29. Depois do julgamento

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29. Depois do julgamento

Depois de uma manhã repleta de intensas emoções Severus Snape só queria se trancar em seu laboratório, deixando a mente descarregar na fabricação de poções. Obviamente este era um desejo impossível. Tentando ficar mais confortável, aguçou seus sentidos, observando os acontecimentos a seguir.

Assim que as palavras de Fudge encerraram o julgamento, as vozes indignadas aumentaram, exigindo respostas de Dumbledore. Eles habilmente evitaram olhar ou até mesmo se aproximar do representante Vampiro, sentido a pressão que emanava de seu corpo devido á raiva. Alguns Lords questionavam porque o Diretor estava tão determinado a colocar uma coleira de controle no adolescente enquanto outros queriam descobrir o que aconteceu durante o período letivo.

Severus achava tudo divertido. Essas pessoas não conseguiam pensar por conta própria e precisavam constantemente de alguém que lhes guiassem, dando todas as respostas. Esta foi uma das principais razões de não gostar do meio político. Nunca foi feito para bajular, já bastava os anos em que serviu a um louco.

Sob o olhar atento de Harry, ele deixou as arquibancadas caminhando até o tenso Grifinório que permanecera no mesmo local desde a tentativa de aproximação do outro Vampiro. Sua magia zumbia protetora e ameaçadoramente em um aviso para aliados e inimigos. Impedindo qualquer um que tentasse se aproximar.

_Está tudo bem, Harry. -Seus olhos captavam qualquer movimento ao redor, anos como um espião transformando-os em um hábito há muito incrementados em seu corpo. As mãos do Vampiro se levantaram, como se quisessem tocá-lo e se certificar das palavras, parando no meio do movimento. Com um suspiro resignado, ele as segurou e no mesmo instante os olhares de todos foram para este gesto. -Foi apenas uma demonstração para provar nossa ligação. Respire fundo e acalme sua magia. Estou bem ao seu lado.

Não se sabe se foram as palavras, o toque ou a surpresa pelo estoico Mestre de Poções está fazendo uma demonstração pública de afeto, mas os magos sentiram aquela pressão angustiante se dissolver, restando apenas um pequeno vestígio dela. Muitos suspiraram em alívio resolvendo deixar o tribunal o mais rápido possível enquanto outros criaram coragem para se aproximar e tentar entrar nas boas graças do adolescente.

_Lord Potter parabéns por reivindicar seu senhorio e pela ligação. Creio que fará parte do Wizengamot a partir de agora? -A pergunta veio de um mago que deveria ser desconhecido para si, os cabelos achocolatados mostrando vestígios acinzentados, mas sua vigorosidade enfatizava ser alguém bastante ativo no dia a dia. -Sou Theodore Nott, meu herdeiro está em seu ano.

_Pai de Theo, seu filho é um leitor ávido, não houve um momento em que não estivesse com alguma nova leitura, mas diferente de algumas pessoas que já conheci ele sabe discernir que os livros são escritos por pessoas e não é uma verdade absoluta. -Com um sorriso e uma curta mesura retribuindo o cumprimento continuei respondendo sua pergunta sabendo que éramos amplamente ouvidos. -Tenho muito a aprender durante este verão, preciso obter o conhecimento necessário que vários herdeiros aprendem desde cedo, mas que para mim foi negado, somente depois posso ingressar no meio político.

_Tenho um primo que é formado em política bruxa. Se precisar de um tutor tenho certeza de que ele ficará feliz em ensiná-lo Lord Potter. -A voz envelhecida mas cheia de vigor veio de um dos asseclas de Dumbledore que não faziam parte da Ordem.

_Não há necessidade Lord Winster. Severus já contratou todos os tutores de que necessito. Ele leva seu papel de Guardião muito a sério e está se certificando de que todas as falhas em minha criação fossem corrigidas. -Respondi sabendo muito bem que o velho queria encher minha cabeça com os ideais da Luz. Minha última frase sendo um tapa na cara daqueles que seguiam Dumbledore, mas sabia que a maioria acreditaria que minhas palavras eram mentiras.

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