1. Mostrando sua espinha dorsal

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1. Mostrando sua espinha dorsal

Mais uma vez a escola estava contra ele. Nenhuma novidade, então. Não seria a vida de Harry Potter sem essas controvérsias, mas desta vez, havia um porém, seus amigos, aqueles que estavam sempre ao seu lado ou deveriam estar, não acreditaram em sua palavra.

Ele não colocou o nome na taça como dizia Ron em busca de glória e fama, Merlim, porque procuraria ainda mais por isso? Ele não estava quebrando as regras inconsequentemente como afirmava Hermione, quem diabos colocaria a sua vida em risco? Já não bastava os acontecimentos dos últimos três anos escolares? Mas não, seus amigos se fizeram de cegos e surdos por suas palavras e se afastaram, como se não fosse merecedor nem mesmo da dúvida. Passando a dá-lo o tratamento do silêncio. Olhando-o com decepção e acusações silenciosas.

E diferente do que todos acreditavam pensar, Harry Potter não era um Grifinório que perdoava e dava chances de novo e de novo, oh não, ele já teve o suficiente de todos odiando e amando quando lhes eram conveniente. Agora, era hora colocar a faceta Slyterin que sempre esteve lá, sendo sufocada por causa da opinião pública.

Estava na hora de parar de ser o bonequinho de Dumbledore, o símbolo da luz, Harry mostraria porque o chapéu queria colocá-lo na casa das cobras. Ninguém saberia o que lhes atingiu quando o feitiço chegasse.

Primeiro, precisava saber mais sobre o torneio e se havia alguma forma de tirar seu nome da taça. Era conveniente demais que nada pudesse ser feito. Então, esperou até o toque de recolher. Com a capa e o mapa, seguiu em direção á sala Precisa. Um ótimo lugar que encontrou ano passado para se esconder, tão bom quanto a Câmara Secreta, sem um basilisco gigante lhe querendo morto. Dando três voltas em frente á tapeçaria, pensou que precisava de um bom lugar para ler tudo sobre menores participando do Torneio.

Ao entrar, havia uma confortável poltrona marrom, uma mesinha ao lado com dois livros, se sentou e olhou para os títulos Regras do Torneio Tri-Bruxo e Contrato vinculativo por meio da magia. Com um suspiro, ele pegou o segundo e começou a ler, no terceiro capítulo, finalmente obteve a resposta que precisava: É possível cancelar o contrato feito por magia se o mago foi indiretamente designado á participar do torneio; tudo que ele precisa é fazer um juramento mágico comprovando que não colocou seu nome na Taça. Porém, se seu Guardião Mágico dar o consentimento antes do juramento ser feito, não é possível desfazer o contrato sem perder sua magia.

Harry olhou para o parágrafo confuso. Pensou sobre o que seria um Guardião Mágico e um livro apareceu na mesinha, Guardiões Mágicos e suas responsabilidades com os bruxos, a cada capítulo que lia, sentia sua magia reagir conforme sua raiva aumentava. Se a criança órfã não tivesse parentes mágicos e nenhum bruxo quisesse assumir sua tutela até a maioridade, o diretor da escola em que estava inscrito se tornava automaticamente seu guardião, sendo responsável por garantir seu bem-estar até a maioridade ou a emancipação.

Dumbledore era seu Guardião Mágico, ele sabia como seus parentes lhe tratavam e o mandava de volta todo o ano dizendo ser para sua proteção. Dumbledore poderia deixá-lo ficar em Hogwarts, então porquê o mandar para seus parentes abusivos? Harry não entendia. E a sensação de deixar algo passar não era bem-vinda.

Respirando fundo, terminou de ler os três livros, tendo outra surpresa ao descobrir que participar do torneio o tornava legalmente um adulto aos olhos da magia, não tinha certeza sobre o que isso significava, então outro livro apareceu e mais outro conforme suas dúvidas cresciam e seu desejo por respostas também. No final, Harry passou a noite toda na sala, sendo tirado de seu torpor apenas quando um barulho soou, lhe informando que já era hora de se preparar para as aulas do dia. Ele não se preocupou muito, pois no mesmo instante, um banheiro apareceu, onde se arrumou tendo apenas que pegar seu material antes de ir para o Salão Principal, ignorando os sussurros e julgamentos ao seu redor. Sua cabeça estava cheia e ao se sentar na mesa da Grifinória, afastado de todos os outros, ele destacou o que descobriu e precisava fazer.

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