teimosia vencer neste momento. Há coisas maiores em jogo. Precisamos vencer esta guerra, precisamos que ele e Severus estejam em seu melhor quando a hora chegar.

_Harry, você precisa se alimentar. Se passaram mais de dez horas, a magia e sangue que usou para salvar Severus lhe deixou faminto. -Disse depois de entrar mais uma vez no quarto e observar o garoto sentado na cadeira ao lado da cama. O rosto com traços de cansaço e preocupação.

_Estou bem. Não preciso de sangue. -Respondeu com um resmungo, não se dando ao trabalho de olhar para mim. Está assim desde que mandamos meus seguidores embora, sentado quase catatônico na poltrona, só se levantando para administrar as poções, ignorando o estado de seu próprio corpo, este menino tolo!

_Criança tola. Continuar assim só prejudicará seu companheiro. Aceite-me Harry. -Falei enquanto o puxava e nos trocava de posição, sentando-me na poltrona e lhe puxando para meu colo.

Senti seu corpo imóvel e tenso ainda sem demonstrar que faria algum movimento. Por Salazar, o adolescente era digno de carregar o sangue de Godric, sendo tão teimoso quanto. Suspirei, pensando no que fazer a seguir. Não demoraria muito para o Mestre de Poções despertar e quando isso acontecesse Harry entraria em modo protetor novamente, não se afastando e nem deixando ninguém se aproximar. Ele precisava me aceitar e se alimentar antes para que conseguíssemos passar por esta fase sem muitos transtornos.

_A maioria dos bruxos estão ligados em algum grau de parentesco por sangue, entretanto dependendo da força mágica por detrás do descendente esta ligação pode cantar mais fortemente, mesmo que a coparentabilidade venha de gerações atrás. Este é o nosso caso, o vínculo que você está sentindo é por sermos os últimos descendentes de Slytherin e não há nada mais importante para Salazar do que o sangue. É uma magia antiga que o mesmo inventou por isso não consegui te matar, a sua herança apenas a fortificou. Um vampiro do seu calibre precisa mais do que apenas uma fonte de alimento através de seu companheiro. E nosso parentesco pode equilibrar esta falta. -Expliquei não o deixando sair, minha voz saiu calma, tentando ser o mais nítido possível.

_Somos aliados, já fomos inimigos. Meus pais morreram para que me protegessem de você. Sacrificaram tudo, mesmo que Dumbledore tenha os manipulados, isto seria certo? Não mancharia suas mortes? -Balbuciou os olhos ainda fixos na pessoa imóvel na cama. Como se não soubesse o que fazer a seguir, qual decisão tomar.

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